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A antiga Rodoviária de Londrina, localizada na região central da cidade, se tornou Patrimônio Cultural do Brasil nesta quarta-feira, 19. O tombamento foi votado em reunião virtual do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), que é constituído por 22 representantes de instituições públicas, privadas e da sociedade civil, e delibera a respeito dos registros e tombamentos do Patrimônio Cultural.

O pedido de tombamento da Antiga Rodoviária de Londrina – atual Museu de Arte da cidade – foi uma iniciativa da superintendência do Iphan no Paraná, em 2011. Em votação unânime,  o conselho confirmou o tombamento do edifício que será inscrito no Livro do Tombo das Belas Artes.

A antiga Rodoviária de Londrina é o primeiro bem reconhecido como Patrimônio Cultural em nível nacional na chamada região de Norte Novo. “O tombamento além de trazer projeção nacional para o edifício, um bem representativo da arquitetura moderna, mostra atenção do Iphan com essa região do estado do Paraná”, destaca a superintendente do Iphan-PR, Rosina Parchen. Ao todo, o estado possui 20 bens tombados pelo Iphan, incluindo conjuntos arquitetônicos.

Com o tombamento, o edifício e sua área de entorno passam a gozar de proteção nacional. Eventuais intervenções no bem tombado e área de entorno devem ser previamente autorizadas pelo Iphan. Além disso, o Instituto tem a função de fiscalizar e interferir caso haja risco de descaracterização do bem. “É mais um instrumento que vai contribuir para a conservação desse patrimônio para as futuras gerações”, destaca a presidente do Iphan, Larissa Peixoto, ao relembrar que a edificação também é protegida em nível municipal e estadual.

A responsabilidade pela conservação, uso e gestão continua sendo do proprietário, no caso, a Prefeitura de Londrina. Isso vale para qualquer bem tombado, seja de uso público ou privado. O tombamento também não interfere nas competências institucionais de outras esferas, como as prefeituras, governos estaduais e outras áreas do governo federal.

A Antiga Rodoviária de Londrina

Projetada pelo arquitetos João Batista Vilanova Artigas e Carlos Cascaldi em 1948, a Antiga Rodoviária de Londrina foi inaugurada em 1952, sendo, à época, a quarta rodoviária da cidade.

A Antiga Rodoviária é a primeira obra de Artigas a ser tombada pelo Iphan. O edifício possui traços da arquitetura moderna que marcam a ocupação do estado a partir da cultura do café e da imigração polonesa e ucraniana. Segundo o relator do processo de tombamento, o conselheiro Eduardo Carlos Comas, a construção é fruto e testemunha da crescente industrialização e prosperidade que a cidade gozou no período pós Segunda Guerra Mundial.

A presença de um conjunto de sete cascas de concreto armado em forma de abóbada é uma das características mais marcantes da edificação, área onde antes funcionava o embarque e desembarque.  “A cobertura em arco inclinada pode ser pensada como uma folha que se dobra como um origami”, explicou o relator.

 A construção é composta ainda por um bloco em forma de trapézio de quatro pavimentos, interligados por escadas e rampas. O contraste entre linhas curvas e linhas retas, a transparência da fachada em vidro, que gera integração do ambiente interno e externo, entre outras características da obra, de acordo com o relator, mostram que a intenção foi elaborar bem mais que um abrigo de ônibus: a construção pode ser considerada um símbolo do desenvolvimento e da modernidade.

Inspirada na escola carioca de arquitetura moderna, para o relator, o prédio possui inspiração na obra do arquiteto, Oscar Niemeyer.

No ano passado, a Prefeitura de Londrina concluiu obras de melhoria na edificação. Foram realizadas intervenções no telhado e esquadrias metálicas, pintura completa, adequação dos equipamentos de segurança, piso externo e calçada. O projeto incluiu a troca de calhas e rufos, e substituição total de vidros para permitir maior conforto térmico. Também foram instalados novos corrimãos, guarda-corpos e placas de sinalização, além da impermeabilização de coberturas, muros e paredes, entre outras.

Asimp/ Iphan

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