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Tilápia é o carro-chefe do Estado; cadeia produtiva consolida-se com a contribuição dos engenheiros de aquicultura, celebrados no dia 14 de julho

O Anuário 2022 da Peixe BR (Associação Brasileira da Piscicultura) aponta, mais uma vez, o Paraná como o maior produtor de peixes produzidos em cativeiro. Segundo o documento, a produção cresceu 9,3%, em 2021, com 188 mil toneladas, 16 mil toneladas a mais do que no ano anterior. O cultivo da tilápia respondeu por 182 mil toneladas, mais que o volume somado dos dois Estados que aparecem na sequência, São Paulo (76 mil toneladas) e Minas Gerais (47 mil toneladas).

O Estado tem um modelo de produção relacionado com as cooperativas agrícolas, com ênfase na região Oeste e, mais recentemente, no Noroeste. O investimento passa por infraestrutura, frigoríficos para abate e capacitação dos produtores. Em todas as áreas, a presença do engenheiro de aquicultura vem ganhando importância. A modalidade da Engenharia, que é celebrada no dia 14 de julho, tem contribuído para elevar a produtividade e gerar novas fontes de renda nas propriedades rurais.

Atualmente, há 15 engenheiros de aquicultura com registro ativo no Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná (Crea-PR). Maria Alice Nunes está entre eles. Contratada pela cooperativa agroindustrial Cocari, com sede em Mandaguari, no noroeste do Estado, atua em projeto de fomento à piscicultura na região, iniciado há dois anos, nos moldes da integração da produção de frangos - não por acaso, a tilápia é apelidada de “frango d'água”.

Entre as atribuições, a engenheira de aquicultura avalia as propriedades interessadas em aderir à piscicultura, elabora planos de ação específicos, levando em conta a produtividade, questões ambientais, as demandas do projeto e a projeção de lucros. Posteriormente, realiza as vistorias e as perícias.

 “Também trabalho com as equipes que formulam dietas e acompanham o desenvolvimento zootécnico dos peixes. O manejo das tilápias depende muito de questões técnicas, que envolvem a quantidade de ração e água, horários, temperatura da água. Todo o processo visa obter pescados saudáveis e com carne saborosa”, relata Maria Alice.

Em dois anos de projeto, foram cadastrados 271 produtores do noroeste do Paraná - 216 receberam visitas técnicas e 21 fazem parte do processo de integração à piscicultura. O número deve aumentar assim que um abatedouro da cooperativa inicie as atividades, em Alvorada do Sul.

Engenheira da produção

Originária de Cascavel e graduada em Engenharia de Aquicultura em 2019, pela Universidade Federal da Fronteira Sul, campus de Laranjeiras do Sul, Maria Alice vê-se como uma profissional a serviço da produtividade. Quesito que tem recebido mais e mais atenção.

“Há outro olhar para a piscicultura no país. São Paulo e Rondônia vêm crescendo, o agronegócio e os governos sinalizam novos investimentos para o setor. Além de ser uma alternativa de renda (um hectare de lâmina d’água rende três vezes mais do que o plantio de soja), os peixes de cultivo são parte da resposta para a produção sustentável de alimentos no planeta”, observa Maria Alice Nunes.

Maria Alice Nunes, engenheira de aquicultura (Crédito - Arquivo Pessoal)

Atribuições do engenheiro de aquicultura

De acordo com a Resolução nº 218/73 do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea), compete ao engenheiro de aquicultura o desempenho das atividades referentes ao cultivo de espécies de águas doces, estuarinas e marinhas, irrigação e drenagem para fins de aquicultura, ecologia e aspectos de meio ambiente referentes à aquicultura, análise e manejo da qualidade da água e do solo das unidades de cultivo e de ambientes relacionados a estes, cultivos de espécies aquícolas integrados à agropecuária, melhoramento genético de espécies aquícolas, desenvolvimento e aplicação da tecnologia do pescado cultivado, entre outras atribuições.

Eduardo Pereira/Asimp

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