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Cerca de 85% das notícias veiculadas em redes sociais e aplicativos de conversas são falsas, aponta Ministério da Saúde

Depois da confirmação do primeiro caso de coronavírus no Brasil, as informações falsas, as chamadas fake news, têm se espalhado pelas redes sociais. O material é disseminado em formato de textos, imagens e vídeos e confunde a população, segundo as autoridades em saúde, sobre como se prevenir do novo coronavírus (COVID-19). Circula, inclusive, receitas mirabolantes de cura, que até o momento não foi encontrada pela ciência mundial.

Entre 22 de janeiro e 27 de fevereiro, cerca de 6,5 mil mensagens chegaram no Ministério da Saúde. Desse total, 90% eram sobre o coronavírus e 85% continham informações falsas.

As fake news propagadas, principalmente via celular, prometem, entre medidas absurdas, cura do coronavírus por meio de chás, água de alho, bebidas alcoólicas, sucos e, inclusive, com combinações que incluem fígado bovino. O infectologista Werciley Júnior explica que nenhuma dessas ações surte efeito e não têm nenhum fundamento científico comprovado.

“O que a gente tem até hoje é que não existe nenhum tratamento efetivo para o coronavírus, não existe um remédio. Essas medidas caseiras, vitamina C, chá de erva doce, são lendas que, na prática, a gente não tem nenhuma comprovação. Isso é fake news mesmo. Não existe um remédio específico para o tratamento, apenas suporte, ou seja, os cuidados para evitar o agravamento da doença”, explicou.

Fake do vinagre

Em um vídeo que circula pelas redes sociais, por exemplo, um homem, que se intitula como químico autodidata, garante que o álcool em gel, fundamental na prevenção da propagação de doenças virais, como a gripe, não mata vírus e bactérias. O suposto cientista vai além e diz que o produto é ineficaz para prevenir a infecção pelo coronavírus e aconselha o abandono do uso do álcool em gel. "É mais perigoso do que não passar nada”, indica ele no vídeo.

Nesse vídeo, o químico de araque recomenda o uso de vinagre em substituição ao álcool em gel, uma informação que, segundo especialistas, é absurda.

“É um vídeo que está se disseminado de norte a sul do Brasil, mas é absolutamente falso. Ele deve ser absolutamente desconsiderado. Existem evidências mais do que comprovadas, unânimes, da eficácia dos produtos à base de álcool para a higienização das mãos e sua atividade não só contra o coronavírus, mas contra outros vírus e bactérias. Essa pessoa faz uma série de afirmações falsas. O que a gente recomenda é a lavagem das mãos com água e sabão ou higienização com álcool em gel, caso não exista disponibilidade de água e sabão no local”, rebate o infectologista do Instituto Emílio Ribas Francisco Ivanildo.

Após o vídeo se espalhar, o Conselho Federal de Química (CFQ) divulgou nota para esclarecer os boatos em torno da eficácia do álcool em gel na higiene das mãos. A publicação afirma que a substância é “eficiente desinfetante de superfícies/objetos e antiséptico de pele”. O CFQ reforçou ainda que não considera válida a denominação de “químico autodidata” e que o álcool em gel “propicia a destruição do microrganismo”, ou seja, do coronavírus.

Segundo o Ministério da Saúde, também estão sendo disseminadas nas redes sociais mensagens de cunho conspiratório, vídeos e fotos de pessoas caindo nas ruas da China e também números exagerados sobre os casos confirmados no Brasil.

“Não é porque foi a sua mãe, o seu amigo, a sua esposa que mandou aquilo dali pelo Facebook ou compartilhou pelo Whatsapp que aquilo é verdadeiro. É muito importante a gente procurar checar a veracidade de um vídeo que a gente recebe pelas redes sociais, antes de mandar aquela informação para frente", ressalta Ivanildo.

O Ministério da Saúde recomenda que a melhor forma de prevenir o novo coronavírus é a partir de uma boa etiqueta respiratória. Isso quer dizer cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar com um lenço descartável; evitar tocar nos olhos, boca e nariz com as mãos não lavadas. Além disso, a orientação é que os brasileiros limpem e desinfetem objetos e superfícies tocados com frequência e evitem o contato com pessoas doentes.

Para saber qual informação é ou não verdadeira e tirar dúvidas sobre o novo coronavírus, acesse o site saude.gov.br/coronavirus.

Agência do Rádio

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