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Campanha Janeiro Roxo tenta mostrar à população a importância do reconhecimento e do tratamento adequado para a doença através de ações educativas

Família (NASF) estão desenvolvendo ações educativas para a conscientização sobre a hanseníase. A intenção é falar com a comunidade sobre a doença, as formas de identificação e tratamento e onde as pessoas podem encontrar ajuda.
 

A conscientização faz parte da campanha “Janeiro Roxo”, proposta pelo Ministério da Saúde (MS). Nesta semana, a Unidade Básica de Saúde do João Paz – na região norte – realizou uma conversa com o grupo de atividades do NASF. Na próxima sexta-feira (19), das 8h15 às 9h, mais de 20 pessoas devem participar do grupo de atividade física do NASF 5, a ser realizado no salão da Igreja Nossa Senhora Rainha do Universo, localizada na Rua Ibirá, 99, no Parque Alvorada, região oeste.
 

No encontro, o educador físico do NASF 5, Geder Harami, abordará o assunto com os participantes. Ele falará sobre as formas de contágio, o preconceito que ainda existe com relação à doença, o diagnóstico, os encaminhamentos realizados pela rede municipal de saúde e as formas de tratamento.
 

“É importante conversarmos com os participantes sobre a hanseníase, porque ainda existe muito preconceito com a doença. As pessoas não sabem como ela é transmitida. Muitas ainda acham que é através do toque na pele, mas, na verdade, é por meio das vias aéreas. Sabemos também que em gerações anteriores, que não tinham tratamento adequado, alguns pacientes acabaram ficando com manchas, o que gera hoje um constrangimento”, explicou o educador físico do NASF.
 

Para que esses pontos sejam trabalhados com a comunidades, outros quatro encontros serão realizados pelo grupo do NASF 5. Na segunda-feira (22), a partir das 8 horas, os integrantes do grupo da Unidade Básica de Saúde do Parque Alvorada se reunirão com os participantes na quadra ao lado da unidade de saúde, na Avenida Poços de Caldas, 85.
 

Na terça-feira (23), às 8 horas, os profissionais da saúde falarão com as pessoas do grupo de atividades da Unidade Básica de Saúde do Bandeirantes – região oeste. As ações são realizadas no Centro Comunitário ao lado da UBS, na Rua Serra do Boi, 149, no Jardim Bandeirantes.
 

Na quarta-feira (24), às 7h30, a ação se realizará no estacionamento da Unidade Básica de Saúde do Jardim Tókio – também região oeste –, na Juhei Muramoto, 22.  Já na quinta-feira (25), a partir das 9 horas, o bate-papo está marcado para acontecer com os moradores do Panissa – região sul –, no Centro Comunitário do bairro.
 

Todas essas ações são necessárias, visto que o Brasil ainda é considerado um país endêmico em relação à hanseníase. Em números de casos novos registrados anualmente, o Brasil só perde para a Índia, que tem uma população de 1,3 bilhão de habitantes. Para fins de comparação, o Brasil conta atualmente com cerca de 207 milhões de habitantes, ou seja, seis vezes menos que a Índia. Segundo os dados da Sociedade Brasileira de Hansenologia, somente em 2016, o Brasil registrou mais de 26 mil novos casos de hanseníase, o que coloca a doença como um problema de saúde pública.
 

De acordo com a dermatologista e responsável pela referência de hanseníase na Policlínica Municipal e pela 17ª Regional de Saúde, por meio do Cismepar, dra. Cristina Aranda, somente em 2017, foram registrados cerca de 35 casos novos da doença em Londrina. “É importante que façamos campanhas como essa, porque o Brasil ainda é um país país endêmico em relação à hanseníase, o que poderia ser mudado e estar erradicado, se houvesse mais conhecimento por parte da população”, explicou.
 

O que é hanseníase

A hanseníase é uma doença crônica, infectocontagiosa, causada pela bactéria Mycobacterium leprae. Ela é transmitida por via respiratória, através da tosse ou espirro, assim como acontece com a gripe, por exemplo. Só transmitem a doença os pacientes que estão com grande quantidade do bacilo, ou seja, que estão em um estágio mais avançado sem tratamento. Não há o contágio por meio do toque, de apertos de mão ou abraços. De acordo com Aranda, aproximadamente 90% da população já tem uma proteção genética que impede o contágio, mas cerca de 10% ainda é suscetível a essa endemia.
 

A doença causa diminuição da sensibilidade e dormência nos nervos periféricos como dos braços e das pernas e pés. Na maioria dos casos, a pessoa não percebe que está com hanseníase, porque não sente dor. Apenas aparecem manchas pelo corpo, que podem ser esbranquiçadas ou avermelhadas. Para fazer um teste, a fim de saber se é possível estar com a doença, a dermatologista ensina a passar um pedaço de algodão em cima e ao redor das manchas, assim o paciente poderá notar se sente dor ou se a sensibilidade nessas áreas está diminuída.
 

Caso a pessoa perceba que está com manchas pelo corpo ou com pouca sensibilidade em relação ao calor ou ao toque, deve procurar a Unidade Básica de Saúde mais próxima de sua residência. Ao todo, Londrina conta com 54 UBS, sendo 12 delas localizadas na zona rural. As Unidades do Jardim Leonor, Maria Cecília e União da Vitória atendem das 7h às 23h (regime de 16 horas diárias). As demais da região urbana funcionam das 7h às 19h e as da zona rural trabalham em horário diferenciado.
 

“Geralmente, demora-se de 3 a 5 anos para o paciente procurar ajuda médica, principalmente, porque não se sente dor, o que agrava a doença. Mas é importante que todos saibam que a partir da segunda semana de tratamento não se transmite mais a doença. Então, os pacientes não precisam passar por outro sofrimento, que é o preconceito advindo do desconhecimento sobre a hanseníase”, ressaltou a dermatologista.
 

Assim que os médicos das Unidades Básicas de Saúde identificam a possibilidade da doença, eles encaminham o paciente para a realização de exames específicos como a biópsia, por exemplo, realizados na Policlínica Municipal. O tratamento é inteiramente gratuito e feito pela rede pública de saúde. Para adultos, ele é disponibilizado por meio da Policlínica e para crianças e adolescentes abaixo de 15 anos, é através do  Consórcio Intermunicipal de Saúde do Médio Paranapanema (Cismepar). A terapêutica é por meio de medicamento via oral e acompanhamento médico. Em estágios iniciais, ele dura 6 meses para ser finalizado. Em graus mais avançados levam-se 12 meses.
NC/PML

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