Novo LIRAa aponta que 91% dos criadouros do mosquito da dengue estão em quintais
Amostragem revela que objetos expostos, vasos de plantas e água de chuva armazenada são os locais mais propícios para a proliferação do Aedes aegypti
A Prefeitura de Londrina, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), divulgou ontem (9) o resultado do 4º Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa) de 2023. Os dados foram apresentados em reunião do Comitê Gestor Ampliado da Dengue, que foi realizado na sede da Unimed Londrina (avenida Ayrton Senna da Silva, 555), e apontaram um Índice de Infestação Vetorial Predial (IIVP) de 2,93%. Esse índice é resultado de uma análise realizada em 9.434 imóveis de Londrina, e aponta uma situação de alerta para o município, de acordo com a classificação do Ministério da Saúde.
Foi verificado que 91% dos criadouros do mosquito Aedes aegypti estão nos quintais das casas, em objetos em desuso deixados nos quintais, vasos de plantas e água da chuva armazenada. Os outros 9% foram encontrados dentro das casas das pessoas. “Os dados são um reflexo dos LIRAas que nós apresentamos ao longo dos últimos anos. Uma incidência que não baixa muito, um acúmulo de focos dentro dos domicílios. E, por isso, nós tentamos fazer essa reunião mais detalhada para apresentar os dados, trazendo a comunidade para participar. Para, que de forma repetitiva e cansativa, possamos conscientizar a população dos perigos da dengue e de enfrentarmos mais uma epidemia. Os dados nos ligam um sinal de alerta, e qualquer ação que nós fizermos agora terá uma repercussão positiva com a chegada do calor. Tudo isso para que nós consigamos evitar uma nova epidemia na cidade”, alertou o secretário municipal de Saúde, Felippe Machado.
As regiões da cidade mais afetadas, segundo o estudo, são o Centro, com 3,57% de infestação, e a região norte, com 3,45% de infestação. Isso significa que a cada 100 imóveis verificados nessas regiões, mais de três estavam com focos positivos do mosquito da dengue. As demais regiões apresentam índice de 2,88% na região oeste, 2,51% na região leste, e, por fim, a região sul, com 2,27% de infestação. Os bairros que apresentam maior índice são o assentamento Nossa Senhora Aparecida, com 22,86% de infestação e o Jardim Europa, com 17, 95% de infestação.
Conforme a escala de Análise de Risco Entomológico seguida pelo Ministério da Saúde (MS) e pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o IIVP acima de 3,9% é considerado de risco; entre 1% a 3,9% é estado de alerta; e abaixo de 1% é satisfatório.
“De acordo com os parâmetros estabelecidos pelos órgãos competentes, é um sinal de alerta o índice de 2,93% de focos encontrados nesse último LIRAa em Londrina. E nós reiteramos que esses focos são isolados dentro de nossas casas. Medidas simples de olhar o seu quintal, incentivar seu vizinho a fazer o mesmo são essenciais. Também é importante olhar dentro de casa, porque tem crescido o número de focos dentro das residências, seja atrás da geladeira ou vaso de plantas, entre outras coisas que compõem esse alto número de criadouros encontrados em todas as regiões da cidade”, reforçou Machado.
De acordo com os dados, somente no ano de 2023 Londrina já teve 61.202 casos de dengue notificados, sendo 41.421 deles confirmados, 15.234 descartados e 4.547 em análise, e 29 dos casos confirmados resultaram em óbito.
Além do secretário municipal de Saúde, a apresentação do LIRAa contou com a colaboração do coordenador de Endemias, Nino Ribas, e da diretora de Vigilância em Saúde, Cláudia Monteiro. Estiveram presentes diversos representantes de unidades de saúde e da sociedade civil organizada.
NCPML
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