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As pós-graduandas do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem, do Centro de Ciências da Saúde (CCS), Roberta Pickina Silva e Thammy Nakaya, atuam na elaboração de um gel para solucionar a sede sentida por pacientes internados em UTI.

Duas pesquisas promovidas por estudantes do Grupo de Estudo e Pesquisa da Sede (GPS), da Universidade Estadual de Londrina (UEL), que atua há uma década no estudo do manejo da sede em pacientes internados, precisam de voluntários para a fase de ensaios randômicos. As pós-graduandas do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem, do Centro de Ciências da Saúde (CCS), Roberta Pickina Silva e Thammy Nakaya, atuam na elaboração de um gel para solucionar a sede sentida por pacientes internados em Unidades de Tratamento Intensivo (UTI), entre eles pacientes de Covid-19 e recém-operados.

O gel, feito com mentol líquido encapsulado, está em fase de testes e foi desenvolvido recentemente pela equipe do GPS, coordenado pela professora do Departamento de Enfermagem Lígia Fahl Fonseca. Segundo Roberta Pickina, mestranda em Enfermagem, o produto foi desenvolvido pelo grupo de manejo da sede devido à demanda constante dos pacientes internados por água.

Muitos pacientes em UTI não podem beber quantidades adequadas de água por vários dias, o que causa desconforto, estresse e ansiedade, tanto para ele quanto para a equipe. “O produto é aplicado na mucosa da boca dos pacientes e proporciona uma absorção lenta e gradual, como os protocolos médicos exigem”, diz.

Com potencial de ser utilizado em outras instituições por todo o Brasil e também no Exterior, o produto deve ser testado em pacientes homens ou mulheres, de 18 a 50 anos. Os voluntários não devem ser fumantes ou etilistas (que consumam álcool muito frequentemente), nem ter qualquer doença crônica pré-existente, como diabetes ou hipertensão, por exemplo.

“A intenção é fazer um ensaio clínico randomizado para avaliar a aceitação sensorial do produto antes de testar nos pacientes de fato”, explica Roberta. A equipe busca cerca de 40 pacientes para o ensaio. Os interessados devem buscar a pesquisadora por meio do e-mail robertapickina@hotmail.com ou pelo WhatsApp (43) 99963-3858. 

Os que desejam participar devem fazer jejum de 8 horas antes da coleta, que será feita na sala 508, no HU/CCS, às segundas, terças e sextas-feiras, das 8h às 10h. Antes da realização dos testes o voluntário responderá um questionário de hábitos de hidratação e receberá orientações necessárias.

Voluntários

A doutoranda Thammy Nakaya, por sua vez, procura voluntários para outra fase de estudos do grupo. Concentrada nas questões hormonais envolvendo a neurofisiologia da sede (que compreende o estudo do hormônio responsável por enviar ao cérebro a mensagem de sensação de sede, a vasopressina ou hormônio antidiurético), a pesquisadora faz as coletas de sangue em um laboratório no Labimagem, localizado na Avenida Bandeirantes. Antes do procedimento da coleta, os pacientes recebem uma infusão de um soro hipertônico.

Os interessados em colaborar com a pesquisa de manejo da sede devem ser homens, entre 18 e 50 anos. “Não selecionamos mulheres por conta do ciclo menstrual, que pode atrapalhar os resultados”, explicou a doutoranda. Os voluntários devem ficar em jejum de 8 horas e a coleta acontece às quartas, quintas-feiras e sábados, às 8 horas. Após o procedimento é oferecido um lanche ao participante.

10 anos de estudos

Em atividade há dez anos, o GPS iniciou os estudos sobre manejo da sede em pacientes em estado de internação, intubação ou pós-operatório. Coordenadora do Grupo, Lígia relembra um produto que está em utilização há oito anos, desenvolvido pelo GPS e já utilizado em hospitais internacionalmente: o picolé mentolado. “O picolé já está em uso há anos e funciona, tem resolvido as queixas no HU. Só que em alguns casos nem o picolé os pacientes podem receber. Um paciente de traqueostomia, por exemplo, pode engasgar, por isso esses outros produtos estão em desenvolvimento”, explica.

Lígia conta que a ideia de estudar a sede nesses pacientes surgiu de um incômodo relatado por uma estudante de Enfermagem, que havia passado por um procedimento cirúrgico e ficou impossibilitada de beber água por muito tempo. “Os pacientes ,às vezes, ficam semanas com a boca aberta, então o desconforto é muito grande. Quando acaba a sedação, a primeira coisa que eles relatam é sede. Alguns choram, suplicam por água. Percebemos, nesse momento, que não havia muitos estudos nem preocupação com esse tema. Então, decidimos investigar”.

AEN

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