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Na publicação, o Ministério da Saúde identificou 900 agentes cancerígenos que, se evitados, podem reduzir o risco de adoecimento por câncer no ambiente laboral

Evitar o contato com poeiras orgânicas, agrotóxicos, metais, solventes, produtos petroquímicos, radiação podem reduzir em até 37% os casos de alguns cânceres relacionados ao trabalho no país. Para subsidiar ações de prevenção à exposição ocupacional, o Ministério da Saúde lançou ontem (4/12) durante a 2ª Jornada Nacional de Saúde do Trabalhador e Trabalhadora que acontece em Brasília, o Atlas do Câncer Relacionado ao Trabalho. A publicação, que é inédita, estima a doença ou evento relacionado à saúde que seria prevenido caso o fator de risco fosse eliminado. No mapeamento da mortalidade por cânceres relacionada ao trabalho, foram identificados os 900 agentes com alto potencial cancerígeno mais presentes nos ambientes de trabalho e que podem ser evitados com medidas preventivas, como o uso de materiais e equipamentos.

“O câncer relacionado ao trabalho possui impacto importante no potencial de anos de vida perdidos, de anos de trabalho perdidos e no tempo de vida. Por isso, identificar os agentes cancerígenos e avaliar os riscos a que os trabalhadores estão expostos é o primeiro passo para adotar medidas preventivas que impactam no não adoecimento do trabalhador”, explica Daniela Buosi, Coordenadora Geral de Vigilância em Saúde Ambiental na Ministério da Saúde do Brasil.

A publicação relaciona 18 tipos de cânceres efetivamente ligados à atividade diária dos trabalhadores, seja pela ocorrência de um longo período de exposição a fatores ou condições de risco do ambiente de trabalho. “O Mesotelioma é uma doença totalmente causada pelo ambiente de trabalho já que é provocada pelo contato direto com o amianto, ou seja, a ação de prevenção é não ter esse contato com uma substância que já é proibida no país”, ressalta Daniela Buosi. A não exposição aos agentes ainda impactaria na redução de até 37% das mortes por câncer por Leucemias; até 15% de mortes relacionadas a câncer por Tireoide, até 15,6 dos óbitos por câncer de Pulmão,Brônquios e Traqueia e até 14,25% dos óbitos por Linfomas Não-Hodgkin.

“O Atlas e as análises que ele traz possibilita entender o comportamento desta doença, no tempo e no espaço, subsidiando a avaliação e o planejamento de políticas públicas de atenção integral a saúde dos trabalhadores e trabalhadoras, envolvendo desde a detecção precoce da doença até o acesso aos serviços de saúde, incluindo as ações de promoção e prevenção, com o aprimoramento da vigilância em saúde", ressalta a coordenadora.

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Ações de vigilância

O mais recente projeto desenvolvido pelo Ministério da Saúde que busca eliminar fatores de risco evitáveis associados ao câncer, bem como o diagnóstico precoce,

É o projeto Carex Brasil, uma base de dados que contém estimativas do número de trabalhadores ocupacionalmente expostos a cancerígenos por ramo de atividade, de trabalhadores empregados, dados e definições sobre os agentes cancerígenos, número de expostos por ocupação, detalhamento dos procedimentos metodológicos e bibliografia empregada. Esse projeto permite que matrizes de exposição sejam elaboradas para que a vigilância em saúde do trabalhador realize ações de prevenção nos ambientes de trabalho, incluindo inspeções, por exemplo.

Outra ação realizada pelo órgão são as Diretrizes para Diagnóstico e Tratamento de Intoxicações por Agrotóxicos. Uma série de publicações com diretrizes para exposição à agrotóxicos estão sendo elaboradas para prevenção da exposição e manejo de paciente intoxicado. Essas diretrizes abordam tanto exposições gerais como exposições aos agrotóxicos mais comercializados no Brasil, que é o maior mercado de agrotóxicos do mundo.

Além disso, o Ministério da Saúde vem realizando ações de vigilância de populações expostas a contaminantes químicos e a poluição atmosférica. Por meio dos mais de 213 Centros de Referência em Saúde do Trabalhador distribuídos pelo território brasileiro, são realizadas ações de vigilância, promoção e prevenção em saúde do trabalhador.

Victor Maciel/Agência Saúde

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