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Local encontra-se tomado por resíduos, além do perigo de contaminação da nascente, população sofre com a queima constante do lixo, água parada também é problema

Água parada para o mosquito da dengue, descarte de materiais prejudiciais ao meio ambiente, queima de lixo. Agora junte tudo isso em um local a 100 metros de uma nascente de um córrego. Esta é a situação que encontramos na zona oeste de Londrina, mais especificamente, no jardim Santo André, quem tem por bairros vizinhos o Santa Rita V e VI.

O que era um improviso, tornou se definitivo. O espaço era pra ser um Ponto de Entrega voluntário (PEV), área pública delimitada e controlada pela Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU), que tem por objetivo receber resíduos sólidos, como madeira, entulho e podas de árvores descartados por jardineiros, carroceiros e pequenos geradores.  O limite de descarte por pessoa é 1m³, segundo a CMTU, isso equivale a 8 carriolas.

Devido à falta de controle do órgão, e a irresponsabilidade de quem descarta seus materiais, o espaço está totalmente tomado pelo lixo. A montanha de resíduos começa no fim da rua São Benedito, e ocupa grande parte da estrada de terra que termina aos fundos da Seara Transportadora, é quase 1 quilômetro de lixo descartado irregularmente. Restos de construção, pneus, podas de árvores, roupas, eletrodomésticos, além de um elemento perigoso e proibido pela legislação ambiental de ser descartado em qualquer lugar, a telha de amianto.

A resolução 348 do Conselho Nacional do Meio ambiente (Conama), de 2004, determina que produtos que têm o amianto como matéria-prima não podem ser descartados diretamente no meio ambiente. É necessário que tais materiais sejam dispensados junto a outros resíduos perigosos em locais especializados.

Mas o problema não termina por aí, além do amianto, que oferece riscos à saúde e ao meio ambiente, existe a queima do lixo, que produz uma fumaça constante, atingindo diretamente os moradores da região. Outro fator também preocupa, a água parada em abundância, possibilitando a facilidade da reprodução do mosquito aedes aegypti, transmissor da dengue zika e chikungunya.

Como se não bastasse todos esses problemas, ainda existe um agravante. A pouco mais 100 metros de onde termina o amontoado de lixo, está localizada uma nascente, trata-se do córrego do Páteo 2, que deságua no Ribeirão Lindóia, rio que forma o lago Norte. Por enquanto, a nascente não está sendo afetada diretamente pelo lixo, mas com o aumento do descarte irregular, muito possivelmente, ela sofrerá o impacto dessa irresponsabilidade humana.

Reivindicação dos moradores

O presidente da Associação de moradores do jardim Santa Rita V, José Aparecido Santana, organiza um protesto com a intenção de chamar a atenção do poder público para o problema. Segundo ele, a cada dia está mais insuportável conviver com essa situação. “A movimentação aqui é intensa, principalmente nos finais de semana, quando as pessoas vem descartar seus resíduos, na maioria das vezes podas de árvores. Quem vem pra cá em busca de coletar alguma coisa, coloca fogo nessas podas que estão na superfície, para ver o que tem por baixo, isso gera uma fumaça tóxica que dificilmente tem fim, o fogo nunca apaga”, comenta Santana.

O presidente da associação comenta que já procurou a prefeitura e notificou tanto a SEMA (Secretaria do Meio Ambiente) como a CMTU, mas que ainda não obteve uma posição quanto a solução para o problema, devido a isso, Santana organiza um protesto que busca chamar a atenção do poder público. “O trabalho feito aqui, é apenas o de amontoar o lixo, não queremos só isso, o certo seria a remoção dos resíduos. Estamos marcando uma manifestação, queremos que a CMTU venha aqui, que a SEMA veja de perto essa questão, temos que chegar a uma solução, do jeito que está não dá pra ficar, caso tenhamos uma resposta, não será necessário o protesto, mas se isso não vir a acontecer, nós vamos ter que fazer alguma coisa pra mudar essa situação, e a maneira é através de um manifesto” explica Santana.

Quem esteve acompanhando de perto o problema, foi o vereador Vilson Bitencourt, segundo ele é inaceitável a situação. “Isso é a degradação do meio ambiente, da própria sociedade, é triste observar que chegamos a um estado desses, o que podemos fazer é cobrar dos órgãos competentes um posicionamento que virá a favorecer a região, no caso a SEMA e a CMTU. Infelizmente estamos passando por um processo de controle no orçamento do município que limita nossas ações, e acaba que sentimos este impacto na prestação do serviço público, mas nesse caso, precisamos com urgência de uma solução”, explica o vereador.

Redação JU

#JornalUnião

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Lixo ocupa quase 1 quilômetro da estrada. Foto: Valdemir Camargo
José Aparecido Santana, presidente da Associação de moradores, com o vereador Vilson Bittencourt. Foto: Valdemir Camargo
Lixo favorece a proliferação do mosquito da dengue. Foto: Valdemir Camargo

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