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Debate realizado na Câmara pela Comissão de Seguridade Social trouxe à tona questões como a falta de médicos e os baixos investimentos em saúde básica

Um diagnóstico preocupante dos serviços públicos de saúde no Município foi divulgado durante audiência pública coordenada pela Comissão de Seguridade Social da Câmara Municipal de Londrina na noite da segunda-feira (11). Deficiências na estrutura física das unidades, falta de medicamentos e de materiais de consumo, dificuldades de acessibilidade, servidores com acúmulo de trabalho e falhas na segurança foram alguns dos graves problemas levantados pela comissão do Legislativo durante visitas realizadas ao longo de 2017 e que integrarão um relatório a ser entregue à Secretaria Municipal de Saúde com pedido de providências.

Presentes à audiência pública usuários, profissionais da área médica e representantes de sindicatos e do Ministério Público confirmaram a situação. “Nosso objetivo não é jogar pedras ou criticar as gestões passadas e a atual, mas unir forças para tentarmos sanar todas as mazelas que percebemos e que muitos já conhecem”, afirmou o presidente da Comissão de Seguridade Social, vereador João Martins (PSL).

Na lista de problemas relatados pelo vereador consta, por exemplo, que muitas salas de atendimento não possuem ventilação natural e não contam com instalações para ar-condicionado; infiltrações e rachaduras em vários prédios; informatização precária, com parte dos prontuários ainda feita em papel; equipamentos com prazos de manutenção vencidos; mobiliário impróprio; medicamentos expostos ao sol ou armazenados em temperatura inadequada; e falta de medicamentos de alta complexidade nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), entre outros.

Fiscalizações

Para João Martins a situação poderia ser melhor se os prédios que abrigam serviços públicos de saúde fossem submetidos a fiscalizações para fins de licença sanitária. “Sabemos que estes locais podem, em função da legislação, exercer as atividades sem a licença sanitária, mas é dever estarem em ordem, em cumprimento à legislação sanitária vigente”, observou o parlamentar. Martins destacou ainda o grau de insatisfação da população, que é muito grande, e que cerca de 20 mil pacientes aguardam por uma cirurgia, e outras 100 mil encontram-se na fila para consulta com especialistas. “Em vários casos, quando o paciente é chamado, ele já veio a óbito.”

O secretário municipal de Saúde, Felippe Machado, admitiu as deficiências lembrando que o diagnóstico feito pela Comissão de Seguridade é fidedigno, mas alertou que não se tratam de problemas que tiveram início agora. “Precisamos, de forma gradativa, começar a mudar este cenário e voltar a investir na atenção básica. Sabemos que de 85% a 90% dos pacientes atendidos nas UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) deveriam estar nas Unidades Básicas de Saúde.” De acordo com dados apresentados pelo secretário, há um deficit de 725 profissionais na atenção básica, entre eles 48 médicos, 91 enfermeiros e 137 técnicos de enfermagem.

Propostas

Vários participantes, entre usuários, profissionais de nível técnico e médicos, apresentaram propostas para melhoria do serviço oferecido na rede municipal de Saúde, totalizando 26 sugestões, que serão anexadas à ata da audiência pública. Entre as principais propostas estão a contratação de mais médicos e maior valorização deste profissional; investimento na segurança das unidades de saúde; fiscalização periódica pela Vigilância Sanitária estadual; visitas surpresa às unidades com participação do Ministério Público; e reorganização da saúde mental no Município, com ampliação das equipes de atendimento.

Ascom/CML

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