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Jairzinho é conhecido como o “Furacão” da Copa de 1970, vencida pelo Brasil em terras mexicanas. Único jogador da história que marcou gol em todos os jogos de uma mesma Copa (a de 1970), ele é, para muitos, um dos maiores atacantes de todos os tempos. O eterno camisa sete reunia velocidade, preparo físico e técnica, algo diferente para os padrões daquela época e, por isso, é um mito. Ídolo no Botafogo e do Cruzeiro, é querido por todas as torcidas.

Como jogador foi genial. Porém, quando virou treinador, não emplacou. Dirigiu até o Tubarão, na década de 1980, sem sucesso. E, assim como Pelé, Zico e tantos outros, tentou emplacar o filho Jair como atleta, contudo, o peso do DNA, cobranças e comparações óbvias e com menos de 10% do talento do pai, o filho rodou sem sucesso no futebol do Rio de Janeiro e, aos 26 anos, parou de jogar e foi estudar. E se deu bem.

Jair Ventura, aos 38 anos, vem demonstrando muita capacidade como treinador do Botafogo. Assumiu o time no meio da tabela do Brasileiro do ano passado e levou a equipe para a Libertadores com uma incrível sequência de 11 vitórias em 15 jogos. Ganhou o prêmio de revelação daquele Brasileiro.

Na Libertadores deste ano, mesmo sem um elenco recheado e ainda perdendo ao longo do ano os dois melhores jogadores, Camilo e Montillo, eliminou clubes tradicionais como Olímpia, Colo-Colo, Atlético Nacional (atual campeão), Estudiantes e Nacional do Uruguai e só parou no Grêmio. Ficou em primeiro na chave com o Barcelona, que eliminou o Santos e o Palmeiras e enfrenta o Grêmio nas semi-finais.

Na Copa do Brasil foi até a semi-final, no Carioca ficou entre os quatro e no Brasileiro atual está na zona de classificação para a Libertadores 2018, mesmo tendo, no papel, um time sem estrelas e limitado. A cada dia, Jair Ventura descola da imagem do pai e mostra capacidade e talento. Da nova geração de treinadores, ao lado de Fábio Carille, hoje já é uma realidade no futebol brasileiro e tem mercado, tanto que já teve o nome comentado no Palmeiras e no São Paulo para 2018.

Ele renovou com o Botafogo até 2019, porém, futebol é ingrato e uma sequência ruim pode abreviar o trabalho. Filho de Furacão, Jair Ventura hoje é um vento forte no cenário de treinadores de elite do futebol brasileiro, vindo da "Universidade dos livros", e não da "Universidade da Boleiragem", que tanto balizou nossos técnicos por décadas. Mesmo com elenco curto e discutível, faz um trabalho digno de aplausos e merece reconhecimento.

Guilherme Lima - Jornalista - Londrina - PR - jornalismo@jornaluniao.com.br

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