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Depois de muitos experimentos e tentativas, o doutor Jekyll finalmente obteve um resultado transformador em seu laboratório. Agora ele era capaz de optar pela sua porção boa ou má. Ele poderia continuar sendo o dedicado médico, civilizado e respeitado na sociedade vitoriana, empenhado em suas pesquisas e disposto a contribuir para o bem-estar geral através do conhecimento. Mas, ao tomar da sua nova droga, também poderia ser Mr. Hyde, uma versão selvagem e sem escrúpulos de si, entregue aos prazeres e à luxúria. Jekyll usava dessa descoberta para gozar de plena liberdade moral e assim deleitava-se pelas ruas de Londres. De acordo com seus interesses, ora era o médico, ora o monstro, até o dia em que perdeu o controle sobre suas transformações.

O pequeno resumo acima vem do clássico “O Médico e o Monstro”, de Robert Louis Stevenson, publicado em 1886. Tal livro influenciou profundamente a literatura mundial e tornou-se uma das obras mais adaptadas para o teatro, o cinema e a televisão. Quando comecei este texto, minha intenção era fazer uma análise sobre o homem em seu estado de natureza e divagar sobre ser ele bom ou mau. Até usaria Hobbes e Rousseau. Seria uma abordagem repleta de intelectualidade e elegância e, bem provável, chatona.

Felizmente, ao reparar que essa obra do Stevenson também influenciou a cultura pop, me lembrei de quando a li pela primeira vez. No mesmo instante me recordei do “Professor Aloprado”, um filme estrelado por Eddie Murphy que muito me divertiu na infância. Tive a certeza de que o longa era uma inspiração stvensoniana. E, como uma descoberta sempre leva à outra, fiquei sabendo que se tratava de uma refilmagem, pois lá nos anos sessenta o Jerry Lewis já tinha feito uma película com a mesma temática.

Agora você pode perguntar, que proveito tirar de tudo isso? Eu sei lá, acontece que tem dias que não estamos para reflexão, graças a Deus descobri isso a tempo, ainda no segundo parágrafo, antes de gastar meus miolos filosofando Hobbes e Rousseau.

Vou deixá-los para outra ocasião, quando Hobbes parar de uivar e Rousseau rescindir o contrato.

jordino.com.br

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