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Grande maioria dos focos da dengue está dentro das casas das pessoas, seja em objetos em desuso jogados nos quintais ou nos cômodos como banheiros, sala e cozinha

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) apresentou, na quarta-feira (27), o resultado do 3º Levantamento Rápido de Infestação do Aedes aegypti (LIRAa) de 2022. De acordo com dados levantados, Londrina registrou um índice de Infestação do mosquito da dengue de 1,4%, ou seja, a cada 100 casas vistoriadas, pelo menos uma delas estava com focos positivos do Aedes aegypti. Em comparação com o LIRAa anterior, realizado em abril deste ano, houve uma queda brusca de 6,4 percentuais.

Ao todo, cerca de 11 mil imóveis foram vistoriados, em todas as regiões da cidade, durante os dias 4 a 8 de julho. A vistoria foi feita imóveis residenciais e comerciais, além de construções e terrenos baldios, situados em cerca de 257 localidades da área urbana.

Segundo o secretário municipal de Saúde, Felippe Machado, a redução de 7,8% para 1,4% de infestação deve-se a diversos fatores. “Desde quando nós divulgamos o segundo LIRAa, com um número bem alto e acima dos padrões aceitáveis pelo Ministério da Saúde, nós intensificamos os trabalhos de campo com os agentes de endemias, aprimoramos os processos de trabalho, inserimos a aplicação do fumacê nas localidades com maior número de casos e de focos da dengue, fizemos grandes mutirões em parceria com a CMTU aos finais de semana, onde toneladas de lixo foram recolhidos, e esse conjunto de fatores aliado às condições climáticas colaborou para que chegássemos ao terceiro LIRAa com um número bem menor do que o anterior”, explicou Machado.

Apesar da redução dos números, o secretário lembrou da importância das pessoas se manterem ativas no combate ao Aedes aegypti. Isso porque, 86% dos criadouros do mosquito estavam em objetos em desuso jogados nos quintais, bem como nos vasos de plantas e em água de chuva armazenada. O restante dos focos (14%) foi encontrado em objetos dentro das casas. “O LIRAa de novo mostra que 100% dos focos que encontramos estão dentro das nossas casas. Ações simples e medidas básicas de cada cidadão têm um efeito muito positivo para que a gente possa evitar uma epidemia de dengue na chegada do verão”, completou.

A partir de agora, com a redução da infestação de dengue, a Secretaria de Saúde deixará de aplicar o fumacê pelas ruas da cidade. O inseticida ajuda a eliminar os mosquitos adultos e começou a ser usado em maio deste ano, em Londrina. “Neste momento, não temos mais os indicadores necessários para a utilização dessa ferramenta. Nós cumprimos o ciclo de aplicação, naqueles quarteirões delimitados e apontados tecnicamente pelas nossas equipes de endemia. E, com a redução da incidência de casos e de focos houve a suspensão do veneno”, pontou o secretário da pasta.

De acordo com dados da Secretaria de Saúde, do início do ano até a última segunda-feira (25), foram registradas 9.791 notificações relacionadas à dengue, das quais 1.857 estão confirmadas, 4.806 descartadas e 3.128 encontram-se em análise, aguardando o resultado de exames. O município também registra dois óbitos no período, em decorrência da dengue.

Infestação por localidade

De acordo com o LIRAa, a região sul foi a que apresentou maior número de focos do mosquito, com 1,7% de índice. Ela foi seguida pela região norte (1,30%), pela zona leste (1,29%), pela oeste (1,29%) e pelo centro (1,21%). Entre os bairros com maiores índices estão: Jardim Marabá (11,54%); Jardim Franciscato (11,36%); Jardim Santos Dumont (10%); Jardim Nossa Senhora da Paz (9,09%); Residencial Professora Marieta (8,89%); Pind (8,70%); Jardim União da Vitória (7,84%); Conjunto Vitória Régia (7,14%); Jardim Atlanta (6,98%); e Jardim Pinheiros (6,90%).

Com estes dados em mãos, a Prefeitura de Londrina vai adotar diversas estratégias de combate ao vetor Aedes aegypti. Entre as medidas estão a intensificação dos trabalhos nos bairros com maior incidência vetorial; realização de mutirões de limpeza em parceria com a Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização de Londrina (CMTU), atividades educativas com as unidades escolares de Londrina e de conscientização com os líderes comunitários; ampliação do monitoramento populacional do Aedes aegypti com as  armadilhas ovitrampas associadas à redução do vetor (com a eliminação dos ovos); e a intensificação da fiscalização em imóveis considerando de alto risco em parceria com fiscais da Coordenação de Saúde Ambiental e Zoonoses; além da organização de ações conjuntas para atender as pessoas em situação de acumulação.

Sobre o levantamento

O LIRAa é um método simplificado que permite identificar como está a infestação e distribuição do vetor Aedes aegypti no município. Trata-se de uma amostragem, que identifica quais os bairros mais críticos e quais depósitos (de focos) são predominantes. Com o resultado, é possível planejar as ações de controle que serão adotadas, principalmente em áreas críticas. Segundo o Ministério da Saúde, os municípios com o Índice de Infestação Predial inferior a 1% estão em condições satisfatórias. Já a variação de 1% a 3,9% representa uma situação de alerta; e superior a 4% significa que há risco de surto de dengue.

A SMS orienta que cada família dedique 15 minutos de seu tempo, uma vez por semana, para vistoriar sua casa e quintal, verificando se há objetos que podem acumular água. Os itens devem ser removidos e descartados em sacos plásticos para a coleta seletiva ou para o recolhimento pelo caminhão de lixo. Com uma ação semanal, é possível impedir que ovos, larvas e pupas do mosquito cheguem à fase adulta, freando a transmissão das doenças transmitidas pelo Aedes, como a dengue, vírus Zika e chikungunya.

Disque-Dengue

A população pode fazer denúncias de imóveis ou áreas suspeitas de terem focos do mosquito Aedes aegypti, entre eles terrenos baldios ou ambientes que possam facilitar a proliferação do vetor. O contato deve ser feito pelo telefone 0800-400-1893, de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h. Quando o munícipe é notificado como suspeita de arboviroses, as equipes da Endemias realizam os bloqueios dos casos dentro de 48 horas.

Ana Paula Hedler e Dayane Albuquerque/NCPML 

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