Digite pelo menos 3 caracteres para uma busca eficiente.

Em agosto de 2020, quando o novo modelo de concessão das rodovias paranaenses ainda era pouco falado, os deputados estaduais paranaenses atentos ao tema, já que as atuais concessões se encerram em novembro desse ano e o Governo Federal caminhava para a apresentação de um novo modelo de concessão, criaram a Frente Parlamentar sobre o Pedágio.

Desde então o grupo de deputados estaduais realizou 13 audiências públicas, presencial e remota, para mostrar à sociedade o quão nocivo seria o modelo definido pelo Ministério de Infraestrutura. Na visão dos deputados o modelo híbrido, com a cobrança de taxa de outorga e limite no percentual de desconto sobre as tarifas, além do reajuste em 40% nas tarifas quando as obras de duplicação fossem realizadas faria com o que Paraná fosse novamente “cobaia” em um modelo de concessão e que poderia prejudicar, por mais 30 anos, o setor produtivo e toda a população do estado.

O deputado Luiz Claudio Romanelli (PSB) reforça que as audiências públicas demonstram a necessidade de rever o modelo proposto pelo Governo Federal. “Ampliamos a discussão levando o tema a todas as regiões do Paraná. E a posição da sociedade civil organizada é a mesma dos deputados estaduais: queremos um pedágio com tarifas mais baixas, sem a cobrança de taxa de outorga e com a garantia de obras nos primeiros anos dos contratos”, afirma.

Agora, esse debate chegará à Brasília. O senador Flávio Arns (PODE), que tem participado das audiências públicas da Frente Parlamentar paranaense propôs a realização de uma audiência no âmbito federal, com a participação de representantes do Ministério da Infraestrutura, da ANTT, da Frente Parlamentar Sobre os Pedágios (PR), da Coordenação do G7 (entidade paranaense que congrega o setor produtivo do Paraná), e secretários estaduais da Infraestrutura do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. O encontro ainda não tem uma data definida.

Manifesto

No Paraná, um manifesto, assinado pelos 54 deputados estaduais, pontua as conclusões das audiências públicas realizadas pela Frente Parlamentar sobre o Pedágio. O documento, que foi protocolado na Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) demonstra que a sociedade paranaense é amplamente contrária à proposta da União para a concessão de rodovias.

Entre os pontos apresentados está a contrariedade ao modelo híbrido proposto, como critério de desempate de leilão, com a cobrança da maior outorga; também são contrários à criação de degrau tarifário de 40%, após a duplicação de trecho de rodovia; a defesa que no contrato conste cláusula de garantia de realização das obras por meio de deposito de caução; o critério do leilão deve ser exclusivamente pelo menor preço de tarifa, sem limite de desconto; a obrigatoriedade de que as obras sejam realizadas no início do contrato; além da criação de novas praças e a localização das praças de pedágio já existentes, principalmente aquelas previstas em áreas urbanas e em áreas que afetem o livre tráfego regional e entre cidades próximas, interferindo no trabalho, estudo, segurança, saúde dos usuários e gerando impacto social e econômico regional.

TCU

Outra medida realizada pelos deputados que integram a Frente Parlamentar foi protocolar no Tribunal de Contas da União uma representação solicitando a suspensão de todas as etapas do processo licitatório para a concessão de rodovias que cortam o Estado. O documento aponta uma série de irregularidades e ilegalidades no processo conduzido pelo Ministério da Infraestrutura e Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), entre elas a ausência Lei Estadual que autorize o Poder Executivo a promover a delegação para a União, da administração e exploração de rodovias estaduais, pena de violação da legalidade administrativa. A expectativa é que essa representação seja analisa nos próximos dias pelo TCU.

ALEP

#JornalUnião

Utilizamos cookies e coletamos dados de navegação para fornecer uma melhor experiência para nossos usuários. Para saber mais os dados que coletamos, consulte nossa política de privacidade. Ao continuar navegando no site, você concorda integralmente com os termos desta política.