Isolamento social aumenta interesse pela culinária
O período de isolamento social, que infelizmente estamos vivendo novamente no Paraná, mudou a nossa forma de lidar com vários aspectos da vida. A culinária foi um deles. Basta ver na internet o número de pessoas que se aventuram nos pratos diferenciados, nos pães caseiros e nos alimentos afetivos.
Um levantamento da Kantar Ibope, realizado no ano passado, mostrou que o número de refeições preparadas em casa pelos brasileiros cresceu 27%. Por isso, até mesmo dúvidas básicas de culinária ganharam espaço na internet, o que fica evidente ao constatar o crescimento de pesquisas do tipo “como fazer arroz” e "como fazer feijão".
A procura pelos equipamentos de cozinha também cresceu de um ano para cá. Entre março e julho de 2020, as pesquisas pela panela de pressão aumentaram 78%. E não foram só as panelas que passaram a ser mais desejadas. As buscas pelo cooktop, que ajuda a manter a cozinha mais organizada com a economia de espaço, subiram 148% no mesmo período.
São vários os fatores que contribuíram para essa nova relação com a culinária. O primeiro deles é o mais óbvio: comer nos restaurantes se torna inviável durante as medidas restritivas da pandemia. Em segundo lugar, está o fator econômico, já que cozinhar em casa gera uma grande economia financeira.
A importância do afeto durante a pandemia também ajudou a aumentar o interesse pela culinária. A relação parece vaga, mas é muito real. Um estudo da LIGA Pesquisa, intitulado "Você tem fome de que?” mostrou que o papel da cozinha neste período está ligado ao cuidado com o próximo, já que o ato de preparar os alimentos mostra dedicação ao outro.
Por último, vem a necessidade de ocupar a mente, o que se tornou fundamental em um período de crise. A busca por diversão e relaxamento é um dos grandes motivos pelos quais mais e mais pessoas gastam o tempo cozinhando e aprendendo novas receitas.
Além disso, o tempo gasto na cozinha ajuda a proporcionar o sentimento de ser produtivo, o que auxilia na saúde mental das milhares de pessoas que ficaram desempregadas após o início da crise.
Um dos maiores fenômenos pandêmicos é o pão caseiro. Quem acompanhou as redes sociais durante os períodos de isolamento social deve ter notado vários pães de uma hora para outra. A pesquisa "Como fazer pão” foi uma das mais feitas no Google durante o ano passado e, em alguns estabelecimentos, o estoque de fermento biológico chegou a acabar. Outra tendência é a pizza caseira.
Em alguns casos, o que servia para passar o tempo e relaxar acabou se tornando também uma saída para a crise financeira. Entre os brasileiros que perderam renda e precisaram empreender, boa parte investiu na venda de alimentos feitos em casa, mostrando que o interesse pela culinária veio para ficar.
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