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O assunto do momento tem sido o famoso jogo do Pokémon Go lançado pela Nitendo. O jogo, que tem sido uma febre mundial, desperta curiosidade e faz as pessoas saírem de sua zona de conforto para “caçar os monstrinhos” do game. Mas afinal, qual é a origem do Pokémon Go? Como fazer para não se tornar um viciado no jogo? É possível evangelizar por meio dele?

Padre Clóvis Melo, ex-assessor da Comunicação da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil para assuntos de internet e digitais), em entrevista ao cancaonova.com, comenta sobre o assunto tão discutido.

Qual é a origem do jogo Pokémon Go?

A empresa Niantic, Inc, que desenvolveu esse jogo, é uma startup da Google que, em 2013, lançou um jogo chamado Ingress, que trabalhava essa ideia de realidade aumentada. O objetivo do jogo era encontrar portais de energia e interagir com eles, a fim de enfraquecer um portal e fortalecer o outro. Então, a Nitendo contratou essa empresa para que, em parceria com ela, desenvolvesse o jogo Pokemon Go com toda a mitologia que havia por trás dele, com todos os conceitos japoneses de monstrinhos de bolso, os desenhos animados relacionados aos Pokemons.

Muitas pessoas têm lembranças desse jogo na infância, no qual haviam treinadores que encontravam os monstrinhos, apreendiam-nos em bolinhas, que eram receptáculos, e os treinavam para participar de duelos; cada monstrinho tinha um poder específicos, de acordo com os elementos da natureza: água, terra, fogo e ar. A Nintendo contratou a empresaNiantic, Inc para desenvolver, junto com ela, o jogo Pokémon Go, e aproveitou uma plataforma que já existia daquele jogo anterior chamado Ingress.

O que seria essa realidade aumentada?

É uma interface digital sobre a realidade. Então, eles aproveitam localizações, mapas, pontos turísticos e de interesse para lançá-los na interface digital. O dispositivo que nos ajuda a ver essa interface é o próprio smartphone, que está conectado à internet. Isso desperta interesse nas pessoas. Elas, então, vão procurar onde tem um Pokémon. Elas abrem o o programa, veem no mapa a localização e descobrem onde há os portais de energia e vão até eles. Um desses lugares são as igrejas, porque são locais frequentados por muitas pessoas. É por isso que, dentro delas, há muitos Pokémons. Isso faz todo sentido, porque as igrejas são lugares onde muitas pessoas buscam Deus, buscam oração e frequentam com regularidade. Shoppings e academias também são lugares comuns de encontrá-los.

Na interface do Pokémon Go, vemos diversos tipos de monstrinhos encontrados em lugares específicos. É isso que desperta o interesse das pessoas. Até na Canção Nova há monstrinhos Pokémon, por ser um lugar que atrai muitas pessoas.

Quais cuidados as pessoas devem ter para não ficarem viciadas no jogo?

Com relação ao vício, ele está um pouco ligado às mídias digitais, aos smartphones e à internet. É preciso ter sabedoria para dosar tudo isso e saber até que ponto esse jogo está roubando seu tempo útil, tempo de oração, leitura e relacionamento presencial. Tudo o que é excesso é ruim, e o Pokémon Go é o vilão do momento. Há pouco tempo, o WhatsApp também roubava a interação humana, assim como o Twitter e o Facebook. É inevitável lidarmos com essas plataformas digitais, porque fazem parte da cultura virtual.
Da nossa parte, para ajudarmos os jovens, adolescentes e até adultos que estão entrando nesse jogo, a dica é usar o bom senso. Até que ponto convêm jogá-lo? Ao celebrar uma liturgia, na Santa Missa, é hora de ligar o celular para procurar Pokémon? Não é o momento. É provável que o encontremos na igreja, porque o jogo é interativo e atraente para essa realidade. Então, qual o momento adequado? Um momento de lazer, de descontração, que eu tenho para essa finalidade. Eu aproveito esses momentos para jogar e fazer a interação humana que ele favorece.

Se há muitas pessoas falando sobre isso, dá para conversar sobre o Pokémon e puxar outros assuntos também. Daqui a pouco, vamos conseguir entender que a relação humana é a mais interessante que o próprio jogo, que foi apenas a isca.

Como evangelizar por meio desse jogo?

Algumas igrejas nos Estados Unidos, ao perceberem o grande fluxo de jovens e de pessoas próximas às igrejas para encontrar pokémons, criaram momentos, ao longo do dia, com palestras, músicas oracionais, a fim de que as pessoas, ao procurarem um Pokémon, escutem uma mensagem e se interessem por aquele conteúdo de evangelização. Quanto ao jogo em si, com seus elementos, não vejo que seja viável para evangelizar, porque ele não tem esse enfoque; é um entretenimento, mas pode ser um atrativo para “virarmos a chave”.

O Pokémon é a febre deste tempo, deste momento; daqui a pouco, as pessoas tendem a perder o interesse. A não ser os entusiastas, que sempre gostaram do Pokémon, para quem esses jogos vão se manter por um tempo ainda maior. Então, fiquem tranquilos em relação a isso.

Precisamos trabalhar com a consciência das pessoas. Nos Estados Unidos, foi criado um manual a fim de que as pessoas tenham cuidado, mas não só com o jogo em si, mas sim quanto à distração que ele proporciona. Enfim, minha opinião é o bom senso, é não fazer do jogo o maior sentido da sua vida.

Fernanda Soares é missionária da Canção Nova. Foi apresentadora do programa Revolução Jesus e Vitrine da TV Canção Nova. Jornalista. Foi uma das apresentadoras no palco principal da Jornada Mundial da Juventude Rio 2013. Autora dos livros “A mulher segundo o coração de Deus” e “A beleza da mulher a ser revelada”. Hoje trabalha como produtora de conteúdo no setor de Internet da Canção Nova.

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