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Produtores de frutas, legumes e hortaliças sofreram impacto nas vendas e buscam meios digitais para recuperar mercado

A pandemia do coronavírus afetou quatro cooperativas do Vale do Ivaí e uma de Arapongas que tinham como principais clientes os governos do estado e municípios, com a entrega de frutas, legumes e hortaliças para a merenda escolar. Com a suspensão das aulas, os produtores cooperados ficaram pelo menos um mês sem ter como comercializar os estoques de alimentos. Era necessária uma solução rápida e urgente. A saída foi começar a divulgar os produtos online.

A assistente social do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – (IDR-Paraná) na região de Apucarana, Rafaela Cristina Bernardo, explica que o principal mercado dos cooperados é o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), com exceção da Cooperativa de Comercialização e Reforma Agrária União Camponesa (Copran), de Arapongas, que atua no segmento de laticínios. “Até que o governo estabelecesse uma alternativa para garantir a merenda, as cooperativas ficaram um mês na incerteza”, lembra.

Foi então que um grupo de agricultores se uniu para organizar um delivery. “Criamos página no Facebook e conta no WhatsApp Business e deu muito certo. Na primeira semana recebemos 80 pedidos”, conta.

A instituição realizou um diagnóstico para entender o nível de conhecimento que as cooperativas tinham sobre as ferramentas digitais e, com base nos resultados, procurou o Sebrae/PR para realizar uma parceria e capacitar os cooperados.

Além da Copran, participaram das oficinas associados da Cooperativa dos Cafeicultores de Pirapó (Coocapi), Cooperativa dos Agricultores Familiares de Novo Itacolomi (Cofai), Cooperativa dos Viticultores de Jandaia do Sul (Cooperviti) e Cooperativa de Comercialização Camponesa Vale do Ivaí, de Jardim Alegre (Cocavi).

A consultora do Sebrae/PR, Cinara Tozatti, explica que os participantes aprenderam como criar páginas nas redes sociais, configurar o WhatsApp Business, manipular o Canva - plataforma de design gráfico usada para criar conteúdo visual para a internet.

“Buscamos ferramentas gratuitas e de fácil acesso para que os produtores pudessem compreender melhor o cenário digital e aplicar essas tecnologias nos negócios como alternativas para vendas”, afirma.

Os cooperados também aprenderam como se organizar para ofertar as cestas, separar grupos, determinar um período para o recebimento dos pedidos, programar a produção, preparar o envio dos alimentos, e até utilizar aplicativos para receber pagamentos do consumidor final.

Agora, a segunda etapa é alinhar o uso das ferramentas por meio de consultorias individuais e customizadas para cada cooperativa.

A produtora de frutas exóticas de Jandaia do Sul, Márcia Cristina Franzini Costa, já trabalhava com vendas online antes da pandemia. Usava o WhatsApp e o Instagram para divulgar e comercializar a produção de pitaya e três variedades de maracujá doce. No início da crise, ela conta que a propriedade sofreu um grande impacto nas vendas.

“Tenho dois clientes que compram pitaya em grande quantidade para vender aos turistas na fronteira de Foz do Iguaçu. Quando começou a pandemia, eles cancelaram os pedidos”, lembra.

Como não tinha condições de comercializar as frutas em larga escala como antes, Márcia investiu em divulgação nas redes sociais, inclusive com posts patrocinados, e estendeu a área de entregas para o consumidor final. Com as oficinas, ela teve a chance de aprender e explorar mais as ferramentas.

“A gente não sabia a forma correta de trabalhar, as técnicas para fazer uma boa divulgação. Se eu não tiver o celular na mão e esses canais, não vendo um quilo sequer hoje. A internet é minha principal ferramenta de venda”, confessa.

A representante da Coocapi, Mariana Natali Lorenzini, diz que a pandemia acendeu um alerta entre os 194 cooperados que, hoje, fornecem frutas e legumes apenas para a merenda de escolas municipais e estaduais.

 “Queremos abrir novos mercados e atender supermercados e outros centros”, pontua. Após as oficinas, a cooperativa viu a necessidade de mudar o registro do nome, que já existe, e reformular a logomarca para, então, criar canais de comunicação e vendas na internet. “Nossa intenção é usar as redes sociais para mostrar a nova identidade da cooperativa e abrir novos mercados”, adianta.

Adriano Oltramari/Asimp/Sebrae

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