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Tecnologia poderá ser adotada pelos futuros moradores para produzir energia para a manutenção das áreas comuns do condomínio

A crise hídrica e os frequentes aumentos das bandeiras tarifárias de energia acenderam o alerta para a necessidade de encontrar alternativas que reduzam os custos dos condomínios. O investimento em um sistema próprio de geração de energia é uma das saídas para blindar a inflação energética e já chegou a empreendimentos de alto padrão lançados em Londrina. As novas torres serão construídas com a infraestrutura necessária para que os futuros moradores possam instalar as placas solares, que vão captar a luz do sol e transformá-la em energia elétrica para ser utilizada nas áreas comuns.

A energia solar fotovoltaica existe há mais de 50 anos. O sistema é sustentável e econômico e funciona por meio do uso de painéis solares, inversores, placas, cabeamentos e conectores. A energia gerada a partir da luz do sol é enviada para a concessionária e descontada na forma de créditos na fatura de energia mensal. A tecnologia tem grande potencial, está em crescimento no Brasil e supera outros meios energéticos tradicionais, como as energias eólica, ou derivadas do gás natural, petróleo, urânio, carvão. A principal barreira para a popularização desse tipo de sistema em projetos residenciais ainda é o custo.

Zurique, na Suíça, inaugurou, em 2016, o que foi chamado de “prédio do futuro”, o primeiro edifício do mundo a ser autossuficiente na produção de energia. Toda a energia utilizada para aquecimento do ar, água e demais utensílios dos apartamentos é gerada a partir do sol. Na Europa, até o fim de 2022, os prédios novos precisarão ser autossuficientes em energia, ou seja, gerar toda a energia que consomem. E, no Brasil, o caminho tende a ser o mesmo, tanto por pressões externas, com as mudanças climáticas que já impactam negativamente o planeta, como internas, dos próprios consumidores, que estão cansados de ver o custo por quilowatt/hora só aumentar.

Inspirando-se no movimento que já ocorre no mundo, a Vectra foi pioneira ao fechar uma parceria com a empresa londrinense Bono Fotovoltaico para fazer o projeto de infraestrutura para a instalação das placas fotovoltaicas pelos futuros moradores do Wonder, que será construído na rua Camilo Castelo Branco, na Nova Prochet, região que desponta como novo polo imobiliário de Londrina. A construtora reuniu um time de profissionais especialistas para discutir tecnologias sustentáveis, que favoreçam a economia de energia e evitam o desperdício de água e, ainda na concepção do projeto arquitetônico, implantou algumas inovações.

Segundo a diretora executiva da Vectra, Roberta Alves Nunes Mansano, as inovações trazidas para os empreendimentos visam não só atender as demandas dos clientes, mas também antecipar tendências e proporcionar qualidade de vida aos futuros moradores. “Temos uma inquietação grande em buscar soluções que atendam às necessidades do mercado e que nos diferenciem. E a energia solar fotovoltaica é uma tendência mundial, traz economia para o cliente e, além disso, oferece mais autonomia e valoriza os imóveis, que apresentam características modernas e perenes”, afirma.

O coordenador de projetos verticais da Vectra, Ricardo Yamaguti, destaca a importância de planejar o sistema antes mesmo da construção das torres para que ele seja viabilizado financeiramente e fisicamente, já que a tecnologia demanda espaço físico dentro do condomínio para a instalação e monitoramento de equipamentos. “Com a infraestrutura pronta, se os moradores desejarem fazer a gestão da usina fotovoltaica, bastará apenas adquirir os materiais e instalar as placas solares”, conta. Isso reduz o investimento do condomínio e aumenta os benefícios do uso do sistema.

O diretor comercial da Bono, Marcelo Abuhamad Filho, explica que, na maioria dos casos, é possível adaptar condomínios prontos para a instalação dos módulos solares, mas a concepção do projeto com o imóvel ainda na planta permite a compatibilização técnica, estrutural e estética. Abuhamad destaca que as placas garantem 30 anos de produção de energia, e os inversores, entre 5 e 15 anos, se feitas as manutenções preventivas, que ocorrem a cada quatro ou seis meses.

Segundo ele, aliada à solução de aproveitamento da energia solar, é importante pensar, também, na escolha adequada de tecnologias mais eficientes nos novos edifícios. “Quanto mais eficientes forem os equipamentos, menos energia proporcional o condomínio gastará ao longo do período”, enfatiza Abuhamad.

Conforto térmico

Um dos itens que mais pesam na conta de luz é o ar-condicionado, ainda mais numa cidade quente como Londrina. Para garantir o melhor aproveitamento do sistema de energia solar fotovoltaica, a Vectra traz para o Wonder e também o Wave – em construção na avenida Adhemar Pereira de Barros, Jardim Bela Suíça - o sistema VRV, sigla em inglês que significa Volume de Refrigerante Variável, marca registrada pela empresa japonesa Daikin. “É um dos mais modernos e eficazes quando o assunto é conforto térmico”, afirma Ricardo Yamaguti.

O gerente de engenharia de aplicação da Daikin, Fernando Pozza, explica que o sistema é caracterizado pelo baixo consumo de energia – até 50% menor comparado ao inverter – e de manutenção, redução da área técnica para instalação, design sofisticado e qualidade da distribuição do ar. “Com apenas uma máquina externa, o sistema atende toda a residência, diferente dos convencionais, que para cada ambiente precisa de uma máquina”, esclarece Pozza.

Internamente, um difusor linear é instalado na sala de estar e os outros ambientes recebem os chamados cassetes de uma via, todos embutidos no forro de gesso. Os equipamentos promovem o resfriamento e aquecimento e permitem a automação residencial, ou seja, o controle por meio de aplicativo de celular. Segundo Pozza, o VRV é mais eficiente, silencioso e tem durabilidade maior que os modelos tradicionais porque não liga e desliga o tempo todo, mas promove o ajuste da capacidade de carga térmica de acordo com a necessidade. “Se feitas as revisões e manutenções periodicamente, pode ter vida útil superior a 16 anos”, garante.

O Head de Inovação do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Norte do Paraná (Sinduscon Norte/PR), engenheiro civil Murillo Braghin, diz que o que vende um empreendimento, na prática, é a vivência que ele proporcionará ao morador, mas a sustentabilidade tem um apelo forte, assim como tecnologias capazes de agregar valor ao imóvel. “É hora de enxergar que tudo evolui, até o nosso jeito de morar”, aponta.  Ao mesmo tempo, ele admite ser muito trabalhoso implantar essas soluções para gerar benefícios aos clientes. “As construtoras que conseguem fazer isso ficam acima da curva no mercado”, opina.

Amanda de Santa/Asimp

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