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São cuidados simples, que podem ajudar a evitar graves acidentes e traumas com os pequenos em casa

Durante a quarentena, as famílias têm vivenciado um momento diferente. As crianças e seus pais ou responsáveis têm permanecido mais tempo em casa e, com isso, a probabilidade de acontecerem acidentes domésticos aumenta exponencialmente. Pensando nisso, a médica do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência de Londrina (SAMU), Kelly Silva, selecionou algumas orientações para repassar aos interessados.

A socorrista do SAMU e cirurgiã oncológica explica que, pequenos descuidos podem ser fatais para as crianças. Por isso, os adultos precisam redobrar a atenção quando virem as crianças próximas às piscinas ou banheiras, à lavanderia e à cozinha. Isso porque, nestes ambientes, há maior exposição ao risco. “Com as crianças em casa, o risco aumenta muito. Um pequeno descuido pode ocasionar um acidente. Percebo que o mais comum e mais dramático, que atendemos, é o afogamento em piscina. Mas, além desse, têm outros, como a aspiração do leite materno e de objetos estranhos, queimaduras e ingestão de produtos químicos, de limpeza e venenos, que são coloridos e chamam a atenção das crianças”, exemplificou a médica.

Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), a maioria dos acidentes acontece no local onde as crianças e adolescentes moram ou nas proximidades desses locais. Hoje, no Brasil, os acidentes representam a principal causa de morte de crianças com idades entre 1 a 14 anos, sendo a maioria vinculada aos afogamentos e atropelamentos.

Para ajudar os pais e responsáveis, durante o mês das crianças, a médica e a enfermeira socorristas do SAMU e o Corpo de Bombeiros de Londrina vão postar algumas orientações. O público poderá acompanhar os stories, postagens no feed e através de lives, que estes profissionais farão sobre o assunto e aquelas que eles já publicaram. Para isso basta clicar aqui e acessar a página no Instagram desses profissionais (Dra. Kelly Silva/SAMU) e (Corpo de Bombeiros de Londrina) . Além disso, listamos abaixo algumas dicas de prevenção.

Como prevenir afogamentos

Para evitar afogamentos é importante nunca deixar a criança sozinha próxima à piscina, banheira ou a baldes e bacias cheias de água. Mesmo quando há pouco líquido ou quando a piscina é rasa existe o perigo do afogamento. Por isso, mantenha a piscina com rede de proteção.

Caso aconteça a obstrução de via aérea por corpo estranho (leite, material regurgitado, alimentos e brinquedos), comuns em bebês e crianças, é preciso realizar o procedimento correto, para liberar a passagem do oxigênio e evitar a parada cardiorrespiratória.

Dependendo do objeto é possível retirá-lo utilizando o dedo indicador e polegar em formato de pinça ou de gancho. Quando não for possível ver o que está impedindo a passagem do ar, deve ser realizada a manobra de desobstrução de vias aéreas em lactentes ou de Heimlich. (Clique aqui e assista ao vídeo da enfermeira do SAMU, Gisele Cesar ensinando o procedimento)  e telefonar imediatamente para o SAMU, através do 192.

Cuidados na cozinha

Outro local perigoso para as crianças é a cozinha. Nela, os pequenos podem se queimar com fogo, líquidos ferventes (óleo, água e outros), eletrodomésticos e panelas.  A recomendação é que, quando for utilizar o fogão use sempre as “bocas” da parte de trás do mesmo, para dificultar o alcance das crianças.

O cabo de panelas e frigideiras devem ser colocados para dentro do fogão, evitando que os pequenos consigam puxá-los para baixo ou que adultos enrosquem nos mesmos. Além disso, não se deve abaixar a tampa de vidro do forno quente, quando a criança estiver ao lado, pois existe grandes chances de ela tentar colocar a mão no mesmo.

Também é comum acontecer queimaduras com a água de banheiras muito quente. Por isso, a socorrista do SAMU recomenda que os adultos sempre coloquem, em primeiro lugar, a água fria e depois a tempere com a quente. Isso pode evitar queimaduras de pele devido à alta temperatura da água. Os objetos cortantes e pontiagudos, como facas e tesouras de cozinha, e eletrodomésticos (torradeiras, chaleira elétrica, bules e outros) também devem ser colocados em locais altos, fora do alcance dos menores.

Atenção na lavanderia e dispensas

Os adultos também precisam prestar muita atenção na lavanderia e nas dispensas. Produtos de limpeza; inflamáveis; tóxicos; cáusticos; venenos para formigas, insetos e outros animais; remédios pessoais ou bebidas alcoólicas devem ser mantidos distantes das crianças, estando inacessíveis a eles.

Devido à curiosidade natural dos pequenos, é comum a intoxicação ou envenenamento por ingestão desses produtos, principalmente entre 1 a 5 anos, que é considerada a faixa de maior risco pela Sociedade de Pediatria Brasileira. “Nas crianças, o reflexo de jogar para fora o líquido ingerido ainda não está totalmente desenvolvido, por isso, quando elas ingerem algo tóxico, demoram para cuspir. Diferente do adulto, em que esse reflexo é rápido. Por isso, os remédios, os desinfetantes e venenos devem estar longe do alcance das crianças, principalmente aqueles que são coloridos e chamam mais a atenção e a curiosidade delas”, ressalta a médica.

Quedas

Quedas de muros, lajes, árvores, escadas e brinquedos em parques são comuns, podendo gerar traumas por impacto e fraturas graves. Por isso, os acessos às escadas devem ser fechados, as janelas e varandas precisam de telas de proteção, antiderrapante nos tapetes podem ser instalados; os berços e camas devem ter grades de protetoras; os móveis devem estar longe das janelas, assim como o tanque e os armários de louças e do banheiro devem ser fixados para que não haja perigo de instabilidade ou tombamento dos mesmos. E, por fim, nunca deixe o bebê ou a criança sozinhos em casa.

Em caso de acidentes domésticos telefone o mais rápido possível para os socorristas do SAMU, pelo 192 ou para o Serviço Integrado de Atendimento ao Trauma em Emergência (SIATE) pelo 193. Ambos os serviços atendem 24 horas, todos os dias da semana.

Outras dicas

Para mais dicas e formas de manejo diante de situações de acidentes domésticos, a Sociedade Brasileira de Pediatria disponibiliza um manual. Ele pode ser acessado aqui.

NCPML

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