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Reduzir pela metade o corte de florestas até 2020 e zerá-lo até 2030. Foram essas as intenções firmadas na Cúpula do Clima de 2014, que reuniu mais de 120 chefes de Estado na semana passada, na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York (EUA).

Ao final da cúpula, 32 dos 193 países membros da ONU endossaram a Declaração de Nova York, que fixa prazos para por fim ao desmatamento de florestas. Brasil, China e Índia estão entre os que não assinaram o documento.

O governo brasileiro informou que não foi convidado a participar da elaboração do documento e, por isso, não poderia se comprometer com as metas estabelecidas.

Para o deputado Alfredo Sirkis (PSB-RJ), no entanto, o País deveria ter assinado a declaração. "Não vejo razão nenhuma de o Brasil não ter assinado. O curioso é que, nos últimos anos, o Brasil fez bastante nessa questão. O desmatamento caiu de forma bastante significativa. O problema é que, nos dois últimos anos, voltou a subir, e isso tem várias razões, uma delas é o relaxamento por parte do governo", disse Sirkis.

Redução do desmatamento

A diretora de Políticas Públicas do Instituto de Pesquisa Ambiental (Ipam), Andréa Azevedo, explicou que o acordo de Nova York é, na verdade, uma declaração, que não cria obrigações entre os países signatários. Ainda assim, Andréa Azevedo considerou a postura do Brasil prejudicial.

"Estar dentro de um acordo como este não fere o que está previsto no Código Florestal, porque o código prevê que um indivíduo pode desmatar legalmente. Isso é uma sinalização política de que o Brasil pode e quer reduzir o desmatamento, e aumentar a produção reduzindo o desmatamento", disse Andréa.

Setor produtivo

O que diferencia essa cúpula das demais, segundo a diretora do Ipam, é a conscientização do setor produtivo sobre a responsabilidade ambiental.

"Não existe mais a percepção de que, por que estou lá na Holanda, e compro uma soja do Brasil, eu não sou responsável pelo desmatamento. O mundo se globalizou em suas responsabilidades também", afirmou Andréa Azevedo.

Novo acordo

O intuito da Cúpula do Clima foi o de mobilizar força política para a Conferência sobre Mudanças Climáticas de Paris, em 2015, quando negociadores tentarão aprovar acordo mais sólido e amplo sobre aquecimento global.

A Conferência sobre Mudanças Climáticas de Paris, a COP 21, marcará uma etapa decisiva na negociação de um acordo internacional que deve vigorar a partir de 2020. Pela primeira vez em mais de duas décadas, a ONU vai reunir todos os países membros, entre eles os maiores emissores de gases de efeito estufa.

Agência Câmara

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