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A Semana Santa oferece aos cristãos católicos uma experiência única, profunda e simples de tocar no mistério profundo de Deus, que se inclinou até ao homem. A Liturgia que celebramos nesses dias desvenda o mistério de amor de um Deus que quis se revelar, que veio ao encontro do ser humano. O povo de Deus vive e celebra esse encontro com todo fervor, sem receio de demonstrar em gestos simples, porém profundos, o quanto sente a presença desse Deus que se revela na paixão, morte e ressurreição de Jesus.

Os gestos e sinais da Igreja Católica não são desprovidos de humanidade. A Semana Santa, com toda a beleza de seus ritos, exprime que se reza o que se crê, e acredita-se no que se reza. Não são expressões desprovidas de sentido, fechadas e sistemáticas, mas celebrativas, repletas de sinais, com cantos, formas poéticas e uma linguagem própria, que abrem o horizonte humano a uma maior aproximação de Deus. É a aproximação da fé e da religião com a cultura popular.

Esse é o tempo em que os sentimentos humanos encontram espaço nas ações divinas. O Coração de Deus junto ao coração da humanidade! A proximidade de Deus do seu povo, através de sinais sensíveis, e a proximidade do povo pela revelação palpável de um Deus que se deixou ver, contemplar e tocar. São os simples e puros de coração que através da fé singela podem tocar no mistério. O Papa Paulo VI nos recorda que a piedade popular “manifesta uma sede de Deus que somente os simples e os pobres podem conhecer”.

Como é edificante, em tempos de Semana Santa, contemplar a fé do povo que adentra no mistério do amor de Deus, que entrega seu Filho para salvar a humanidade!

Em muitos gestos e palavras do povo não encontramos uma teologia ensinada pelos livros e grandes doutores, mas, esses gestos e palavras revelam na vida cotidiana, feita de espontaneidade, de memória e de partilha que Deus quis ter um coração e sofrer as dores da humanidade.

Há uma profunda identificação do povo com as expressões litúrgicas e devocionais desse tempo. São muitos os que se comovem com o Cristo sofredor e com a Mãe das dores, olham-nos, beijam-nos. Tocam os pés, as mãos e o coração ferido de Jesus. Com sua piedade tentam, de alguma maneira, enxugar as lágrimas da Mãe dolorosa, na esperança de serem consolados em suas dores e lamentos. Adentram com piedade nos gestos e palavras de Cristo, guardam o silêncio e as lágrimas de Maria. Vivem intensamente a fé que ninguém poderá “roubar”.

Na Liturgia da Semana Santa, a Igreja quer atualizar e revelar o maior acontecimento da história: Deus sofre com os que sofrem e chora com os que choram, mas a dor nunca terá a última palavra, por isso, é preciso esperar a redenção de suas fraquezas e a vitória de suas dores mais profundas, quando unidas a Cristo Jesus.

Em meio à multidão, Deus olha a cada um individualmente, como filho único, filha única. E se fôssemos resumir a experiência desse tempo, colocaríamos numa só palavra: Amor. O amor que detém os gestos de Deus para com seu povo. O amor que é a linguagem do Humilde e a resposta daqueles que, mesmo com suas limitações, querem corresponder ao Amor recebido.

Os fiéis experimentam nesses dias santos a bondade de Deus que se uniu a cada ser humano em sua dor e sofrimento e que, por amor, não permaneceu no sepulcro da morte, mas venceu e vivo está!

Padre Gevanildo Augusto Torres é missionário da Comunidade Canção Nova

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