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Com as galerias lotadas de trabalhadores das empresas de ônibus, vereadores também debateram, ontem (3), a paralisação do serviço

Com as galerias lotadas de trabalhadores das empresas de ônibus Transportes Coletivos Grande Londrina (TCGL) e Londrisul, a Câmara de Londrina debateu ontem (3) a greve da categoria, iniciada na terça-feira (1º), e ao final da sessão aprovou urgência no envio de Indicações ao governo do Paraná e à Assembleia Legislativa solicitando subsídios para o transporte público em Londrina. Autor das proposições junto com outros parlamentares, o vereador Eduardo Tominaga (União Brasil) considera que, para manter o sistema de transporte público funcionando, sem aumentar o preço cobrado dos usuários, é preciso participação do poder público. Ele ressaltou que o repasse de recursos do governo estadual para subsidiar o transporte na região da capital paranaense é feito há anos.
"A gente faz essas Indicações vendo todo o movimento que foi feito durante esses últimos anos em prol do transporte público de Curitiba e região metropolitana. […] Neste momento acho muito justo que o governo do estado e a Assembleia Legislativa olhem a cidade de Londrina, que é a segunda maior do Paraná e que está enfrentando problemas que todas as cidades grandes enfrentam. Existe um número menor de usuários, o que foi agravado com a pandemia, e a gente precisa adotar algumas políticas públicas para poder reduzir o preço da passagem e trazer mais usuários", afirmou Tominaga.

Nesta terça-feira (1º), a prefeitura de Curitiba informou que está formalizando um convênio com o governo do Paraná – a ser assinado ainda neste mês – que prevê o aporte de R$ 60 milhões pelo Estado e de R$ 97 milhões pela capital para cobrir o déficit projetado para o sistema de transporte público em 2022 (R$ 157 milhões). Além disso, em fevereiro a Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) já havia anunciado o repasse de R$ 20 milhões ao governo do Paraná, do orçamento da própria Alep, para ajudar o governo do estado a bancar a tarifa do sistema da região de Curitiba. Mesmo com o subsídio, neste mês o valor da passagem, que estava congelado desde 2019, passou de R$ 4,50 para R$ 5,50. Segundo a prefeitura da capital, a tarifa inclui a integração de Curitiba a 15 municípios da região metropolitana.

Greve

Também na sessão desta quinta, o líder do Executivo na Câmara de Londrina, vereador Madureira (PTB), apresentou o comprovante do pagamento de R$ 1.963.937,2 da Prefeitura para as concessionárias do transporte público. O repasse foi determinado após audiência conciliatória na Justiça do Trabalho, ocorrida nesta quarta-feira (2), e deve ser utilizado para o pagamento de benefícios devidos aos funcionários.

Paralisados desde a terça de carnaval, os trabalhadores exigem o pagamento do Programa de Participação nos Resultados (PPR) referente a 2021 e um incremento de R$ 300 no vale-alimentação. De acordo com os funcionários, em acordo feito no fim do ano passado, o Executivo e as concessionárias haviam se comprometido a repassar os valores até 28 de fevereiro. As empresas, por sua vez, afirmam que aguardam o pagamento, pela Prefeitura, do reequilíbrio econômico-financeiro do contrato referente a 2021, quando teriam sido afetadas pela queda de passageiros.

Segundo a vereadora Mara Boca Aberta (Pros), o repasse dos quase R$ 2 milhões poderia ter sido feito antes, evitando a paralisação. "Essa conversa, todo esse acordo que foi feito para chegar até aqui, poderia ter ocorrido antes, evitando esse imenso prejuízo que a população teve nesses dias que ficou sem o transporte e também os trabalhadores, haja vista que as empresas já disseram que vão ser descontados os dias em que eles ficaram parados. Vejo que há grande responsabilidade do Poder Público, do prefeito, que poderia ter evitado essa situação", afirmou ela, que preside a Comissão Especial dos Transportes Públicos de Londrina.

Já o líder do prefeito na Câmara, vereador Madureira (PTB), defendeu a postura do Executivo. Segundo ele, a Prefeitura e a Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU) precisam apurar antes o valor do desequilíbrio financeiro do ano passado, para que possíveis aportes sejam feitos de forma responsável. "O Executivo precisa ter um documento formal da empresa, um relatório do número de pessoas que usam os ônibus. Se o prefeito faz esse repasse antecipadamente, pode responder juridicamente por isso", disse.

Marcela Campos/Asimp/CML

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