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Vários aspectos da religião serão abordados em evento gratuito, às 20h, no Museu Histórico; ingressos devem ser reservados antecipadamente

O lançamento oficial do projeto “A Umbanda na Terra do Café: entre Trajetórias e Histórias para Construção da Tolerância” será nesta quarta-feira (16), às 20h, no Museu Histórico de Londrina Padre Carlos Weiss. O evento trará um debate sobre o tema, e a entrada é livre, mediante presença confirmada com antecedência através do e-mail umbandanaterradocafe@gmail.com.

O público vai tomar conhecimento sobre a religião fundamentada em vibrações de matrizes africana e indígena, com fortes incorporações de elementos católicos e até mesmo kardecistas – ou do espiritismo. O debate terá a participação de Mãe Josi de Yemanjá, que é Mãe de Santo do Terreiro Manoel de Umbanda, há 22 anos, e da estudante Kattelyn Monte Paiva, que cursa Medicina na Universidade Estadual de Londrina. Sua iniciação na Umbanda se deu ainda criança e há 18 anos pratica a religião no Terreiro Manoel de Umbanda.

A mediação será feita por Fábio Lanza, graduado em Ciências Sociais, com mestrado em História e doutorado em Ciências Sociais. Lanza atua como professor do Departamento de Ciências Sociais na Graduação, no Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais e na Especialização em Religiões e Religiosidades da UEL.

O projeto “A Umbanda na Terra do Café: entre Trajetórias e Histórias para Construção da Tolerância” tem patrocínio da Secretaria Municipal de Cultura, por meio do Programa Municipal de Incentivo à Cultura (Promic).

Com Chris Vianna na coordenação geral, o projeto é uma realização da Atrito Arte Artistas e Produtores Associados (AARPA) em parceria com o Laboratório de Estudos sobre Religiões e Religiosidades (LERR), da Universidade Estadual de Londrina.

Foco em célebres personagens

“A Umbanda na Terra do Café: entre Trajetórias e Histórias para Construção da Tolerância” propõe-se a várias manifestações. A começar pela investigação da história dos terreiros (ou congás), que surgiram para o atendimento de um significativo número de pessoas da sociedade londrinense e até mesmo de cidades vizinhas.

Faz-se necessário, pois, trazer à tona o cotidiano da umbanda em Londrina, dos primórdios aos dias atuais. Para isso, é preciso apresentar – e reverenciar – notáveis personagens, que participaram e participam da construção da cultura umbandista em nossa cidade.

Entre alguns, Pai Roberto de Ogum (Pai de Santo do terreiro Ilê Axé Estrela Guia, que se localiza no Jardim das Palmeiras, zona norte de Londrina; Pai Sena de Ogum e a Mãe Josi de Yemanjá, ambos coordenadores do Centro Umbandista Manuel de Umbanda, localizado no Jardim Califórnia, região leste da nossa cidade, entre outros expressivos terreiros onde se pratica a Umbanda.

Para a coordenadora de pesquisa de “A Umbanda na Terra do Café: entre Trajetórias e Histórias para Construção da Tolerância”, Fernanda de Abreu, um dos aspectos mais importantes do projeto consiste na oportunidade de dar voz aos sujeitos locais que, historicamente, nunca foram ouvidos. “Buscar essas vozes da umbanda em Londrina, registrá-las e valorizá-las é muito gratificante. Com isso, promove-se uma forma de justiça social. O compartilhamento de vivências expande nossas referências culturais e históricas e, sobretudo nos enriquecer enquanto sociedade”, disse.

Levar conhecimento sobre a umbanda

O racismo cultural e a intolerância com linhagens religiosas afro-brasileiras serão abordados durante a execução de “A Umbanda na Terra do Café: entre Trajetórias e Histórias para Construção da Tolerância”.

O preconceito religioso provém do desconhecimento do papel que a religião cumpre, inclusive, no campo social através do auxílio às pessoas mais necessitadas. Tal solidariedade humana norteia todos os terreiros de Umbanda instalados em solo brasileiro.

O projeto parte do princípio que, com a propagação e intercâmbio de conhecimento de expressões culturais afro-brasileiras, é possível combater intolerâncias e estimular a formação cidadã para o respeito.

Além da valorização da comunidade umbandista local, e consequente disseminação da pluralidade religiosa, o projeto pretende propiciar o acesso da população ao vasto patrimônio material e imaterial dos terreiros e da trajetória de seus dirigentes

O cronograma do projeto contempla a publicação de um livro (com textos do escritor Maurício Arruda Mendonça e fotos de Yashiro Yamasu), a produção de um documentário (com direção do cineasta Carlos Fofaun, e que ficará disponível no canal do YouTube do projeto e em outras redes sociais), e a construção de um site permanente (com informações atualizadas).

Serão realizados também 15 debates em terreiros, escolas de capoeira e no Centro de Letras e Ciências Humanas da UEL. O projeto direciona-se também ao público jovem e aos alunos do Ensino Médio. Para isso, serão selecionadas, por meio de editais, cinco escolas, cada uma localizada numa região de Londrina.

NCPML

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