Esse versículo está em uma das liturgias desta semana e foi a minha inspiração para essa mensagem. Jesus veio para nos trazer a liberdade.
Deus criou o homem de tal forma que deixou a decisão de sua vida entregue em suas mãos, como diz no Livro do Eclesiástico: Deus criou o homem e entregou a suas próprias decisões (Eclo 15,14). Então, os atos levam à imputabilidade. O que fazemos tem consequências para nós, para os outros e para nossa salvação.
É para a liberdade que Cristo nos libertou. Deus nos deu o chamado “livre arbítrio”, que é a liberdade de fazermos escolhas, de agir ou não agir, de fazer as coisas ou não fazer. Essa liberdade alcança a sua perfeição quando está em profunda sintonia com Deus.
Deus é misericordioso, mas respeita o nosso livre arbítrio. Deus é bondoso, mas sofreremos as consequências do nosso livre arbítrio, porque Ele deixou o homem nas mãos de suas próprias decisões.
No nosso dia a dia temos que tomar decisões, não estamos protegidos por uma redoma. Temos que usar nosso livre arbítrio e nos valer de nossa liberdade. Mas como não errar? Como fazer as escolhas certas?
O ser humano pode ou não seguir a Deus, é nossa decisão também. Enquanto não estivermos em plena sintonia com Deus, enquanto não estivermos absorvidos em Deus, podemos escolher o bem e o mal. Crescer na perfeição para Deus ou definhar no pecado. A decisão é nossa. Não é por acaso que o primeiro Salmo fala dos dois caminhos: o da perfeição ascendente a Deus ou o do ímpio que definha no pecado e na mentira.
Quanto mais praticamos o bem, quanto mais nossas opções forem para o bem, mais nos tornamos livres. A liberdade é fruto das escolhas boas. As escolhas para o mal nos tornam escravos. Livres para servir, é a nossa opção concreta para o bem.
Na vida, não conseguimos ficar sem pender para um lado. É visível se uma pessoa toma o caminho do mal, vai piorando em todos os aspectos. Se opta pela mentira, outros pecados se agregam e a pessoa se torna mais má. Não porque Deus quis, mas sim pelas escolhas da pessoa em suas sucessivas opções. Escolher pela mentira, adultério, fornicação, perjúrio e a injustiça levam-na a agregar sobre si um mal que a faz escrava.
A liberdade que Jesus conquistou na cruz quebrou o pecado de Adão e nos deu a chance de escolher o bem. E mesmo Cristo tendo vencido a morte e derrubado o diabo, Ele não pode interferir no que o Pai criou: o homem e a mulher livres para tomar suas próprias decisões. A vitória está ganha em Cristo, a liberdade foi conquistada, mas sair do cativeiro depende de nós.
O livre arbítrio, a liberdade que foi um presente de Deus tem graves implicações, pois nos torna responsáveis pelos nossos atos.
A liberdade que nós cristãos temos, nem Deus na sua onipotência nos tirará, nem Jesus no seu ato redentor nos tirou. Ele nos abriu a porta e quebrou os grilhões, mas sair depende de nós.
Que sejamos livres para servir.
Deus abençoe,
Padre Reginaldo Manzotti
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