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O governo não espera uma invasão de seu território. Nem que haja alguma ameaça militar sobre sua capital. Há uma leve esperança que os conflitos geopolíticos sejam resolvidos pela negociação diplomática. As potências europeias não querem se envolver em um novo conflito, como a última guerra que ceifou a vida de milhões de pessoas, civis e militares. As cidades ainda estão sendo reconstruídas e muito dinheiro ainda vai ser gasto para a recuperação. França e Reino Unido são as duas maiores potências econômicas e militares da Europa. Perderam importância quando o novo imperialismo tomou conta do continente. Se os povos falam a mesma língua, têm a mesma cultura, a mesma origem histórica, nada mais racional que façam parte de um mesmo país, sob a guarda de um mesmo Estado. È a política do lebensraum, ou seja do espaço vital. Para isso o exército das grandes potências se armam e se dispõem a conquistar o que o grande líder apregoa em suas manifestações em praça pública. Mas daí a eclosão de uma guerra é um longo caminho.

Os governos ocidentais ou são ingênuos ou são incompetentes ao analisar os rumos que toma a Europa. São apenas manobras militares dizem os líderes do novo imperialismo. É um adestramento para reciclar as forças de defesa e de forma alguma se  destinam a invadir os países vizinhos. Afinal, uma ampla conferência entre as potências não só evitou uma nova catástrofe, mas autorizou que regiões fronteiriças fossem anexadas ao império. São mais do que estados-tampão. São um prolongamento da política nacional cujo objetivo é ter todos os povos de uma mesma origem sob um só comando. Quem pode ser contra isso? É só consultar a origem histórica das nações europeias para descobrir que muitas delas tem a mesma origem e já viveram sob o domínio de outros estados. A democracia liberal que insiste em delegar à população o direito de escolher como quer viver, é um sistema falido e que deve ser substituído por governos fortes à direita e à esquerda.

As regiões em litígio na Europa tem um passado em comum. Nada mais justo que famílias que estão separadas por fronteiras artificiais se juntem. A língua é a mesma. As bandeiras do partido nazista tremulam nas rua, nas praças e nas grandes manifestações. França e Inglaterra ainda acreditam que não haverá guerra, que tudo pode ser negociado como na reunião de Munique. Nas sombras da diplomacia secreta, Josef Stalin e Adolf Hitler negociam a repartição da Polônia. Metade para  os comunistas, metade para os nazistas. O chanceler russo Molotov e o alemão Ribbentrop assinam um tratado de não agressão. Está aberta a porteira para que as tropas do Reich invadam a Polônia. O alvo principal é a capital Varsóvia. Os russos invadem e anexam a parte oriental do país. Ganham tempo para transferir sua indústria bélica para os confins da Rússia, pois sabem que mais cedo ou mais tarde os dois arqui inimigos vão se enfrentar. Os tanques chegam à capital da Polônia depois de um arrasador bombardeio da Luftwaffe, que deixou muito pouco edifício de pé. A destruição é total. Os poloneses lutam como podem, mas sucumbem diante da máquina de guerra nazista. A ocupação de Varsóvia é comemorada como um trunfo da vitória da guerra. A cidade vai viver dias de terror cujo ápice é a resistência dos judeus poloneses no Gueto de Varsóvia.

Heródoto Barbeiro é jornalista do R7, comentarista da Record News e Nova Brasil FM, além de autor de vários livros de sucesso. Acompanhe no YouTube “Por dentro da Máquina”, https://www.youtube.com/channel/UCAhPaippPycI3E1ZRdLc4sg

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