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As listas de espécies ameaçadas são consideradas instrumentos de política pública, capazes de subsidiar estratégias de recuperação de espécies e seus habitats, na definição de novas Unidades de Conservação e nos programas de pesquisa e educação ambiental.

O Paraná, por meio da Secretaria do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo (Sedest) e o Instituto Água e Terra (IAT), iniciou as atividades para a atualização e revisão da Lista Estadual de Espécies de Fauna Silvestre Ameaçadas de Extinção. A ação está prevista no Plano de Ação Territorial (PAT) Caminho das Tropas Paraná-São Paulo, trecho que vai da região dos Campos Gerais e Campos de Guarapuava, no Paraná, até o Estado de São Paulo, passando por Itararé.

O PAT é coordenado pela Sedest e pela Secretaria de Meio Ambiente e Infraestrutura de São Paulo (Sima). O plano é apoiado no âmbito do Projeto “GEF Pró-Espécies: Estratégia Nacional para a Conservação de Espécies Ameaçadas do Ministério do Meio Ambiente”. Os trabalhos serão realizados ao longo de um ano, com previsão de entrega em julho de 2023.

A instituição que vai executar a revisão e atualização da Lista no Paraná é o Mater Natura – Instituto de Estudos Ambientais, selecionada por meio de uma carta convite publicada pela WWF-Brasil, agência executora do Projeto Pró-Espécies.

Segundo o biólogo e pesquisador do Mater Natura, Peterson Trevisan Leivas, o trabalho vai trazer um ganho para a conservação do Estado como um todo e também contribuir para avaliação de risco de espécies ameaçadas em todo o País.

“O estudo vai deixar claro para nós quais são as espécies que merecem atenção e esforços para sua preservação e os ambientes em que as espécies ocorrem. Esse documento também vai dar subsídio à tomada de ações referentes a territórios, como, por exemplo, a criação de unidades de conservação”, disse.

A gerente de Biodiversidade do IAT, Patrícia Calderari, ressalta a necessidade de revisar e atualizar a lista, pois ela está defasada. “Após a última lista publicada, tivemos novos conhecimentos adquiridos, além da ocorrência de outros vetores de pressão. É importante compilar informações das espécies de fauna que ocorrem no Estado do Paraná para subsidiar a avaliação do status de ameaça da fauna estadual”, afirmou.

“A recomendação é que as listas de espécies ameaçadas sejam documentos dinâmicos, revisados a cada cinco anos. Esta é uma grande oportunidade para atualizar os dados das espécies da nossa fauna”, destacou a bióloga e coordenadora de Recursos Naturais e Educação Ambiental da Sedest, Fernanda Braga.

As listas de espécies ameaçadas são consideradas instrumentos de política pública, capazes de subsidiar estratégias de recuperação de espécies e seus habitats, na definição de novas Unidades de Conservação e nos programas de pesquisa e educação ambiental. Também são fundamentais nas análises de impactos ambientais, avaliação de condicionantes e medidas compensatórias em processos de licenciamento.

Lista

O Paraná foi precursor na elaboração das Listas de Espécies Ameaçadas Estaduais e do Livro Vermelho da Fauna Constituída, em 1995, instrumento fundamental na popularização e divulgação das espécies ameaçadas, sendo o primeiro do País a criar uma lista regional.

Em 2004, a lista teve sua primeira atualização e ampliação, havendo em 2010 a revisão de mamíferos ameaçados de extinção e, em 2018, a revisão da lista de aves. O trabalho a ser desenvolvido ao longo deste ano visa a revisão e atualização da lista no Paraná com a inclusão de novos grupos de invertebrados.

O Projeto Pró-Espécies é financiado pelo Fundo Mundial para o Meio Ambiente (GEF, da sigla em inglês para Global Environment Facility Trust Fund), coordenado pelo Departamento de Espécies (Desp/MMA) e implementado pelo Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio), sendo o WWF-Brasil a agência executora.

PAT

A revisão e atualização da lista é uma das 70 ações que constituem o Plano de Ação Territorial Caminho das Tropas Paraná-São Paulo. Essa foi uma antiga via terrestre de ligação do Rio Grande do Sul com a Capitania de São Paulo durante o período do Brasil Colônia. A partir das décadas de 1910 e 1920 houve a construção de rodovias neste trecho.

Daniele Iachecen/Asimp

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