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Intenção é conscientizar as famílias e acabar com o preconceito sobre a doença, por meio dos alunos da rede pública

A Secretaria Municipal de Saúde vai realizar na próxima segunda-feira (29), às 8h e às 13h30, a Campanha Nacional de Hanseníase nas escolas municipais. A intenção é conscientizar as famílias a respeito do diagnóstico da doença, por meio dos próprios alunos.

Para isso, uma equipe técnica formada por profissionais da Secretaria Municipal de Saúde, da 17ª Regional de Saúde e do Consórcio Intermunicipal de Saúde do Médio Paranapanema (Cismepar) visitará cinco escolas municipais para capacitar os professores sobre a hanseníase, formas de diagnóstico, tratamento e medidas para o fim do preconceito aos portadores da enfermidade.

Desta forma, os educadores poderão desenvolver atividades com seus alunos sobre a doença. Todos os estudantes das escolas participantes receberão um formulário para realizarem, em casa, com os pais e responsáveis, a “ficha de autoimagem”. Esse método consiste no preenchimento de uma figura do corpo humano com as áreas em que a criança identifica manchas, caroços e outras lesões cutâneas com alterações de sensibilidade na pele.

Além disso, elas respondem a um questionário falando sobre possíveis dores, coceiras ou insensibilidade nas áreas informadas, o que auxilia os profissionais da saúde a diagnosticarem o possível aparecimento da hanseníase. Após a finalização dos desenhos e do preenchimento dos questionários, os documentos são avaliados pela equipe escolar, que encaminha os casos suspeitos aos médicos da 17ª Regional de Saúde. Essas crianças passam por avaliação médica especializada e, caso seja constatada a doença, elas são direcionadas ao tratamento.

Segundo a coordenadora de Saúde do Adulto e Idoso, Juliana de Oliveira Marques, o enfoque da campanha é trabalhar com a família, através das crianças. “Nosso foco é a educação em saúde, é conscientizar os pais e responsáveis através das crianças, que são difusoras de informações, além de sensibilizarmos a população para que possamos minimizar e até acabar com o preconceito que envolve os portadores da hanseníase”, explicou.

As escolas municipais que receberão as ações da Campanha Nacional de Hanseníase são: Maria Cândida Peixoto Salles (Rua Adelina Miola Lopes, 255), com 329 alunos; San Izidro (Rua Maria de Oliveira Melo, 285), com 270 crianças; José Gasparini (Rua Dr. Gervásio Mourão Moralez - Farid Libos s/n) com 273 estudantes; e Maria Carmelita Vilela Magalhães (Rua Maurício de Nassau, 329), com 329 educandos. No dia 16 de agosto, os professores da Escola Municipal Leonor Maestri de Held já passaram pela oficina, em que 360 discentes vão fazer as atividades com seus pais e familiares.

Ao todo, 1.523 alunos, de 6 a 14 anos, da rede municipal de ensino,participarão do terceiro ano consecutivo da Campanha Nacional de Hanseníase do Ministério da Saúde.

Sobre a hanseníase

É uma doença causada pela bactéria “Bacilo de Hansen”, que entra no corpo pelas vias aéreas respiratórias, como o vírus da gripe, mas poucas pessoas a desenvolvem. Segundo a coordenadora de Saúde do Adulto e Idoso, a cada 10 pessoas, nove tem defesa própria contra o Bacilo de Hansen, ou seja, apenas 10% da população pode vir a desenvolver a doença se tiver contato com outro que esteja transmitindo-a.

Os sintomas mais comuns são manchas avermelhadas ou esbranquiçadas na pele, sem dor ou coceira, perda de sensibilidade no local (dormência), epiderme ressecada, queda de pelos, formigamento, nódulos e outros sinais.

A transmissão se dá por meio de uma pessoa doente, sem tratamento, que elimina o bacilo por meio das vias respiratórias (secreções nasais, tosses e espirros), podendo assim infectar outras pessoas.A hanseníase tem cura e seu tratamento é feito de 6 ou 12 meses, por meio de medicamentos distribuídos gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Em caso de suspeita, deve-se procurar a Unidade Básica de Saúde mais próxima para avaliação. Londrina possui dois ambulatórios de referência com médico dermatologista: a Policlínica Municipal de Londrina, que atende adultos residentes em Londrina e o Cismepar, cujo atendimento é voltado a adultos e crianças de todos os municípios da 17ª Regional de Saúde. Assim que o paciente começa o tratamento, ele deixa de transmitir a doença.

A pessoa com hanseníase não precisa ser afastada do trabalho, nem do convívio familiar. Pois, não se “pega” hanseníase ao cumprimentar, apertar a mão ou beijar um doente, ao passar um longo tempo conversando com o doente, comendo no mesmo prato ou bebendo do mesmo copo, usando a mesma toalha ou roupa ou ainda sentando no mesmo banco do doente. “As pessoas que sentem medo de ficar perto de doentes de hanseníase mostram que sabem muito pouco sobre a transmissão da doença. Quem conhecer alguém com a doença, deve tratá-la com respeito, buscando ajudá-la, mas não se afastando do doente, porque a maior dor é a do preconceito”, finalizou.

Ana Paula Hedler/NC/PML

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