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Setor contratou mais pessoas entre 18 e 24 anos do que profissionais mais experientes. Mas também foi nesta faixa etária que houve maior rotatividade nas empresas

A indústria de transformação do Paraná contratou mais jovens em 2018. É o que revela um levantamento realizado pelo departamento econômico da Fiep, com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Segundo as informações, foram contratadas pelo setor 210 mil e 600 pessoas, de janeiro a novembro do ano passado, e desligadas 200 mil no mesmo período. Com isso, o saldo de empregos na indústria ficou positivo, com cerca de 10.600 trabalhadores ativos. A maioria dos admitidos, quase 73 mil, está na faixa de 18 a 24 anos. Em seguida, os trabalhadores com idade entre 30 a 39 anos, 56 mil aproximadamente.

Apesar de positivo, o saldo é 40% menor do que o registrado em igual período de 2017, que foi de 17 mil e 700 novas vagas de emprego. “Este resultado pode ter relação com o ano atípico na economia, que sofreu interferência do período eleitoral, onde os empresários aguardam as definições para depois tomar suas decisões, por exemplo, com relação a investimentos e contratações, e ainda, por conta da paralisação dos trabalhadores do transporte rodoviário no primeiro semestre do ano, que trouxe uma série de prejuízos à indústria”, analisa o economista da Fiep, Evânio Felippe.

A faixa etária que mais registrou demissões em 2018 foi a de empregados entre 30 e 39 anos, com 57,1 mil desligamentos, seguida pela mais jovem, de 18 a 24 anos, com 56,8 mil dispensados. Quando se admite e demite muito numa mesma faixa etária, a constatação é de que há maior rotatividade no mercado, uma tendência maior das empresas de experimentarem mais até encontrarem profissionais que atendam suas necessidades e tragam melhores resultados”, explica. Apesar disso, a diferença entre abertura e fechamento de vagas nesta faixa jovem é pequena, apenas 1.200 vagas a menos. Já na faixa de 50 a 64 anos, foram excluídos 5.500 postos de trabalho.

Seguindo este raciocínio, a faixa etária de 18 a 24 anos, foi a mais beneficiada em relação a abertura de novas vagas na indústria em 2018. Foram criados 15.600 novos postos de trabalho, de janeiro a novembro. Se adicionada a faixa etária seguinte analisada pelo Caged, incluindo pessoas entre 25 até 29 anos, o valor sobe para 16.842 novas vagas. Porém, quando reunidas as demais faixas, de 30 a 65 anos, observa-se a extinção de 9.900 postos de trabalho. “A recuperação da indústria no que tange a abertura de vagas está ocorrendo porque o saldo entre vagas criadas e extintas é positivo, mas observa-se que este crescimento se concentra basicamente entre os jovens”, explica Felippe.

Em 2017 este comportamento foi um pouco diferente. Houve criação de quase 21.900 novas vagas na faixa de 18 até 39 anos, de janeiro a novembro. E foram extintos 7.750 postos de trabalho ocupados por pessoas acima de 40 anos, sendo a maioria, mais de 5 mil, entre empregados com mais de 50 até 64 anos. “Em 2018 houve um achatamento nas contratações por faixas etárias, que mostra que entre os que estão desempregados, os jovens estão encontrando mais facilidade e oportunidades para iniciar a carreira profissional na indústria do que os mais velhos para se manterem no mesmo segmento. Mas a expectativa para 2019 é positiva.

De acordo com o estudo anual da Fiep, Sondagem Industrial, com participação de 620 empresas do setor no Paraná, 81% dos gestores estão otimistas para 2019. Entre eles, 27% pretendem contratar mais empregados este ano. E entre os 0,87% que revelaram estar pessimistas, nenhum deles acredita em redução de vagas, o que já é um bom sinal para quem quer retornar ao mercado de trabalho formal.

Patrícia Gomes/Asimp

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