Digite pelo menos 3 caracteres para uma busca eficiente.

No Regina Coeli de ontem, 31, Francisco afirmou: “Precisamos tanto da luz e da força do Espírito Santo! (…) Toda a família humana precisa disso, para sair dessa crise mais unida e não mais dividida”

O Regina Coeli de ontem, 31, marcou o reencontro do Papa Francisco com os fiéis reunidos na Praça São Pedro – desde início de março a oração mariana foi rezada da Biblioteca do Palácio Apostólico, devido a pandemia de coronavírus. O retorno da oração com o público aconteceu em um momento simbólico e significativo: dia em que a Igreja celebra a Solenidade de Pentecostes. O Evangelho de São João proposto pela liturgia do dia inspirou a alocução do Santo Padre.

A leitura, segundo Francisco, “nos remete à noite da Páscoa e mostra-nos Jesus ressuscitado que aparece no Cenáculo, onde os discípulos haviam se refugiado. Pôs-se no meio deles e disse-lhes: ‘A paz esteja convosco!'”. Estas primeiras palavras pronunciadas pelo Ressuscitado, explicou o Papa, devem ser consideradas mais do que uma saudação:

“Expressam o perdão, o perdão concedido aos discípulos que, para dizer a verdade, o haviam abandonado. São palavras de reconciliação e de perdão. E também nós, quando desejamos paz aos outros, estamos dando o perdão e também pedindo perdão. Jesus oferece sua paz precisamente a esses discípulos que têm medo, que custam a acreditar no que viram, ou seja, o sepulcro vazio, e subestimam o testemunho de Maria Madalena e das outras mulheres. Jesus perdoa, perdoa sempre, e oferece sua paz aos seus amigos. Não se esqueçam: Jesus nunca se cansa de perdoar. Somos nós que nos cansamos de pedir perdão.”

Assim, ao perdoar e reunir os discípulos ao seu redor, o Pontífice afirma que Jesus faz deles uma Igreja, a sua Igreja, que é uma comunidade reconciliada e pronta para a missão. “Quando uma comunidade não é reconciliada, não está pronta para missão. O encontro com o Senhor ressuscitado dá uma reviravolta na existência dos apóstolos e os transforma em testemunhas corajosas”.

Tudo é orientado para a missão

Fiéis reunidos na Praça São Pedro neste domingo, 31 – medidas sanitárias foram seguidas/ Foto: Vatican Media

O Papa então, recorda que as palavras de Jesus que se seguem – “Como o Pai me enviou, assim também eu vos envio a vós” – fazem entender que os apóstolos são enviados para dar continuidade à mesma missão que o Pai confiou a Jesus: “Eu vos envio a vós”: “não é tempo de estarem trancados nem de recordar com saudades dos “bons tempos” passados ​​com o Mestre”. E explica:

 “A alegria da ressurreição é grande, mas é uma alegria expansiva, que não deve ser retida para si. No domingo do Tempo Pascal, ouvimos pela primeira vez esse mesmo episódio, após o encontro com os discípulos de Emaús, portanto o bom Pastor, os discursos de despedida e a promessa do Espírito Santo: tudo é orientado para fortalecer a fé dos discípulos – e também nossa – em vista da missão”.

E precisamente para animar a missão, disse o Santo Padre, que Jesus dá aos Apóstolos seu Espírito: “Soprou sobre eles e disse: “Recebei o Espírito Santo””: “O Espírito Santo é fogo que queima os pecados e cria homens e mulheres novos; é fogo de amor com o qual os discípulos poderão “incendiar” o mundo, aquele amor de ternura que privilegia os pequenos, os pobres, os excluídos … Nos sacramentos do Batismo e da Confirmação recebemos o Espírito Santo com seus dons: sabedoria, entendimento, conselho, fortaleza, ciência, piedade, temor de Deus.”

Este último dom em particular, enfatizou o Papa, é precisamente o oposto do medo que antes paralisava os discípulos: “é o amor pelo Senhor, é a certeza da sua misericórdia e da sua bondade, é a confiança de poder seguir na direção por Ele indicada, sem que nunca nos falte sua presença e seu apoio”. O Pontífice afirma que a festa de Pentecostes renova a consciência de que na humanidade habita a presença vivificante do Espírito Santo. “Ele também nos dá a coragem de sair fora dos muros protetores de nossos ‘cenáculos’, dos grupinhos, sem recostar-nos na vida tranquila ou fechar-nos em hábitos estéreis”.

Pedido de união pós-crise da pandemia

Papa acena para fiéis reunidos na Praça São Pedro/ Foto: Vatican Media

Francisco pediu aos fiéis que elevem seu pensamento a Maria, ela que estava ali, com os apóstolos, quando veio o Espírito Santo, protagonista com a primeira comunidade da admirável experiência de Pentecostes, e peçam a ela para que obtenha para a Igreja o ardente espírito missionário. Depois de rezar o Regina Coeli, o Papa recordou que nunca se sai igual de uma crise como esta:

 “Precisamos tanto da luz e da força do Espírito Santo! A Igreja precisa disso, para caminhar em harmonia e corajosamente, testemunhando o Evangelho. E toda a família humana precisa disso, para sair dessa crise mais unida e não mais dividida. Vocês sabem que de uma crise como esta não sai iguais, como antes; se sai ou melhores ou piores. Que tenhamos a coragem de mudar, de ser melhores, de ser melhores do que antes e de poder construir positivamente o pós-crise da pandemia”.

Ao se despedir dos presentes e antes ainda de pronunciar o tradicional “por favor, não se esqueçam de rezar por mim. Bom almoço e até logo”, o Santo Padre disse que a humanidade tem necessidade da luz e da força do Espírito Santo. Aos tradicionais protocolos de segurança para ingressar na Praça São Pedro, somaram-se agora as medidas sanitárias preventivas ao contágio do coronavírus, ou seja, desinfetar as mãos com álcool gel, manter a distância de segurança, o uso de máscaras. Para atender a demanda de peregrinos que tende a crescer gradativamente e dar mais fluidez às filas em tempos de distanciamento social, foram instalados novos detectores de metal sob as colunatas de São Pedro.

Júlia Beck/Canção Nova, com Vatican Media

#JornalUnião

Utilizamos cookies e coletamos dados de navegação para fornecer uma melhor experiência para nossos usuários. Para saber mais os dados que coletamos, consulte nossa política de privacidade. Ao continuar navegando no site, você concorda integralmente com os termos desta política.