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Destaco de meu editorial da revista Boa Vontade Educação, especialmente publicada para o Encontro de Alto Nível do Conselho Econômico e Social (Ecosoc), da ONU, no Palais des Nations, ocorrido em Genebra, Suíça, de 4 a 7 de julho de 2011: Educação, tema sempre em pauta. Urge ser difundido e encarado, por todos nós, como a trilha segura que encurta a distância social entre as classes. É também eficiente antídoto contra a violência, a criminalidade, as doenças e tudo o mais que dificulta o crescimento salutar de um povo.

Atendendo à solicitação de amigos, apresento trechos da conferência que proferi em 9 de março de 2010, no Rio de Janeiro/RJ, com a participação, via internet, de várias localidades do Brasil e do exterior. Entre os assuntos abordados, estava a Pedagogia de Deus, preconizada por Alziro Zarur (1914-1979), que, ao longo do tempo, fizemos desdobrar-se na tese socioeducacional da Legião da Boa Vontade voltada a aliar o desenvolvimento cognitivo do educando à cultura do respeito plural; por isso, sempre com Espiritualidade Ecumênica, sobre o que lhes tenho sobejamente falado. Daí surgiram respectivamente a Pedagogia do Afeto, para as crianças (de até 10 anos de idade), e a do Cidadão Ecumênico, para jovens e adultos.

Discorrendo, de improviso, sobre a matéria, afirmei que não basta instruir-se das coisas humanamente racionais. Conforme ressaltei em fevereiro de 1984, dirigindo-me às mulheres envolvidas nas ações da LBV, e posteriormente em artigo na Folha de S.Paulo, em 27 de julho de 1986: A instrução, para nós, é aquela que se aprende na escola, no colégio, na universidade, o que mais o seja, e que deve ser associada ao lar, em forma de Educação. Essa aliança é imprescindível. Sem Instrução e Educação não há progresso. Todavia, instruir e educar não é somente ensinar a ler, a mergulhar nos livros. Trata-se, acima de tudo, de iluminar a inteligência para as funções harmônicas do ser humano na sociedade. Aliás, esta e o governo devem permanentemente unir-se para estabelecer a estrutura que, de fato, forme uma pátria melhor e um mundo mais feliz. Quanto pior o ensino, pior o futuro. Portanto, ensinar não é apenas transmitir o bê-á-bá da ciência terrena, mesmo que seja a mais elevada Matemática, a Física, a Química, a Astronomia etc. Porque, se não houver o bom alimento para a Alma — iluminada pela espiritualização, que significa mais que educar, e sim reeducar —, esse aprendizado ultrainstrutivo levará o ser humano, sem tal boa nutrição, a conduzir o pensamento para atos cada vez mais destruidores. Educar é transformar, reeducar, sob os auspícios da Paz, do Amor e da Justiça, bafejada pela Bondade, e, assim, sublimar o caráter.

Sem Instrução e, sobretudo, Educação não existe o amanhã. Lembram-se do Plano Marshall, para a Europa, de que já lhes falei tantas vezes? Destaque para a Alemanha, no Ocidente, e para o Japão, na Ásia, com MacArthur (1880-1964), que se reergueram pujantemente. No entanto, a produção desses dois países, e de muitos mais, iria à bancarrota naquele período e em qualquer outro se não fosse preparada a geração em que o ensino tivesse profundidade, que serviria de base às demais.

José de Paiva Netto, jornalista, radialista e escritor. paivanetto@lbv.org.brwww.boavontade.com

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