A fim de auxiliar os idosos e seus familiares a lidarem melhor com a Doença de Alzheimer e entenderem mais sobre o assunto, a Prefeitura de Londrina, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, está desenvolvendo o projeto “Memória e Comunicação”. As atividades são realizadas nas terças e quartas-feiras, das 14h às 15h30, no auditório da Policlínica, na Avenida Presidente Castelo Branco, 540.
O objetivo é trabalhar atividades lúdicas e criativas que estimulem a comunicação e a memória com o paciente e seus cuidadores. Cada grupo conta, no máximo, com 10 pacientes e, atualmente, dois estão em andamento. Dessa forma, o trabalho é direcionado de acordo com o perfil dos participantes do grupo.
Para os familiares são desenvolvidas diversas atividades como palestras com geriatras e psicólogas, além de três encontros iniciais para que eles entendam como funciona o projeto e as atividades que os pacientes vão receber. Os cuidadores também podem acompanhar os encontros com os pacientes.
“Trabalhamos tudo de uma forma alegre, para que eles se sintam melhores, consigam superar as dificuldades e seus parentes compreendam mais sobre o Alzheimer, entendam que o esquecimento não é o único sintoma da doença e percebam que ele é involuntário. Assim, todos conseguem ajudar mais o paciente e este tem uma melhora perceptível e uma qualidade de vida digna”, ressaltou a assistente social, gerontóloga e coordenadora do programa, Liz Clara Ribeiro de Campos.
Ao final das 10 sessões, é feita uma confraternização de encerramento, em que os pacientes, seus cuidadores, filhos e outros parentes podem participar. Nesse momento, eles observam todos os trabalhos produzidos pelos idosos, algo que serve de estímulo para continuarem as atividades em casa.
Os idosos podem fazer pronunciamentos, agradecimentos, falar sobre a experiência, escrever poesias, fazerem desenhos e outras atividades. Já os parentes passam a compreender melhor a doença. Por isso, o projeto trata de um processo de estímulo à comunicação e à memória.
Para participar - O “Memória e Comunicação” existe desde o final de 2013. Já participaram das atividades cerca de 50 idosos, pois os pacientes podem frequentar mais de uma vez o grupo. Não há limite de participação e nem de número de grupos.
Para fazer parte, o paciente precisa necessariamente ter sido encaminhado pelo médico da Unidade Básica de Saúde (UBS) com sintomas da Doença de Alzheimer até a Policlínica, onde passará por exames e, se constatado pelo médico a presença da doença, é feito o encaminhamento à Assistência Social, que é a área responsável. A gerontóloga e assistente social faz uma entrevista com o idoso para encaixá-lo no grupo com o perfil mais próximo ao seu. Assim, todo o encaminhamento ao programa é feito pelos profissionais da rede municipal de saúde, de forma gratuita.
O programa tem viés multidisciplinar, pois é coordenado pelo serviço social, mas envolve médicos geriatras, psicólogas e terapeutas. A intenção é que este trabalho se expanda na rede municipal de saúde e possa atingir um número cada vez maior de doentes de Alzheimer.
Congresso Internacional - A atividade pioneira desenvolvida pela Prefeitura de Londrina foi apresentada no 12º Congresso Internacional Rede Unida, que aconteceu nos dias 21 a 24 de março, em Campo Grande (MS). Durante o encontro, a servidora municipal foi convidada a dar um curso sobre o projeto para a Universidade de Campo Grande.
Liz Clara é assistente social e gerontóloga, autora do livro “Trabalho com Pessoas Idosas: Metodologia da Comunicação” e coautora de “Trabalho com Famílias: dinâmicas orientadas na perspectiva do SUAS” e “Contos & Encontros: Histórias, reflexão e dinâmicas”. Já foi secretária municipal do Idoso e atualmente coordena o projeto “Memória e Comunicação”, na Policlínica Municipal de Londrina.
N.Com
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