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O atrito entre o governo federal e o estado de São Paulo chega ao auge. O ponto mais sensível da disputa é no campo econômico, O ministério da fazenda se coloca na linha de frente para tentar asfixiar a economia do estado, considerado o mais forte economicamente do país. O instrumento mais eficaz são as agências do Banco do Brasil espalhadas em todo território nacional e responsáveis pelo financiamento do agro business. Sem crédito os ruralistas paulistas vão quebrar, o Estado de São Paulo vai cair no descrédito, as colheitas apodrecerão nos campos e os investidores internacionais vão parar imediatamente o fornecimento de produtos manufaturados, A situação é grave, diz o governador, acusado de ser responsável pelos atritos com o governo federal, principalmente com o presidente, carimbado pela imprensa local como fascista e ditador.

O governo paulista recorre ao empresariado local e suas ligações internacionais para tentar afrouxar o que dizia ser um verdadeiro garrote espanhol na economia local. Todo o volume de crédito de operações que se processam através do Banco do Brasil, são bloqueadas e chega-se à conclusão que não há papel moeda na praça. O impacto disso é uma dramática redução no comércio, com falências e fechamento de lojas e a paralisação do parque industrial, o maior do Brasil. Até onde isso pode chegar é uma pergunta que muita gente faz nas ruas da capital. O presidente diz que os paulistas são arrogantes, querem se separar do Brasil, e sabotam o seu governo que promete uma nova constituição e que será cumprida por todos. Até por ele. Nada sensibiliza a opinião pública que comparece em massa em manifestações políticas em apoio às medidas tomadas pelo governador, um homem cercado pelas elites econômicas.

A saída para a asfixia econômica e financeira é imprimir uma própria moeda. Isso não é novidade. Quando da fundação da república, o ministro da fazenda, Rui Barbosa, autorizou que os estados tivessem a sua própria casa da moeda. Em menos de uma semana as notas de papel moeda já circulam entre a população paulista. Guardam semelhança com as notas oficiais tanto no valor como nos personagens retratados no dinheiro. O governador Pedro de Toledo, e a liderança revolucionária paulista insistem que só desistem do levante se Getúlio Vargas convocar imediatamente uma assembleia nacional constituinte. Durante o período que durou essa verdadeira guerra civil, o dinheiro paulista, impresso no bairro da Lapa, circulou e contribuiu para a resistência política e militar. Contudo a imprensa divulga que as notas são falsificadas com facilidade. Fato ou fake news para apoiar o ditador?

Heródoto Barbeiro – Professor e Jornalista - Palestras e Midia Training - www.herodoto.com.br

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