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Soluções técnicas de baixo custo são ignoradas e expõem precariedade no cuidado coma qualidade da água e os recursos naturais

Na era do boi com GPS às colheitadeiras com ar-condicionado, os moradores da zona rural ainda convivem com uma deficiência estrutural: a falta de saneamento básico. Proteção de nascentes, tratamento dos dejetos humanos e caixas de gordura para as águas cinzas (pia e chuveiro) são tecnologias pouco utilizadas. O mais comum é que os resíduos sejam lançados ao solo,oferecendo risco à saúde do produtor e de contaminação do lençol freático. No entanto, as soluções existem há mais de duas décadas e são demonstradas na Via Rural (Fazendinha), durante a ExpoLondrina.

No estande “saneamento rural”, os assistentes sociais do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR) Genny Seifert Santos e Alisson Tolentino Bilmaia se revezam na apresentação de protótipos sobre técnicas já consolidadas, seja pelo conhecimento popular ou amplamente recomendadas por instituições de pesquisa. No espaço, os produtores recebem informações e visualizam métodos para proteção de nascentes e construção de fossas sépticas com o solo cimento e ainda têm acesso às informações sobre clorador de água e fossa séptica biodigestora, as duas últimas tecnologias desenvolvidas pela Embrapa.

“Divulgamos técnicas já experimentada se de baixo custo para facilitar o acesso do produtor”, informa Genny Santos. A preços atuais, de acordo com os técnicos do IDR, o produtor vai desembolsar R$ 300,00 na proteção de uma mina; R$ 400,00 para fossa séptica com solo cimento e R$ 1.500,00 para utilizar a tecnologia de fossa biodigestor, criada pela Embrapa. De acordo com Santos e Bilmaia todos os métodos são eficientes e o produtor pode escolher como prefere trabalhar, inclusive se organizando com vizinhos e promovendo mutirões.

Compromisso público e do produtor -No entanto, tecnologia de baixo custo não basta. Para mudar a realidade é necessário mais investimento público na área e compromisso do produtor com a mudança da realidade. “Ele (produtor) muitas vezes não acredita que a água que consome está contaminada. Vê a água transparente e acha que é boa”, conta Genny Santos. Ela explica que para vencer esta barreira junto ao produtor recorre às informações Vigiagua, programa federal de vigilância da água para consumo humano, sob a responsabilidade das regionais de saúde e secretarias municipais.

“Com os resultados das análises, partimos para orientação dos produtores junto com outros órgãos. Somos parceiros do pessoal da prefeitura de Londrina neste trabalho”, esclarece Genny Santos. De acordo com dados de Rodrigo Ultramar, chefe da Coordenadoria de Saúde Ambiental e Zoonoses e responsável pelo programa em Londrina, o órgão realiza anualmente coleta e análise de água para consumo humano nas zonas urbana e rural do município. Do total de 139 amostras coletadas na zona rural em 2021, 13% foram consideradas satisfatórias para o consumo humano e 87% insatisfatórias. Em 2020, foram 149 amostras e apenas 4% apresentaram níveis satisfatórios.

Evento

A tradicional técnica de solo cimento (solo+cimento+ água) para proteção de nascentes nas propriedades rurais será tema de oficina na próxima quinta (7), às 14 horas, no salão Orlando Pessutti da Via Rural, durante a Expolondrina. Os técnicos do IDR vão esclarecer as funcionalidades da técnica e a importância do procedimento para garantir a qualidade da água e manutenção ativa da nascente, mesmo em épocas de seca.

Asimp/SRP

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