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A construção do Cine Teatro Municipal de Ibiporã foi algo marcante para a cidade na época (1986-1988) e um divisor de águas, pois havia aqueles que consideravam a obra um artigo de luxo e que atenderia basicamente uma elite cultural.

Do outro lado, a determinação de um prefeito fortemente influenciado pelas artes desde a infância, pelo padre José Zanelli, e que havia sido também ator com Henrique de Aragão, de quem a família era amiga próxima. Era Daniel Pelisson, prefeito de 1983 a 1988, que sentia a demanda por um espaço para as artes, pois Ibiporã tinha um movimento cultural crescente desde a década de 1970. Somada a essa necessidade, quis que o lugar também fosse um cinema.

Foi tomada então a decisão e iniciados os projetos, em 1986, por uma equipe de estagiários de Arquitetura da Prefeitura de Ibiporã: Marcos Pelisson, Osvaldo Canizares, José Ângelo de Assis e Herbert Keller. Devido à complexidade da obra, a execução levou dois anos, pois o projeto teve que ser levado a técnicos e artistas, que deram sugestões sobre palco, urdimentação e acústica. O projeto acústico foi de Solange Boligian, com assessoria de profissionais como Carlos Cur, do Teatro Guaíra, de Curitiba.

Outra contribuição valiosa foi do maestro Othonio Benvenuto, da Orquestra da UEL, que sugeriu a construção de um balcão superior para 150 pessoas, para que o teatro tivesse pelo menos 500 lugares. Mais tarde, ele voltou para a inauguração, no dia 13 de agosto de 1988, para dirigir a OSUEL no concerto de abertura.

A construção do teatro foi executada por funcionários municipais da antiga CODESI (Companhia de Desenvolvimento de Ibiporã), na época dirigida por Paulo Zaparolli. O engenheiro responsável foi Elcio Verceze e o mestre de obras, o Sr. Benedito da Silva, popular “Baianinho”. As poltronas foram adquiridas do antigo Cine Bandeirantes e restauradas por adolescentes do extinto CEMIC.

A noite de abertura foi um evento que lotou o espaço com pessoas de todas as classes sociais. “Deixei claro que o teatro não era para a elite, mas para o povo”, disse Daniel Pelisson. Tanto que nos anos que se seguiram, na primeira gestão de José Maria Ferreira (1989-1992), todas as escolas, creches e entidades sociais puderam visitar o espaço em atividades que existem até hoje e integram a cidade. Jaime Kaster - jornalista/ SMCT/ PMI

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