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Resultado do LIRAa aponta que o município deixou a faixa de risco epidêmico de dengue

Ontem (26), foi divulgado o resultado do 3º Levantamento Rápido de Infestação do Aedes aegypti (LIRAa) de 2018. O estudo indica que Londrina está com índice de Infestação Predial de 1,6%, o que representa redução de quase três vezes em relação aos 4,7% registrados no 2º LIRAa do ano, finalizado em abril. O anúncio foi feito pela Secretaria Municipal de Saúde, por meio da Diretoria de Vigilância em Saúde, durante a reunião do Comitê Municipal de Mobilização contra o Aedes aegypti, realizada no Hospital do Câncer.
Com a diminuição do índice, o município saiu da classificação de risco de surto de dengue, que é acima de 3,9%, conforme indica o Ministério da Saúde, e passou para o estado de alerta, que engloba a faixa entre 1% e 3,9%. De acordo com as recomendações nacionais, estão em condições satisfatórias os municípios com índice abaixo de 1% de infestação. Atualmente o indicador de Infestação Predial em Londrina está sete vezes menor em comparação a janeiro de 2018, quando foi divulgado o resultado do 1º LIRAa – que apontou índice de 12,1%. Hoje a cada 100 imóveis vistoriados na cidade foram encontrados focos do Aedes em mais de um.
A diretora de Vigilância em Saúde,  Sônia Fernandes, explicou que o preocupante, no momento, é o fato de que 51,6% dos focos encontrados estão em depósitos móveis dentro dos imóveis, ou seja, em vasos de plantas, frascos deixados no quintal ou bebedouros de cães e gatos. “Nós conseguimos diminuir em três vezes o índice, mas nossa grande preocupação ainda persiste, porque mais de 50% dos focos que encontramos estão dentro das residências. Infelizmente, as pessoas continuam dando todas as condições ideais para o mosquito se desenvolver”, explicou Sônia.
Além disso, quase 20% dos focos foram encontrados em lixo mal acondicionado, como recipientes de plástico e garrafas e latas de refrigerante, sucos e cerveja. Outros 13,4% estavam em depósitos fixos como as calhas de água da chuva, lajes, ralos e sanitários em desuso e cerca de 10% em barris e tanques. A diretora afirmou que esperava que os números apresentados fossem ainda mais baixos, por conta da estiagem severa que a cidade enfrenta. “Enquanto não mudarmos a forma de pensar a atitude com o descarte dos recipientes, não vamos conseguir ter uma tranquilidade no combate ao Aedes”, finalizou.
Outro dado relevante é com relação às regiões da cidade mais afetadas. Os maiores índices de infestação aparecem na seguinte ordem: Centro (1,84%), Norte (1,71%), Sul (1,64%), Leste (1,43%) e Oeste (1,26%). Além disso, os agentes verificaram que o entorno do Ginásio Moringão obteve o maior índice de infestação predial – 16,67%, ou seja, a cada 100 imóveis, mais de 16 estavam com focos positivos. Outras localidades com alto índice de infestação são Conjunto Eucaliptos, Água das Pedras e Condomínio Royal Golf.  
Os trabalhos de campo para a coleta das informações ocorreram no período do dia 2 a 6 de julho, abrangendo 201 locais de Londrina. Estiveram envolvidos nas ações aproximadamente 200 agentes municipais de endemias e agentes do Ministério da Saúde, que fizeram vistorias em 9.013 mil imóveis da região urbana da cidade, incluindo casas, prédios, pontos comerciais, terrenos baldios e construções.
Dengue em números
De acordo com os dados da Secretaria Municipal de Saúde, do início do ano até o momento, foram notificados 1.768 casos de dengue, mas destes apenas 16 foram confirmados e outros 1.579 foram descartados. Outros 172 casos suspeitos estão sob investigação laboratorial.
Com relação à febre chikungunya, Londrina registrou três casos positivos, mas todos foram de pessoas que visitaram outras cidades e lá foram picados. Outros 15 foram descartados. Referente ao Zika Vírus, um caso foi constatado, também sendo importado de outro município.
Ações de combate
Durante a apresentação, os técnicos da Secretaria de Saúde mostraram as ações que a Prefeitura de Londrina vem desenvolvendo no combate à dengue e outras endemias, como a intensificação dos mutirões educativos e de limpeza, palestras e exposições de endemias, reuniões com entidades e associações, além de abordagens diversas para a conscientização da comunidade em todas as regiões, envolvendo unidades de saúde, escolas, igrejas, empresas e espaços públicos.
A profissional de Apoio Pedagógico em Ciências, da Secretaria Municipal de Educação, Cristina da Silva Borba, também mostrou os projetos que estão sendo desenvolvidos em todos as escolas municipais, Centros Municipais de Educação Infantil (CMEI) e Centro de Educação Infantil (CEI). Durante o ano inteiro, as crianças aprendem as formas de combate ao mosquito e produzem materiais informativos como poesias, paródias, tirinhas, cartazes, panfletos, elaboram músicas, apresentações de dança, fotografias e histórias. As melhores iniciativas serão apresentadas em outubro, quando acontecerá uma premiação aos alunos. Essa é uma tentativa da Prefeitura de Londrina de mobilizar a população através da conscientização das crianças e jovens, para que nos próximos anos seja possível mudar o comportamento dos cidadãos e reduzir os índices de doenças endêmicas.
Mutirões de limpeza
A Prefeitura de Londrina também realizou um mutirão de limpeza e remoção de criadouros em parceria com o Projeto Viva a Vida, no Jardim São Jorge (região norte), bairro que também recebeu exposições de endemias; atividade de conscientização sobre a dengue e outras doenças no Cismepar durante cinco dias seguidos; conscientização para a população e mutirão com voluntários mirins do Jardim Kobayashi, na região leste, integrando a iniciativa do Movimenta Londrina; o “Dia D” de combate ao Aedes aegypti junto à UBS do Conjunto Aquiles Stenghel, na região norte.
As abordagens educativas também alcançaram a região sul de Londrina, na Chácara Nova Esperança, palestra no CMEI Marina Sabóia Nascimento, no União da Vitória, e encontro com a comunidade escolar do bairro São Lourenço, envolvendo setor de Endemias, CMTU, Sema e Obras. Outras ações contemplam uma reunião com moradores do Conjunto Ernani Moura, na região leste, e trabalho de educação e saúde na região central, junto com a UBS Vila Brasil, voltada a moradores de um acampamento indígena.
Outro mutirão de limpeza foi feito com o Projeto Viva a Vida, realizado na área central da cidade, em parceria com a UBS CSU. As UBSs Lindoia, Guanabara, Chef Newton, Campos Verdes, Cafezal, Vila Brasil, Parigot de Souza e Maracanã também se organizaram para outras ações. O bairro Mister Thomas recebeu palestra educativa, e no Parque das Indústrias houve tratamento focal e orientação sobre descarte correto de materiais recicláveis em parceria com a CMTU.
Cuidados básicos
Para reduzir o risco de epidemia de dengue, é necessário que a população se conscientize e mantenha os cuidados básicos com suas casas e quintais. Em cerca de 10 minutos por dia é possível verificar os principais pontos que podem acumular água parada em casa, como vasos e potes de flores e plantas, baldes, pneus e latas com água parada, calhas, bandejas de ar condicionado, reservatórios de geladeiras, lonas e piscinas. A população pode obter um checklist, que a Saúde disponibiliza pelo link goo.gl/kGfzaR.
Ana Paula Hedler e Renan Oliveira/NCPML

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