Digite pelo menos 3 caracteres para uma busca eficiente.

Os marqueteiros do governo estão atentos. Sabem que nada mais azeda o humor dos eleitores do que o aumento do preço dos combustíveis. Isto afeta toda a cadeia produtiva e contribui decisivamente para um aumento geral dos preços. Os reflexos chegam nos supermercados e nas lojas de departamento. As reclamações são ouvidas também nas ruas e nas filas dos escritórios que oferecem empregos . Para não falar nos postos de combustíveis onde os preços vivem batendo recordes e os anúncios nas placas não param de mudar. Não dá para esconder que os preços sobem dia a dia ainda que haja uma oscilação diretamente ligada ao mercado mundial de petróleo, uma commoditie que é a rainha dos produtos primários. O crescimento do país deste ano deve ser medíocre e há até quem não descarte mesmo uma recessão. O presidente culpa a oposição e pede às empresas que não aumentem os preços. O banco central independente aumenta a taxa de juros e atrai mais investidores de curto prazo de olho nos lucros fáceis. Fogem dos investimentos de longo prazo e alegam que o cenário não garante o retorno do capital aplicado.

A inflação não arrefece. É a pior nos últimos anos. O mercado está nervoso e há um espaço para mais notícias ruins. O presidente ignora os conselheiros econômicos que ele mesmo convocou para assessorar o governo. A inflação que corrói o salário dos de menor renda era previsível. O governo reage com uma série de “bondades “ que são consumidas pela população para pagar dívidas assumidas e muito pouco é poupado para investimentos. Isto tudo reflete na avaliação que os eleitores fazem do governo. As pesquisas de opinião mostram que o atual presidente enfrenta uma desaprovação recorde e segundo os institutos chega a mais de 60%. O presidente até tem se esforçado em mais aparições públicas, mas a sua imagem abatida, falta de entusiasmo e dificuldade de comunicação não ajudam o governante a reverter os baixos índices de aprovação. Ainda assim os assessores presidenciais insistem que ele participe de eventos públicos e que isso pode melhorar sua avaliação. Pelo contrário, pioram.

O presidente se defende ao dizer que sua administração foi atingida por problemas imprevisíveis e globais como a pandemia da Covid 19 e a guerra na Ucrânia que tumultuaram os preços do petróleo e de outras commodities no mercado mundial. A inflação não é exclusiva do país, é só olhar para a Europa que vive a pior inflação dos últimos 30 anos. Faltam seis meses para a eleição de novembro e certamente a maioria dos eleitores vão dar o troco ao presidente na urna. Vão votar na oposição e, quem sabe conquistar mais cadeiras nos legislativos estaduais. O democrata John Biden tem esperança que vai reverter esse quadro ainda que continue a alta de 44% da gasolina, 23% nos ovos e até o frango que subiu 15%. Como nos países latinos há nos Estados Unidos da América um antecipação da disputa presidencial ainda que Biden tenha menos de dois anos no poder. Democratas e independentes se arrependem da escolha que fizeram e muitos sinalizam que podem apoiar Donald Trump em futuro próximo. Elon Musk promete devolver-lhe a conta no Twitter.

Heródoto Barbeiro é jornalista do R7,  Record News e Nova Brasil fm, além de autor de vários livros de sucesso. Acompanhe no YouTube “Por dentro da Máquina”, https://www.youtube.com/channel/UCAhPaippPycI3E1ZRdLc4sg

#JornalUnião

Utilizamos cookies e coletamos dados de navegação para fornecer uma melhor experiência para nossos usuários. Para saber mais os dados que coletamos, consulte nossa política de privacidade. Ao continuar navegando no site, você concorda integralmente com os termos desta política.