A Ciência está em busca da “cura” para algo que pode comprometer seriamente a vida na Terra. Não, não estamos falando do COVID-19. Estima-se que essa pandemia possa levar à morte algo entre 1% a 5% de todos os infectados. Estamos falando de algo que pode ser muito pior e talvez levar à extinção da vida humana: o impacto de um grande asteróide!
Essa possibilidade pode parecer “distante” e “improvável” mas, para muitos, uma pandemia como a que estamos passando também era vista desta forma e hoje, infelizmente, sentimos na pele que ela é real e fatal.
A história do planeta Terra é recheada de vários impactos colossais, desde eventos com o que deu origem à Lua, quando um corpo do tamanho de Marte chocou-se com nosso planeta, há cerca de 4,5 bilhões de anos, até o mais famoso evento do gênero, ocorrido há 65 milhões de anos, com a queda de um asteróide com aproximadamente 10 a 15km de diâmetro onde hoje é a Península de Yucatan, no México, e que teria desencadeado a extinção dos dinossauros e muitas outras formas de vida.
Tunguska
Em 30 de junho de 1908, um pequeno asteróide (ou fragmento de cometa), da ordem de 40 a 70m de diâmetro, explodiu a alguns quilômetros de altitude, com uma potência de cerca de 200 bombas de Hiroshima, devastando uma região de aproximadamente 2.000km², maior que todo o município de São Paulo!
Por sorte, isso ocorreu na Sibéria, região da Rússia muito pouco povoada, e estima-se que possa ter vitimado até 30 pessoas, muito embora oficialmente não exista registro de vítimas.
Caso o mesmo fenômeno ocorresse sobre uma área povoada, como uma grande cidade, poderíamos ter milhões de mortos!
Risco iminente
A órbita da Terra é frequentemente “atravessada” por objetos conhecidos por NEO’s (sigla para Near Earth Objects – Objetos Próximos da Terra). São objetos como asteróides e cometas que, em sua viagem pelo Sistema Solar, intersectam a órbita terrestre em determinado ponto. Caso isso ocorra quando nosso planeta esteja passando por ali, a chance de colisão pode ser muito grande.
Corpos da ordem de várias dezenas a algumas centenas de metros de diâmetro podem causar danos locais ou regionais catróficos, com milhões de mortos, mas a Humanidade estaria segura.
Contudo, impacto com objetos de alguns quilômetros de diâmetro poderia desencadear um novo processo de extinção em massa e ameaçar seriamente a vida humana na Terra.
E é importante lembrar que corpos assim, com até dezenas de quilômetros, existem aos milhares no Sistema Solar!
Governos de vários países investem em observatórios para a detecção desses objetos. Grupos de pesquisadores autônomos também se dedicam a esse projeto, que busca catalogar todos os objetos pontecialmente perigosos para que se possa determinar as chances de um futuro impacto e, sabendo-se com o máximo de antecedência, permitir que se busque mitigar os riscos. E aqui as possibilidades ainda são incertas, como o envio de foguetes com bombas para explodir o objeto ou modificar a sua órbita.
Asteroid Day
Idealizado em 2014 pelo astrofísico e guitarrista da banda Queen, Brian May, e vários outros pesquisadores, o “Asteroid Day”, comemorado no dia 30 de junho, em lembrança ao evento de Tunguska, nesta mesma data, em 1908, busca conscientizar sobre a necessidade de detecção precoce e mais pesquisas sobre asteróides.
E 2016 a ONU declarou esta data como o “Dia do Asteróide”, e eventos ocorrem em todo o mundo, compartilhando informações e ensinando sobre Ciência, trazendo os riscos que esses objetos podem representar para a Humanidade, inspirando e empolgando pessoas a se dedicarem ao tema.
O GEDAL (Grupo de Estudo e Divulgação de Astronomia de Londrina) coordena as atividades do Asteroid Day no estado do Paraná, e realizará dois eventos on line sobre o tema.
Nesta terça, às 20 horas, na página do GEDAL no Facebook (https://www.facebook.com/grupogedal), membros do grupo participarão de um “bate papo” sobre o assunto, explicando sobre o tema e respondendo a perguntas feitas pelo chat sobre isso e qualquer outro tópico ligado à Astronomia.
No sábado, dia 04 de julho, às 15:00, também na página do GEDAL no Facebook, haverá uma live exclusiva sobre o tema, chamada “Impactos sobre a Terra”, com o pesquisador Rodrigo Sato, geólogo e presidente da SMB – Sociedade Meteorítica Brasileira.
Asimp/GEDAL / MCTL
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