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Entidade quer a suspensão dos estudos para a venda da companhia até que ocorram debates amplos sobre as consequências da mudança

O diretor do sindicato que representa os trabalhadores dos Correios no Paraná (Sintcom-PR), Oseias Bravo de Melo, participou da sessão ordinária remota ontem (2) a convite do vereador Vilson Bittencourt (PSB). Melo solicitou apoio dos parlamentares da Câmara Municipal de Londrina na defesa da manutenção da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos como empresa pública e pela suspensão dos estudos que buscam viabilizar a privatização da companhia, até que sejam promovidos debates amplos sobre as consequências da mudança.

O diretor do Sintcom-PR ressaltou que os Correios atuam nos 5.570 municípios do país, cujas realidades econômicas, culturais e sociais são as mais diversas. Segundo Oseias Bravo de Melo, a privatização da empresa terá como consequência o fechamento de agências em cidades menores. "Muito tem sido equivocadamente dito sobre os Correios terem um suposto monopólio, que impediria a atuação da iniciativa privada. Concorremos de igual para igual com milhares de operadores logísticos [no setor de encomendas], desde microempreendedores individuais até grandes empresas, como a Fedex, DHL, entre outras. Mais que concorrentes, somos parceiros dessas empresas, uma vez que só nós estamos presentes em todos os 5.570 municípios brasileiros. E essas empresas utilizam a nossa estrutura quando não conseguem ou não têm interesse em fazer essas entregas, por não serem lucrativas", disse.

Ainda de acordo com ele, os Correios prestam outros serviços que não interessam economicamente à iniciativa privada, como emissão de CPFs e o transporte de medicamentos, hemoderivados e urnas eletrônicas. "Nessa pandemia, o mesmo Governo Federal que tenta a privatização da empresa, listou os Correios como atividade essencial e utiliza a empresa para a regularização do cadastro do auxílio emergencial, mais uma prova da capacidade da empresa de atender à população mais necessitada", afirmou. Oseias Bravo de Melo reclamou ainda da falta de investimentos nos Correios. Segundo ele, o efetivo da empresa foi reduzido em 17% nos últimos cinco anos após demissões incentivadas. O último concurso foi feito em 2011 e, de lá para cá, muitos trabalhadores se desligaram da empresa sem que houvesse reposição.

Também conforme o diretor do Sintcom-PR, os últimos balanços financeiros dos Correios mostraram lucro de R$ 161 milhões em 2018 e de R$ 102 milhões em 2019.

Pandemia

Durante a sessão, Oseias Bravo de Melo reclamou ainda do descaso dos Correios com a saúde dos trabalhadores neste momento de pandemia de covid-19. "Recebi denúncia de trabalhador que recebeu uma única máscara para trabalhar o dia inteiro, ou seja, oito horas. Nossa preocupação é com a população de Londrina também. E se um carteiro assintomático leva a doença para a casa das pessoas?", questionou.

Asimp/CML

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