STJ confirma júri do pai e avó de Eduarda Shigematsu
“Apresentei diversos requerimentos solicitando rigor no caso por parte do poder público. O resultado está aí: o Superior Tribunal de Justiça (STJ) não reconheceu um recurso apresentado pelos advogados de defesa de Ricardo Seidi, pai da menina Eduarda Shigematsu, e confirmou a decisão de pronúncia que submeteu Ricardo Seidi e a avó, Terezinha de Jesus Guinaia, a julgamento pelo Tribunal do Júri. Um crime bárbaro que chocou Rolândia, o Paraná e o Brasil! Foi no dia 28 de abril de 2019 que o corpo de Eduarda Shigematsu, de 11 anos, foi encontrado enterrado nos fundos da casa da família”, lamentou o deputado estadual Cobra Repórter (PSD), que é o presidente da Comissão de Defesa da Criança, Adolescente, Idoso e da Pessoa com Deficiência (Criai) na Assembleia Legislativa do Paraná.
Na decisão, o ministro Humberto Martins, do STJ, afirma que “o recurso é manifestamente intempestivo, porquanto interposto fora do prazo de 15 dias corridos”. Com a decisão, o processo retornou para Rolândia. Os advogados devem apresentar agora as testemunhas que irão depor. A data do julgamento ainda não foi marcada.
O deputado Cobra Repórter, desde o início, acompanhou o caso de perto. Ele lembra, inclusive, que organizou uma passeata no entorno da Igreja Matriz cobrando justiça! “Eu, como pai, fico revoltado toda a vez que me recordo do que aconteceu com essa criança”, lamentou o deputado Cobra Repórter.
O Caso
Eduarda estava desaparecida desde o dia 24 de abril de 2019, depois de chegar do Colégio Estadual Presidente Kennedy, em Rolândia, onde estudava. O sumiço da garota foi apurado pelo Serviço de Investigação de Crianças Desaparecidas (Sicride) da Polícia Civil.
Com base nas investigações, a polícia acabou prendendo o pai da menina, Ricardo Seidi, que confessou a ocultação de cadáver, mas não o homicídio. Em seu depoimento, Seidi disse que encontrou a filha enforcada , que ela “teria tirado a própria vida” e ele, no desespero, enterrou o corpo. Ricardo Seidi continua preso esperando o julgamento. Só que um exame do Instituto Médico Legal (IML) apontou que a menina morreu esganada.
A avó de Eduarda, Terezinha de Jesus Guinaia, mãe de Ricardo, prestou depoimento na época e chegou a ser presa. O delegado de Rolândia afirmou que a avó negou envolvimento no caso. Terezinha foi colocada em liberdade. Ela é ré no processo e também vai a júri popular por falsidade ideológica e ocultação de cadáver.
Meire Bicudo e Veruska Barison/Asimp
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