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Previsões sempre foram consideradas armas estratégicas dos impérios que se organizaram ao longo da história. No Egito antigo os faraós queriam saber não só como se portaria o Nilo, para abastecer os celeiros, como quais as ameaças futuras de povos invasores do sul ou através da península do Sinai. A história de José ilustra bem essa preocupação com o futuro. O governo, que lidera o Estado, vive no presente. Contudo o que enfrenta no dia a dia é fruto do passado. Do futuro pouco sabe. Os romanos cultuavam o deus Jano, que tinha uma face para o passado e outra para o futuro. Do presente cuidavam os cônsules, ditadores ou imperadores. A sobrevivência do império também dependia das informações que fluíam dentro e fora das fronteiras para que o estado romano estivesse pronto para debelar as dificuldades. Quando elas acontecessem teria que estar preparado e isso só seria possível se tivessem se antecipado, perscrutado o futuro com ou sem método. Toda informação que contribuísse para montar cenários era bem vinda.

A ciência organizou os métodos para se avaliar o futuro. As bruxas, magos, adivinhos, cartomantes e outros esotéricos foram para a prateleira da ficção. Contudo as investigações de cientistas sobre questões futuras como pandemia, aquecimento global, finitude das matérias primas custaram a alguns deles perseguições ampliadas pelas redes sociais. Profetas do apocalipse foi o mínimo que viram, ouviram e leram. A ciência é útil para pesquisar o futuro e quiçá salvar a humanidade. A informação é a base de tudo. Sua busca necessita de isenção e método para que não seja mutilada pela narrativa desta ou daquela ideologia. Uma vez coligida precisa ser analisada por cientistas de todas as áreas uma vez que há um amalgama de dados que ora precisam de um matemático, ora de um historiador, ora de um linguista. A análise é sempre precedida de novas análises, debates até que surja uma síntese que possa ser divulgada para o grande público. Afinal este será o objeto das transformações futuras.

Os arquivos digitais estão abarrotados de teses eruditas e monografias acadêmicas sobre os mais diversos assuntos. Entre eles as perspectivas do futuro dos países, regiões, continentes e da própria humanidade. Estão repletas de informações. Por isso os Estados tomam todas as precauções possíveis para manter os segredos considerados estratégicos. Os segredos do futuro são mais valiosos do que os do presente.  Afinal qual é a utilidade da inteligência para uma nação se manter no comando do mundo ou almejar chegar lá ? A maior parte do que ela coleta fica guardado a sete senhas, criptografadas e longe dos espiões, sejam eles hackers ou funcionários corruptos. O  fato é que alguma coisa escapa, e ganha contornos de valiosa informação para construção de cenários ou temas para livros de ficção de espionagem. Os Estados cuidam não só dos seus segredos, mas também divulgam cenários que possam consolidar sua posição de hegemonia, seja lá em que setor for. Há também a intenção de mostrar aos aliados sua pujança, e aos inimigos, sua força. A última edição do relatório da CIA, publicado pela inteligência americana, faz parte desse contexto. Não há fontes, mas há cenários do futuro. Não há divulgação de fatos estratégicos, mas através dele é possível avaliar a direção para onde se dirigem os Estados Unidos e como se prepara para manter a hegemonia que goza neste início de século. Algumas avaliações virilizaram nas redes sociais, como a previsão de ocorrência de uma pandemia. Quando publicado o Relatório da CIA ninguém dava importância para um assunto tão banal e desproposital. Imagine, um vírus provocar uma crise em plena era da tecnologia....  Se acerta ou erra é uma avaliação dos leitores.

Heródoto Barbeiro é âncora do Jornal da Record News o primeiro em multiplataforma -  hbarbeiro@recordtv.com.br

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