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Índice registrado na cidade é inferior ao último registrado, mas indica estado de alerta para uma possível epidemia do mosquito da dengue

Ontem (6), a Secretaria Municipal de Saúde divulgou os dados referente ao 4º e último Levantamento Rápido de Infestação do Aedes aegypti (LIRAa) realizado, em Londrina, em 2021. As informações foram repassadas durante a reunião do Comitê Gestor Ampliado da Dengue, que contou com transmissão on-line, através da canal da Prefeitura de Londrina, no Youtube.

Ao todo, 9.865 imóveis foram visitados. De acordo com os números, o índice médio de todas as regiões da cidade ficou em 1,3%, o que representa estado de alerta, segundo classificação do Ministério de Saúde. Isso significa que, a cada 100 imóveis vistoriados, em pelo menos um deles havia foco do Aedes aegypti. Em comparação com o levantamento anterior, houve queda no percentual de infestação, visto que no 3º LIRAa o índice ficou em 2,9%.

Segundo o secretário municipal de Saúde, Felippe Machado, essa queda no índice de infestação deve-se a vários fatores, como a  mudança no processo de trabalho das equipes de endemias do município. Desde o início da pandemia do novo coronavírus, houve uma resistência por parte da população em deixar os agentes de endemias adentrarem aos imóveis. Posteriormente, com o avanço da doença, os profissionais passaram a não vistoriar o interior das edificações, seguindo normativas do Ministério da Saúde por medidas de segurança e prevenção ao novo coronavírus. Com isso, a Secretaria Municipal de Saúde implantou uma nova metodologia de pesquisa, que se mostrou bastante eficiente, segundo Machado.

 “Nós usávamos exclusivamente o LIRAa como instrumento de planejamento. Com o advento da pandemia, nos reinventamos e passamos a fazer outros acompanhamentos, fazendo semanalmente atualizações de locais com foco positivo e incidência de pessoas doentes. Isso fez com que as ações sejam mais assertivas, somado a um período que já é historicamente de baixas chuvas e um tempo mais quente, o que colaborou para que o LIRAa fosse menor em relação ao anterior. Mas, é preciso manter todos os cuidados, porque a dengue ainda é uma doença endêmica”, explicou o secretário de Saúde.

Com a nova metodologia de trabalho, as equipes cruzam dados de duas situações distintas, que são: a região com focos do mosquito e a localidade das pessoas com dengue. Entre as localidades com maior incidência de focos do Aedes aegypti está a zona norte, com 1,68% de índice de infestação, especialmente nos bairros Parque Industrial Germano Balan, onde 20% das casas estão com focos do mosquito.

Em seguida, aparece a região central de Londrina, com 1,54% de infestação, principalmente nos bairros Vila Portuguesa (6,6%), Centro (6%), Vila Recreio (5,8%), Vila Marizia (5,2%) e Vila Nova (4%); a zona leste com 1,07%, sendo os bairros mais afetados a Gleba Lindoia (33,3%), Oriente (7,6%), PIL (6,6%), Lindoia (6,2%) e o Novo Amparo (4,4%); a zona oeste com 0,95% de infestação, especialmente nos bairros CILO III (16,6%), Columbia D (8,7%), Maracanã (8%), Quebec (5,2%), Dom Bosco (4,5%) e a região sul com 0,94%, sendo a maior incidência de focos na Chácara São Miguel (15,3%), Jardim do Lago (12%), Royal Tennis (10%), Mediterrâneo (6,6%) e o Saltinho (5,8%).

Já com relação ao risco epidemiológico, medido pelo número de casos notificados de dengue, por região, a região norte é que apresenta o maior deles, chegando a 35,8%. Em seguida aparece a região oeste com 21,3%, a região sul com 18,7%, a leste com 16,3% e a 7,7% o Centro.

Sobre esses dados, Machado lembrou que são duas situações distintas que se somam e se complementam. Por isso, é possível perceber que o maior local de infestação hoje é a zona norte, seguido do centro, porém, em quantidade de pessoas doentes, o centro não é uma preocupação porque ele está em último lugar.

“Os dois indicadores precisam ser monitorados e acompanhados com ações diárias. De forma geral, a cidade inteira nos preocupa, porque temos os pontos estratégicos (que são locais onde sabidamente precisamos fazer vistorias quinzenais durante o ano inteiro) atrelados ao monitoramento de locais com pessoas doentes, porque podemos ter uma localidade com alto índice de infestação do mosquito, mas com baixo número de pessoas contaminadas, por isso as ações serão direcionadas nesses dois sentidos”, esclareceu o secretário de saúde.

Quase todos os focos do mosquito que foram encontrados estavam dentro das casas visitadas, visto que 92% deles foram recolhidos em vasos e pratos de plantas, no lixo jogado nos quintais e em água armazenada de forma errada. Por isso, a Secretaria Municipal de Saúde continuará com os trabalhos de conscientização e educação em saúde, para prevenir o aumento de casos de dengue, e o uso de inseticida com bombas costais. Já o fumacê será utilizado como um auxilio, quando for necessário.

“Se a população não se conscientizar e não contribuir, de nada adiantarão todos os esforços feitos pelo poder público. Por mais que pareça repetitivo, sistematicamente mais de 90% dos focos do mosquito estão dentro dos quintais e intra domiciliares, onde medidas simples que o cidadão poderia fazer tornariam o cenário totalmente diferente. Por isso, pedimos a colaboração e a participação da sociedade civil, para dedicarem um ou dois dias da semana, durante 15 ou 20 minutos do seu tempo, para olhar o quintal e recolher qualquer objeto que pode se tornar um criadouro de dengue”, pediu Machado.

De janeiro até esta semana, Londrina registrou 19.149 notificações de casos de dengue, sendo 7.151 confirmados com exames e outros 11.308 descartados. No momento, estão aguardando o resultado dos exames laboratoriais 690 testes e, infelizmente, oito pessoas vieram a óbito devido à doença este ano.

NCPML

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