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A deputada estadual Luciana Rafagnin (PT-PR), líder do Bloco Parlamentar da Agricultura Familiar na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), fez pronunciamento na sessão plenária desta segunda-feira para cobrar do governo do estado o socorro emergencial aos agricultores familiares e camponeses paranaenses que amargam prejuízos decorrentes de três anos de estiagem. Entidades que representam o segmento, como sindicatos, cooperativas, associações e movimentos populares, estão convocando mobilizações e ações de luta nos estados do Sul e em Brasília para protestar contra o descaso dos governos federal e estaduais diante do drama de milhares de famílias produtoras. Segundo indicadores do Departamento de Economia Rural da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Deral/Seab), divulgados no início do ano, com base apenas na produção de grãos do estado, em especial soja, milho e feijão, a economia do Paraná lá soma prejuízos com a estiagem de cerca de 25 a 30 bilhões de reais

“O empobrecimento do campo impacta diretamente o abastecimento de alimentos, uma vez que a agricultura familiar responde por mais de 70% da comida que chega à mesa da população”, disse a líder do Bloco Parlamentar. Ela lembra que o levantamento governamental dos prejuízos com a estiagem não dá conta da dimensão real do problema. “Não estão contabilizadas as perdas dos produtores de leite e de hortifrutigranjeiros”, acrescenta. A agroindústria familiar “Orgânicos Escher”, que fica em Campo Magro, Região Metropolitana de Curitiba, que produz, entre outros alimentos, derivados de leite, perdeu por duas vezes seguidas toda a produção de milho somente do ano passado para cá e isso frustrou, por sua vez, a produção de silagem que alimentaria o rebanho de vacas leiteiras. A primeira vez que o milho foi plantado, entre setembro e outubro, não choveu e não foi possível colher o grão. A segunda, entre novembro e dezembro, foi perdida de novo. As chuvas vieram só no final de dezembro e início de 2022, mas as incertezas quanto à colheita e as frustrações da safra persistem. A família não sabe quanto milho vai conseguir produzir para alimentar a criação e pode até ter de vender vacas por falta de alimento.

Pauta Estadual

No Paraná, atos já estão agendados para acontecer nesta quarta-feira, dia 16, nas regiões Oeste, Sudoeste, Centro, Centro-Sul e Noroeste. Em Francisco Beltrão, o ato acontecerá na sede do Sindicato dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (Sintraf), das 9h às 12h. Os principais pontos da pauta estadual de reivindicações da agricultura familiar e camponesa são: política de proteção, conservação e pagamentos por serviços ambientais, programa de auxílio emergencial, identificação e fomento para agricultores familiares que não acessaram recurso público através de crédito rural (descobertos de seguro agrícola, portanto) e assistência técnica e extensão rural.

Thea Tavares/Asimp

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