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Comemorado em 5 de junho, data propõe uma reflexão sobre importância do equilíbrio entre desenvolvimento e conservação ambiental

Em 5 de junho é comemorado o Dia Mundial do Meio Ambiente, e com um terço da população mundial em isolamento social, conforme levantamento feito pela agência France Presse ( AFP ) , a reflexão sobre o consumo e o estilo de vida - hábitos que impactam diretamente o meio ambiente - está em pauta. Durante a quarentena, grande parte das atividades que geram impactos ambientais foi interrompida: "o volume de veículos em circulação foi restringido e muitas indústrias cessaram ou reduziram suas atividades, o que gerou a diminuição de gases emitidos na atmosfera. Ao mesmo tempo, o padrão de consumo também mudou, afinal já não é possível, neste momento, frequentar centros comerciais e os cidadãos estão criando uma consciência de consumo", aponta Ana Carolina Pierotti Jacobs Borato, engenheira ambiental professora da Pitágoras Londrina, lecionando as disciplinas de Gestão de Recursos Naturais e Energéticos, Gestão Ambiental e Gestão de Recursos Hídricos.

Para a especialista, é evidente que existe uma redução nos impactos ambientais decorrentes de atividades antrópicas, ou seja, da ação do ser humano sobre o meio ambiente. No entanto, é importante ressaltar que após o período de quarentena, com a normalização das atividades essenciais para a saúde econômica do país, a emissão dos gases também retornará aos índices abusivos, por isso, é ideal rever alternativas para manter o equilíbrio entre desenvolvimento e conservação ambiental.

"Órgãos ambientais consultivos, deliberativos e executivos, estaduais e federais que já atuam para controlar esses índices terão papel fundamental nessa transição. As legislações que abrangem nossas matrizes ambientais (água, ar, solo, floresta, entre outros) devem ser aplicadas e fiscalizadas". Ana Carolina alerta ainda que as resoluções ambientais que apresentam limites de poluentes e padrões ambientais merecem revisões.

A professora destaca os benefícios da quarentena para o meio ambiente:

• Qualidade do ar: vem melhorando significativamente em diversos pontos do mundo, como consequência da inatividade humana. Houve expressiva redução na emissão de gases e materiais particulados, poluentes associados às atividades antrópicas. A redução em emissões de carbono, em 2020, pode chegar em 6% segundo a Organização Meteorológica Mundial e aproximadamente 77 mil mortes por consequências da poluição do ar foram evitadas somente na China devido a redução de emissões de poluentes atmosféricos.

• Qualidade ambiental: está diretamente relacionada à saúde humana. A redução da emissão de poluentes é favorável principalmente para quem sofre de problemas respiratórios relacionados à poluição atmosférica.

• Oportunidade de crescimento, visando a universalização do saneamento: a melhor forma de prevenir o vírus é adotar boas práticas higiênicas e o desafio é como manter a higiene em locais que não são contemplados com condições mínimas de saneamento? "A falta de saneamento é a causa de inúmeras doenças e infecções virais. Inclusive, já foi confirmada a permanência do novo coronavírus nos dejetos humanos. Essa é uma oportunidade de crescer, buscando a universalização do saneamento no país. Os benefícios seriam ainda para os cofres públicos além da saúde da população brasileiro, pensando somente se 100% da população tivesse acesso a coleta do esgoto deixaríamos de ter mais de 74 mil internações por doenças de veiculação hídrica".

• Impacto nos mares e rios: as águas estão mais cristalinas, mas vale um alerta, os rios e mares seguem sendo impactados por descartes inadequado de esgoto. Os rios sofrem mais, devido ao baixo poder de diluição, comparado aos oceanos (grande volume de água). É urgente olhar à saúde pública neste sentido e manter a qualidade dos nossos mananciais é fundamental, visto que a água é essencial para a vida humana.

Victor Lopes/Asimp

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