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Com 11.544 testes realizados por milhão de habitantes, índice é superior ao do Paraná (7.029) e da capital, Curitiba (3.314)

Desde março, quando Londrina registrou os primeiros casos suspeitos de coronavírus, a Prefeitura está aplicando um plano de medidas para garantir assistência em saúde a todos os londrinenses que, porventura, contraiam a doença. Esse planejamento abrangeu reforço das equipes de profissionais de saúde, do estoque de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), ampliação dos leitos hospitalares, implantação de um Centro de Triagem, e sete unidades exclusivas para casos respiratórios, dentro da rede municipal.

Outra importante medida foi a ampliação da testagem para diagnóstico de coronavírus, mapeando de forma mais precisa a situação da pandemia na cidade, resultando em ações de enfrentamento mais eficientes. Além disso, a rápida identificação dos pacientes que contraíram o Sars-CoV-2, vírus causador da pandemia, viabiliza o rápido isolamento, impedindo novos contágios, e em pessoas com sintomas, faz com que o atendimento médico seja mais específico.

Para isso, a Prefeitura de Londrina realizou a aquisição de insumos para realização de quatro mil testes RT-PCR, considerado padrão-ouro para diagnóstico de coronavírus pela sua alta eficácia. Essa aquisição, realizada em abril, já foi toda entregue, e é utilizada em pacientes internados nos hospitais SUS e filantrópicos.

Os testes adquiridos pela Prefeitura também são aplicados em casos moderados atendidos na UPA Sabará, referência para pessoas com sintomas respiratórios. No local, foram coletados mais de 2.700 exames PCR, disponibilizados desde meados de abril.

Todos estes testes são enviados para análise ao laboratório do Hospital Universitário de Londrina (HU), e o resultado fica pronto em até um dia. Essa medida é resultado do Convênio de Cooperação, firmado entre a Prefeitura e a Universidade Estadual de Londrina (UEL), pelo qual o Município adquire os insumos para realizar os exames e a análise fica a cargo do laboratório do HU, habilitado junto ao Laboratório Central do Estado (LACEN). Por meio desse convênio, a capacidade é de 200 testes por dia em Londrina.

Nas seis Unidades Básicas de Saúde (UBSs) de Londrina, exclusivas para casos respiratórios, e no Pronto Atendimento Infantil (PAI), o diagnóstico para coronavírus também é feito com os testes RT-PCR. Estes foram enviados pela Secretaria Estadual de Saúde (SESA), que abastece ainda os hospitais SUS e privados da cidade, desde o início da pandemia no Paraná, e cujo repasse é contínuo, feito com base na utilização destas unidades. Os resultados também são emitidos pela SESA, por meio do LACEN, em Curitiba.

Gráfico ilustrativo

Ao todo, incluindo a rede pública e privada de saúde, Londrina registrou mais de 6.500 exames RT-PCR para coronavírus. Isso coloca a cidade em um índice de 11.544 testes por milhão de habitantes, superior ao estado do Paraná (7.029) e a capital, Curitiba (3.314), conforme dados disponibilizados no Ministério da Saúde e SESA.

E, em breve, o Município pretende dobrar esse total, já que uma nova compra de testes RT-PCR está em andamento. Desta vez, estão sendo adquiridos os reagentes suficientes para 8.000 exames de diagnóstico do Covid-19. O processo está em fase de habilitação das empresas proponentes, e a expectativa da Prefeitura é que os insumos comecem a ser entregues nas próximas semanas.

Tipos de teste

O RT-PCR, exame padrão-ouro para diagnosticar o coronavírus, utiliza um longo cotonete (swab) que, inserido no nariz e na faringe do paciente, coleta a secreção. Esse material é enviado ao laboratório, que amplia as partículas do vírus e, se detectada a presença de coronavírus, emite o resultado positivo.

A indicação é que a coleta do exame aconteça entre o 3° e 8° dia contados a partir do início dos sintomas, pois é quando o corpo ainda possui alta quantidade detectável de vírus. Após esse prazo, a quantidade de material genético do vírus é reduzida, o que dificulta a análise. Porém, a transmissão do coronavírus continua, mesmo que o paciente esteja sem sintomas da doença.

Outra opção para identificar pacientes com Sars-CoV-2 são os exames sorológicos. Por esse método, é colhido sangue do paciente, para verificar se o seu organismo possui anticorpos, as células de defesa, para o coronavírus. Como a produção destas células pelo organismo leva mais tempo, o exame deve ser realizado no mínimo oito dias após o primeiro dia de sintomas.

Em exames de quimioluminescência, feito com a amostra de sangue, os anticorpos produzidos pelo organismo são detectados em uma reação química que os torna visíveis.

No entanto, como a maioria de pessoas com coronavírus apresenta sintomas leves, ou até mesmo nenhum sinal da doença, a dificuldade em identificar quando houve o contágio do vírus pode confundir o resultado da sorologia. Por isso, o exame é mais indicado para conferir se o paciente já teve contato anterior com o vírus, e não para determinar se ele está com a doença.

Outra opção de exame sorológico são os Testes Rápidos. Estes exames são manuais e o resultado pode sair em 15 a 30 minutos. Eles também detectam a presença de anticorpos no sangue mas, com outro método. Como possuem baixa sensibilidade e são pouco específicos para o novo coronavírus, isto é, podem “confundir” com anticorpos de outras doenças virais ou nem mesmo detectá-los, com grandes chances de apontarem falso negativo ou falso positivo.

Deu positivo? Próximo passo

A diretora de Vigilância em Saúde do Município, Sônia Fernandes, explicou quais os protocolos adotados quando um paciente tem diagnóstico positivo nos exames, seja PCR ou sorológico. “No caso de testes positivados, esse paciente deve ficar isolado, para impedir a transmissão. Se ele tem sintomas de coronavírus, ele deve permanecer em afastamento até 72 horas após o término desses sintomas, para garantir que não haja mais vírus nesse paciente e ele não transmita a outras pessoas”, informou.

Já em caso de pacientes que não tiveram os sintomas gripais e típicos de coronavírus, o afastamento também é imediato, mas por 14 dias corridos. “Nosso maior objetivo é a segurança da população, com foco em diminuir a transmissão. Então se há dúvidas quanto à possibilidade dessa pessoa transmitir a doença ou não, a recomendação é ficar isolado, em casa, como garantia”, frisou.

O isolamento domiciliar vale tanto para o paciente que deu positivo, como para as pessoas que residem juntas, no mesmo imóvel. “A transmissão do Covid-19 de uma pessoa a outra depende de um contato inferior a dois metros e um período superior a 15 minutos. Como o uso da máscara é obrigatório, e o único local sem uso são as residências, assim há risco de transmissão entre as famílias. Dessa forma, quem reside na mesma unidade precisa ficar isolado também e, dependendo do caso, isso pode valer até para colegas de trabalho”, detalhou a diretora da SMS.

NCPML

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