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Com organização do trabalho e capacitação, produtores atingem novo patamar de comercialização; venda direta garante 40% a mais de rentabilidade 

Pequenos produtores de morango do norte pioneiro do Paraná comemoram contrato firmado com uma rede de supermercados da região. Organizados através da Associação Norte Velho dos Produtores Rurais de Jaboti, Japira, Pinhalão e Tomazina, os fruticultores cultivam em torno de 400 mil plantas e, neste primeiro momento, venderão cerca de 20% da produção ao grupo Molini’s. A expectativa, com o passar do tempo, é aumentar o volume de comercialização.

O morango é uma das principais culturas do segmento de frutas do Paraná. Dados mais recentes da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (Seab) apontam um Valor Bruto de Produção (VBP) de quase R$ 260 milhões. Momento positivo que impacta no trabalho da associação e gera bons negócios.

“Vamos firmar o elo com a rede de supermercados Molini’s. Pretendemos montar embalagens diferenciadas, classificar os morangos, e a nossa intenção é comercializar até 50% da produção com o grupo”, conta o produtor e diretor da associação, Marcelo Siqueira.

O contrato comercial é resultado de um projeto do escritório do Sebrae Paraná no norte pioneiro, que visa o desenvolvimento territorial e a transformação da região em referência em produtos diferenciados no agronegócio. A iniciativa com o morango começou a partir de um diagnóstico que apontou que, nas quatro cidades, predominava a produção da fruta, com cerca de 500 produtores.

O consultor do Sebrae Paraná, Odemir Capello, lembra que o trabalho passou por fases, como a articulação com lideranças e a realização do planejamento estratégico. As capacitações voltadas ao manuseio da fruta e a produção com baixa aplicação de defensivos agrícolas também foram essenciais para elevar a qualidade do produto.

“Durante o processo, os produtores viram a necessidade de formalizar uma associação. Quando essa organização estava bem estruturada, decidiram que era o momento de evoluir para outro patamar de comercialização”, explica o consultor.

Para atingir esse objetivo, uma pesquisa foi realizada, no fim do ano passado, em sete redes de supermercados da região norte do Paraná. Os resultados nortearam o avanço na forma de vender o morango.

“O estudo mostrou que o preço não era o quesito mais importante para cinco dos supermercados pesquisados, e sim o que o fornecedor oferecia: fruta de qualidade, com padrão, doce e que não tivesse interrupção de fornecimento”, pontua Capello.

Com os dados e o acompanhamento do Sebrae Paraná no norte pioneiro, a associação fechou a negociação com a rede, que conta com lojas em oito municípios da região.

“O contrato garantiu um diferencial na negociação. Conseguimos rentabilidade 40% maior, já que as frutas não passam por intermediários. Isso nos incentiva a produzir e nos dedicar à qualidade da fruta. Como estamos entregando direto ao mercado conseguimos levar um produto mais fresco e até pra quem compra fica mais barato. Agora, o pequeno produtor pode começar a sonhar”, explica o produtor Marcelo Siqueira.

A diretora da rede de supermercados Molini’s, Ana Carla Bartolini Molini Ferrari, conta que segue o legado deixado pelo pai e fundador do grupo, José Carlos Molini, que é valorizar os produtos e projetos da região. A cidade escolhida para o projeto piloto foi Santo Antônio da Platina.

 “Nossas dores eram ligadas às rupturas no fornecimento. Muitas vezes, tínhamos que buscar nas centrais de abastecimento. Comprando direto do produtor economizamos nessa logística, o produto tem mais qualidade e rende mais para o cliente final. O lançamento foi um sucesso, vendemos 100% do produto e pretendemos colocar nas outras lojas”, comemora.

Novos mercados e Indicação Geográfica (IG)

A venda direta para o supermercado é importante para que os pequenos produtores tenham contato com novas formas de comercialização do morango. “Eles vão aprender a lidar com um mercado que não conheciam - um outro tipo de negociação - que envolve trabalho de logística, organização da produção, embalagem e entrega. Assim, eles ganham expertise para novos negócios”, comenta o consultor do Sebrae Paraná, Odemir Capello.

O morango produzido no norte pioneiro passa, atualmente, por um processo de certificação de Indicação Geográfica (IG), chancela que trará mais visibilidade e notoriedade para a produção do território.  A IG está em análise no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).

Asimp/Sebrae Paraná

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