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Primeiras movimentações no canteiro de obras começaram no dia 7 de agosto de 2019; em apenas um ano, mais de 30% do cronograma estão concluídos. Recursos são da Itaipu Binacional.

Há exatamente um ano, no dia 7 de agosto de 2019, começavam as primeiras movimentações no canteiro de obras da Ponte da Integração Brasil-Paraguai, entre Foz do Iguaçu (PR) e Presidente Franco (Alto Paraná). O vaivém de homens e máquinas, na cabeceira brasileira da futura ponte, ao lado do Marco das Três Fronteiras, indicava uma mudança definitiva na paisagem da região. “Estamos vivendo um momento histórico: este local onde aqui estamos hoje nunca mais será o mesmo”, afirmou naquela manhã o diretor-geral brasileiro de Itaipu, general Joaquim Silva e Luna.

De fato, o espaço mudou radicalmente, como previu o general. Apenas um ano após o início da construção, mais de um terço da obra está concluído, tornando-se exemplo de eficiência na aplicação de recursos públicos. O ritmo manteve-se acelerado a despeito dos entraves burocráticos (que são comuns em obras de grande porte, envolvendo dois países), da pandemia de covid-19, que pegou a todos de surpresa, a partir de março, e da forte estiagem, que reduziu o nível do rio Paraná e dificulta o transporte de insumos.

“O aniversário de um ano do início da obra, com avanço de 30% da construção, demonstra o compromisso e a seriedade de transformar promessa em entrega”, afirmou Silva e Luna, nesta semana. O compromisso foi assumido ainda na posse do general, no dia 26 de fevereiro do ano passado, pelos presidentes Jair Bolsonaro (Brasil) e Mario Abdo Benítez (Paraguai). Menos de três meses depois, no dia 10 de maio, os presidentes voltaram à região para o lançamento da pedra fundamental.

O governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Junior, durante visita técnica ao canteiro de obras, no início do ano, lembrou que o projeto estava em discussão havia mais de 25 anos e foi tirado do papel em tempo recorde pelo atual governo. Ele estima que o investimento vai abrir mercados e trazer mais riqueza não apenas para a região, mas para o Estado, Brasil e Paraguai. “Somos responsáveis pela gestão dessa obra, que só traz pontos positivos, representando uma equação de ganha-ganha”, declarou.

Também em visita ao canteiro de obras, em fevereiro, o ministro de Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, disse que a nova ponte vai facilitar o transporte de cargas e região e fortalecer a relação de Brasil e Paraguai – que são sócios na maior geradora de energia do planeta, a Itaipu Binacional. “Com a concretagem dos blocos, já podemos sentir o coração da obra bater”, comparou.

Transformação

Hoje, já é possível ver os oito pilares da margem brasileira quase prontos (os maiores com 60 metros de altura) e parte das sapatas, estruturas que darão sustentação à nova ponte. Também chegaram ao canteiro de obras as primeiras vigas longarinas, que são estruturas metálicas com 20 metros de comprimento e 60 toneladas. Essas vigas servirão de base para a pista de rolamento.

O movimento no canteiro de obras é intenso, com aproximadamente 450 trabalhadores. A expectativa do consórcio Construbase-Cidade-Paulitec, responsável pela construção, é que em abril de 2021 os trabalhos avancem sobre o rio, conectando ambas as margens. Com o cronograma sendo cumprido à risca, a nova ponte internacional deve ser inaugurada em março de 2022.

A estrutura terá 760 metros de comprimento e vai ser do tipo estaiada, com vão-livre de 470 metros – o maior da América Latina, correspondente a um edifício com 156 andares. Contará com pista de 3,7 metros de largura em cada faixa, acostamento de 3 metros e calçada de 1,70 metro.

Os recursos são da Itaipu Binacional, que está investindo aproximadamente R$ 463 milhões no projeto, considerando a estrutura, as desapropriações e a criação de uma perimetral no lado brasileiro, que vai ligar a nova ponte e a aduana da Argentina à BR-277, caminho para Curitiba e Porto de Paranaguá. A gestão da obra é do governo do Paraná, por meio do Departamento de Estradas de Rodagem (DER).

Longo caminho

O projeto de uma nova ligação entre Brasil e Paraguai, pelo Rio Paraná, é uma antiga reivindicação da região. Mas o caminho até o início da construção foi longo. A primeira vez que Brasil e Paraguai firmaram um acordo para a obra foi em 1992, há 28 anos. De lá para cá, acordos foram assinados, comissões foram criadas, editais publicados, porém, sem resultado efetivo. Uma das maiores dificuldades era viabilizar financeiramente o empreendimento.

Foi apenas no final de 2018 que os governos do Brasil e Paraguai encontraram uma solução, com a Itaipu Binacional assumindo o compromisso de financiar não apenas uma, mas duas pontes internacionais – a outra, em fase de projeto, vai conectar Porto Murtinho, no Mato Grosso do Sul, a Carmelo Peralta, no Paraguai.

Para a Ponte da Integração, um dos objetivos é receber o tráfego de veículos pesados do país vizinho e desafogar a Ponte Internacional da Amizade, construída há 55 anos e que se transformou numa das fronteiras mais movimentadas do mundo. Outro benefício será retirar o movimento de caminhões do centro de Foz do Iguaçu. Além de trazer mais segurança e conforto à população, o investimento tem potencial de gerar benefícios socioeconômicos para a toda a região de fronteira.

No lançamento da obra, o governador Carlos Massa Ratinho Junior destacou que a nova ponte permitirá uma “mudança considerável na questão logística, na entrada e saída dos países”. “Vem ao encontro do projeto de logística que temos para o Paraná”, reforçou.

O general Silva e Luna afirma que os investimentos estão alinhados às diretrizes do governo federal e deixarão um legado para as futuras gerações. “O governo Bolsonaro tem nos dado todas as condições para que possamos remanejar os recursos sem que isso afete a conta de energia paga pelo consumidor brasileiro”, salientou.

Asimp/ Itaipu Binacional

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