Digite pelo menos 3 caracteres para uma busca eficiente.

Por unanimidade, o Plenário do Senado aprovou na terça-feira (25), em dois turnos, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 26/2020, que torna o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), permanente.

O relator da proposta, senador Flávio Arns (Rede/PR) comemorou a aprovação:  “Hoje é um dia histórico para a educação básica no Brasil. Precisávamos dessa segurança jurídica para garantir que o Fundeb se tornasse permanente, com mais recursos e melhor distribuído. Essa vitória é de todos que acreditam que a transformação de que o nosso País necessita passa, essencialmente, pela educação. Foi um longo caminho até chegar aqui, debatemos o tema em mais de dez audiências públicas, inúmeras reuniões com parlamentares, consultores jurídicos da Câmara e do Senado e entidades ligadas à área. É o resultado de um consenso da sociedade”, afirmou.

O relatório apresentado por Arns ratifica o protocolado pela deputada Dorinha Rezende (DEM/TO), que foi a relatora da matéria na Câmara dos Deputados.  Torna o Fundeb permanente e aumenta progressivamente a participação da União no Fundo, passando dos atuais 10%, para 23% no ano de 2026. Também cria um critério aprimorado de distribuição dos novos recursos da União, que se soma ao critério atual para não prejudicar ninguém. Além disso, manteve a vedação do uso dos recursos do Fundeb para pagamento de aposentadorias e pensões.

“O novo critério previsto na PEC lança seu olhar sobre as situações particulares ‘município por município’, e considera no cálculo da partilha todos os recursos vinculados à educação, aprimorando o critério antigo, o qual olha somente ‘estado por estado’, considerando unicamente os recursos recebidos via Fundeb”, explicou.

Esse aspecto inovador vai aumentar o potencial redistributivo do Fundeb e combater ainda mais as desigualdades, ampliando em 54% o número de redes de ensino beneficiadas pela complementação da União e aumentando significativamente o número de alunos contemplados pelo aporte federal.

O senador lembrou das palavras de sua tia Zilda Arns: “as crianças, quando estão bem cuidadas, são sementes de paz e esperança. Não existe ser humano mais perfeito, mais justo, mais solidário e sem preconceitos que as crianças. Vamos conseguir cuidar do nosso futuro com um novo Fundeb permanente, financeiramente robusto e com um compromisso solidário dos três níveis federativos no sentido de garantir educação de qualidade a todos”, enfatizou.

Fundeb

O Fundeb atende todas as etapas anteriores ao ensino superior e representa 63% do investimento público em educação básica. Os recursos do Fundo são destinados às redes estaduais e municipais de educação, conforme o número de alunos matriculados na educação básica em cada uma delas, ponderado por etapa e modalidade de ensino – ou seja, conforme o número de matrículas em creche, pré-escola, ensino fundamental e médio, educação especial, ensino profissional, educação de jovens e adultos, em área urbana, rural, indígena ou quilombola, em regime de tempo integral ou parcial.

Trata-se, portanto, de um dos principais instrumentos de redistribuição de recursos do País, realocando valores no âmbito de cada estado, entre o governo estadual e as prefeituras, para tornar o sistema educacional mais equitativo e menos desigual. O valor que cada município e estado vai receber depende, portanto, da arrecadação e do número de matrículas de sua rede.

 “Se não fosse o Fundeb, estima-se que os valores mínimos de aplicação em educação girariam em torno de R$ 500 por aluno/ano nos municípios mais pobres do Brasil. Com o Fundeb, hoje, assegura-se que o investimento mínimo per capita corresponda a cerca de R$ 3.600 por ano, reduzindo bastante as desigualdades entre regiões, estados e também entre municípios de um mesmo estado”, ressalta Flávio Arns.

Composição

A participação do Governo Federal no Fundo aumentará ao longo dos próximos seis anos da seguinte forma: 12% em 2021; 15% em 2022; 17% em 2023; 19% em 2024; 21% em 2025; e 23% em 2026.

Greicy Pessoa/Asimp

#JornalUnião

Utilizamos cookies e coletamos dados de navegação para fornecer uma melhor experiência para nossos usuários. Para saber mais os dados que coletamos, consulte nossa política de privacidade. Ao continuar navegando no site, você concorda integralmente com os termos desta política.