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Com 21 casos positivos da doença em 2019, Prefeitura lança protocolo para conter a proliferação do Aedes aegyptis

Com a divulgação do último relatório semanal sobre a situação da dengue em Londrina, que aponta 21 casos da doença confirmados somente em janeiro, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) elaborou um Plano Emergencial de Enfrentamento e Contingência da dengue. O material foi apresentado na quinta-feira (31), durante coletiva de imprensa no gabinete do prefeito Marcelo Belinati, conduzida pelo secretário municipal de Saúde, Felippe Machado, e pela diretora de Vigilância em Saúde, Sônia Fernandes.

A iniciativa, que é inédita no município, busca uma força conjunta de várias secretarias e, principalmente, o apoio dos londrinenses para conter a  proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, evitando a ocorrência de uma possível epidemia. Somente nas cinco primeiras semanas de 2019, dentre 401 notificações de casos suspeitos de dengue, 21 foram confirmados, o que corresponde a 50% do total de casos confirmados de 2018. Uma das confirmações positivas, colhida na região Leste do município, refere-se à dengue do tipo II, que é o mais grave e pode levar a morte. Outros 17 casos são de moradores da região sul.
Diante do resultado do Levantamento Rápido de Infestação do Aedes aegypti (LIRAa), que apontou que 7,9% dos imóveis possuem focos do mosquito, o prefeito Marcelo Belinati solicitou que a comunidade participe ativamente na luta para impedir uma nova epidemia de dengue em Londrina. “São praticamente 8% dos imóveis com focos e criadouros do mosquito. Se a população não se conscientizar que tem que cuidar da sua própria casa, o resultado, independente de toda e qualquer ação desencadeada pelo poder público, não será bom. Se não tivermos o apoio e envolvimento de toda a sociedade, de nada vão adiantar as nossas ações”, destacou.
As ações elencadas no Plano Emergencial serão coordenadas pela SMS, com apoio das demais secretarias e órgãos do Município. Elas incluem, a partir da semana que vem, a aplicação do inseticida Bendiocard pelos caminhões de fumacê na totalidade da Zona Leste. Os caminhões devem ser enviados para Londrina pela Secretaria da Saúde do Estado do Paraná (SESA).
A previsão é de que 130 agentes de Endemias da SMS percorram, no período de 4 a 8 de fevereiro, 25.286 imóveis localizados na região Leste, onde foi confirmado um caso de dengue tipo II. Mediante parceria com a Secretaria Municipal de Obras e a Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização, um trabalho de limpeza e remoção de resíduos deverão percorrer os fundos de vale e locais de descarte irregular. A expectativa é contar com o envolvimento da comunidade nessas ações, que serão programadas para a próxima semana.
O secretário municipal de Saúde reiterou que a circulação do tipo II do vírus da dengue é muito preocupante. Por isso, o trabalho de combate será intensificado, inicialmente, na região Leste. “Esse plano de contingência contém várias ações, para minimizar o impacto de uma possível epidemia. Precisamos lembrar que o Aedes não transmite somente a dengue, e sim várias arboviroses, como zika vírus, chikungunya e até mesmo a febre amarela”, frisou.
Semanalmente, um comitê da SMS irá discutir e analisar o andamento das ações desenvolvidas, e comparar os resultados obtidos, para definir os passos seguintes. “O LIRAa nos mostrou que 80% dos criadouros estão dentro das casas, nas residências ou em lixo descartado de forma irregular. Há hábitos simples, como o cidadão olhar para o seu quintal semanalmente, que poderiam ter evitado o risco de uma nova epidemia da dengue”, afirmou Machado.
A diretora de Vigilância em Saúde da SMS destacou que a análise contínua dos relatórios da dengue foi importante para a tomada de decisões no combate à proliferação do Aedes. “Buscamos fazer a coisa certa no momento oportuno. Essa curva ascendente de casos positivos da dengue começou no período entre final de dezembro e início de janeiro. E conseguimos detectar esse aumento com ficando literalmente vigilantes”, citou.
As medidas elencadas no Plano Emergencial de Enfrentamento e Contingência da dengue serão estudadas e aplicadas conforme forem necessárias. “É um processo dinâmico. O aumento significativo de casos positivos na região Sul fez com que a gente bloqueasse a região, tomando todas as medidas necessárias. Mas um único caso confirmado de dengue do tipo II na região Leste já serve de alerta, para concentrarmos as ações ali”, detalhou Sônia.
Ciclo do mosquito

Pesquisas realizadas na Universidade Estadual de Londrina apontaram que o ciclo de vida do mosquito vetor da dengue sofre influência das condições de temperatura. “Em média, o ciclo de desenvolvimento dele, que compreende da eclosão do ovo até chegar na fase alada, leva cerca de 5 dias no verão. No inverno, essa média aumenta para 15 dias. Por isso as vistorias nos imóveis devem ser feitas semanalmente”, explicou a diretora de Vigilância em Saúde.
Fumacê

É fundamental que a população entenda que, durante a passagem do caminhão fumacê, os imóveis precisam ficar abertos e arejados, permitindo a entrada do inseticida. Recipientes que contenham alimento ou água potável, como os utensílios utilizados para comida e bebida dos animais domésticos, devem ser protegidos. Com base nos hábitos do mosquito, a aplicação do fumacê deve ocorrer no início da manhã, retornando no final da tarde até o anoitecer.
A rotina de combate ao mosquito também inclui a limpeza adequada ou descarte de todos os pontos que podem acumular água, sejam eles pneus, vasos de plantas, garrafas, piscinas, ralos, calhas e outros recipientes. São medidas simples que impedem a reprodução do mosquito, e contêm o avanço da dengue.
Sinais de alerta

Os principais sintomas da dengue são febre alta, dor intensa pelo corpo e manchas avermelhadas. Em caso de suspeita da doença, é preciso procurar assistência médica, seja nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) ou de Pronto Atendimento (UPAs), pois o diagnóstico é confirmado clinicamente, através de exames laboratoriais.
O tratamento da dengue é sintomático e inclui, principalmente, medicamentos analgésicos que aliviem a dor, e administração de soro para reidratação do paciente. Nos casos de dengue tipo II, pode ser necessária a transfusão de sangue, entre outros procedimentos.
Assim como em outras doenças, a automedicação não é indicada em casos suspeitos de dengue, pois pode levar a complicações graves. A manifestação da doença dura em torno de uma semana, com cura espontânea em cerca de 10 dias.
Juliana Gonçalves/NCPML

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