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A falta de bons relacionamentos prejudica o bem-estar das pessoas

O mundo hoje, vive numa profunda crise de relacionamentos. O homem moderno está perdido, porque não quer se relacionar com Deus e, por consequência, não consegue se relacionar com o próximo. As pessoas não se conhecem, estão cada vez mais carentes, depressivas e estressantes, vivem isoladas, são violentas, desconfiadas e indiferentes.

O chamado de todo homem, em primeiro lugar, é para relacionar-se. Deus não criou o homem para viver sozinho e isolado, o homem é um ser transcendente por natureza e, esta transcendência é indispensável para a sua formação. Essa capacidade de ir além (transcendência) não é somente para com Deus, mas, principalmente, para com o outro, no conhecimento mútuo. O relacionamento com o outro faz-me superar as tendências egocêntricas tão fortes na nossa sociedade, e que nos levam a uma amarga sensação do nada (ausência do ser, ausência de algo, vazio). O remédio para essa sensação é, justamente, o relacionamento profundo com o outro, até chegar à experiência da comunhão, do amor, da amizade.

Relacionamentos

Quando eu dou passos nos relacionamentos, vejo o mundo de uma forma diferente, vejo novos horizontes, saio de mim mesmo, dou-me a conhecer e faço as mais lindas experiências que Deus poderia conceder ao ser humano. São elas: a do amor e da amizade. Essas estão intimamente ligadas, uma não pode existir sem a outra e, nesta primeira parte, falaremos um pouco do amor nos relacionamentos.

O ser humano é alimentado pelo amor: “O amor não se acrescenta à pessoa com algo a mais, como um luxo. Sem o amor, a pessoa não existe; sem o amor, as pessoas não chegam a se tornarem tais” (Emanuel Mounier). O amor permite à pessoa não só conhecer a si mesma, mas, principalmente, conhecer o outro; é qualificar a liberdade que a pessoa tem de querer o ser do outro e ter, nisso, a certeza de seu próprio ser.

O filósofo Cristão Emanuel Mounier, fundador da corrente personalista, expressa bem essa concepção do relacionamento: “Existo somente na medida em que existo para o outro”. De fato, não vivo sozinho e não tenho sentido quando retenho em mim a possibilidade do amar, pois sou melhor quando amo.

Sinta o amor de Deus

O amor só é bom quando envolve um relacionamento; do contrário, é apenas um gostar. Não nos relacionamos com coisas, mas sim com pessoas. De coisas nós gostamos e queremos tirar um proveito; as pessoas nós amamos, queremos dar o melhor de nós mesmos para elas, queremos sempre o bem, mesmo que não haja retorno, pois, se exigirmos o retorno, passaremos a tratar a pessoa como coisa, objeto. A partir daí, já passou para a esfera do gostar, do egoísmo, e está longe do amor.

O mundo nos ensinou a precisar das coisas, criou as nossas necessidades e nos apresentou o material para a nossa satisfação. Mas o ser humano está voltado para Deus, ele tem necessidade de Deus, e o Senhor o lança no próximo por meio do amor. É um relacionamento trinitário: eu, Deus e o meu irmão. Este é o verdadeiro relacionar-se. “Ninguém jamais viu a Deus. Se nos amarmos mutuamente, Deus permanece em nós e o seu amor em nós é perfeito” (I João 4,12). E se é da vontade de Deus estar entre nós, só podemos dizer que essa é a nossa vocação, trazer Deus a este mundo e apresentá-lo aos outros. Como? Tendo fortes experiências de amor nos relacionamentos, vivendo a castidade, a pureza e a liberdade de em Deus ir ao outro, de dar testemunho de amor.

E você? Tem bons relacionamentos? Então, testemunhe e contribua para que o mundo seja melhor.

Daniel Machado de Assis, natural de São Bernardo do Campo-SP, é membro da Canção Nova desde 2002. Psicólogo formado pelo Centro Universitário Salesiano de São Paulo, também estudou filosofia pelo Instituto Canção Nova. Atualmente é coordenador do Núcleo de Psicologia Canção Nova que tem por objetivo assessorar e auxiliar a formação dos membros desta instituição.

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