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Já o município de Ortigueira consegue zerar casos de dengue com biotecnologia sustentável

A Secretaria Estadual de Saúde do Paraná divulgou novo boletim da evolução da Dengue, na terça-feira (15). Em uma semana houve um aumento de 2.173 casos prováveis, um crescimento de 33 – sendo que 996 casos autóctones, um número 70% maior do que do registro anterior. Também foi registrado o primeiro óbito em consequência da virose. Um homem de 58 anos de idade, residente no município de Nova Esperança, de abrangência da 15ª Regional de Saúde de Maringá. Ao todo, 338 municípios paranaenses já tiveram notificações e foram apontados 71 doentes com casos severos. As maiores taxas de incidência estão em Londrina e Foz do Iguaçu, mas outras regiões surgiram no mapa como alto risco, caso de Maringá, Paranaguá e Guaratuba. Outros 17 municípios apresentam risco médio da doença. Há, no entanto, uma cidade que vive uma situação completamente adversa: Ortigueira, que viu a doença desaparecer.

A razão é um trabalho continuado muito bem-sucedido com uma biotecnologia totalmente sustentável. O Projeto Controle Natural de Vetores desenvolvido pela Forrest Brasil Tecnologia, com trabalho de cientistas brasileiros e israelenses, é realizado no local em parceria com a empresa Klabin, desde novembro de 2020. Em um ano, a redução foi de 90% no número de larvas viáveis encontradas em campo. Dados mais recentes mostram que a continuidade do trabalho fez com que, há dois meses, não fossem mais encontrados ovos e larvas na região. O número de pessoas doentes também caiu, de 120 para 5, quase 95%, sem nenhuma morte. Desde junho de 2021, não são registrados casos na cidade.

O método é baseado na tecnologia TIE – utilização do Inseto Estéril –, em que os mosquitos são soltos de forma massiva. Os machos estéreis se acasalam com as fêmeas selvagens, que deixam de procriar, provocando uma imediata redução na infestação do mosquito e disseminação de doenças como a Dengue, Chikungunya, Zika e Febre Amarela. O estudo é reconhecido pela comunidade científica internacional, sendo publicado no Journal of Infectious Diseases, revista médica revisada por pares, editada pela Oxford University Press em nome da Sociedade de Doenças Infecciosas da América, principal referência na área. A Secretaria de Saúde do Paraná também reconhece e aprova a tecnologia, com disponibilidade de ser aplicada em várias regiões do estado.

Durante a temporada das chuvas, o perigo da multiplicação dos Aedes aegypti é enorme. Isso porque, após cerca de 15h da postura, os ovos dos mosquitos conseguem resistir a longos períodos de baixa umidade, podendo ficar até 450 dias no seco. “Neste momento de mudanças na dinâmica populacional, utilizar tecnologia e inovação é fundamental, pois as medidas de controle utilizadas atualmente são, de certa forma, pouco efetivas e de alto custo, com baixo poder de prevenção”, explica a epidemiologista Daniele Queiroz, coordenadora da Forrest, consultora da OPAS (Organização Pan-Americana da Saúde), com especialização na Universidade Johns Hopkins, nos EUA.

A dengue apresentou  dois últimos anos foram sofríveis para os paranaenses em relação à Dengue. Somados os ciclos epidemiológicos 2019/2020 e 2020/2021, o estado contabilizou 209 mortes e 453.947 notificações da doença. O atual período epidemiológico, iniciado em agosto do ano passado, indica mais uma vez a gravidade da situação.

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