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Ortigueira implantou tecnologia do Inseto Estéril e conseguiu controlar a doença mesmo com epidemia do estado

O Paraná vem enfrentando uma grave epidemia de dengue que atinge mais de 90% dos municípios do estado. Além das positivações, o estado vem registrando um grande número de mortes, somente na última semana foram 6 óbitos confirmados.

A cidade de Ortigueira, na região centro-norte do Paraná, vem enfrentando um cenário completamente diferente. Por lá, foi implantada a tecnologia Controle Natural de Vetores, desenvolvida pela Forrest, uma empresa israelense que desenvolveu a tecnologia, seguindo os mesmos princípios da técnica do inseto estéril, em que os mosquitos machos estéreis são soltos de forma massiva. Os machos estéreis se acasalam com as fêmeas selvagens, que deixam de procriar, provocando uma redução na infestação do mosquito e disseminação de doenças como a Dengue, Chikungunya, Zika e Febre Amarela urbana.

O Projeto Controle Natural de Vetores desenvolvido pela Forrest Brasil Tecnologia, com trabalho de cientistas brasileiros e israelenses, é realizado no local em parceria com a empresa Klabin, desde novembro de 2020. Em um ano, a redução foi de 90% no número de larvas viáveis encontradas em campo. A tecnologia não faz mal à saúde da população, diferente de outros produtos que são utilizados, como o fumacê.

Nas cidades limítrofes a situação é bem diferente. Em Tibagi, por exemplo, são mais de 769 casos confirmados de dengue, segundo o boletim da Secretaria Estadual de Saúde, divulgado no dia 24 de maio, enquanto isso, mesmo com epidemia em mais de 200 municípios do estado, em Ortigueira são apenas 4 casos.

O estudo da tecnologia é reconhecido pela comunidade científica internacional, sendo publicado no Journal of Infectious Diseases, revista médica revisada por pares, editada pela Oxford University Press em nome da Sociedade de Doenças Infecciosas da América, principal referência na área. A Secretaria de Saúde do Paraná também reconhece e aprova a tecnologia.

A cientista Lisiane Poncio, explica que a redução dos casos é uma consequência da redução no número de mosquitos em campo. Em Ortigueira, nos primeiros 6 meses a redução no número de larvas encontradas em campo foi de 90%. De um ano para o outro o número de pessoas doentes também caiu, de 120 para 5, quase 95%, sem nenhuma morte.

“Hoje mesmo com o cenário de epidemia de dengue registrado no estado e em cidades vizinhas o número de casos em Ortigueira é baixo. São três boletins estaduais divulgados em que não são registrados novos casos de dengue, isso ocorre graças ao trabalho desenvolvido na cidade”, diz a cientista.

Antes de ser implantado em Ortigueira, o projeto piloto foi desenvolvido na cidade de Jacarezinho, norte pioneiro, por lá duas regiões que sofriam constantemente com a dengue viram o número de casos cair. Atualmente os mosquitos que são soltos nas áreas tratadas são produzidos em Londrina.

Rodolfo Salloum/Asimp

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